Uma das
regiões mais impactadas pelo fracking.
Missão promove encontro de parlamentares com
Povo Mapuches e agricultores nas regiões impactadas pelo fracking.
Nas províncias de Neuquén e Rio Negro, a comitiva
de deputados e vereadores paranaenses encerrou a missão oficial à Argentina com
uma intensa agenda de compromissos na região mais impactada pelo fraturamento
hidráulico, o fracking, na América do Sul.
Organizada pela 350.org Brasil e COESUS –
Coalizão Não Fracking Brasil, com o apoio do Senador argentino Fernando Solanas
e Observatório Latino Americano contra o Fracking, a Missão Não Fracking América Latina possibilitou que o grupo
conhecesse a realidade devastadora da exploração de petróleo e gás de xisto. O
cenário é de total e irreversível contaminação de água, alimentos e pessoas.
Foi possível conversar com legisladores dos
países impactados, trocar experiências com deputados e vereadores provinciais,
além de ouvir agricultores, frutificultores e lideranças dos povos Mapuche,
todos impactados pelo fracking há anos. A comitiva esteve nas plantações de
maçãs e peras em Alto Valle (foto), em Rio Negro, onde já há onde já há um movimento que exige do governo argentino providências
para interromper operações de fracking na região.
A missão paranaense é composta pelos deputados
estaduais Rasca Rodrigues (PV), autor de Projeto de Lei que proíbe o fracking
no Paraná, Márcio Nunes (PSC), Schiavinato (PP) e Fernando Scanavaca (PDT).
Também participam os vereadores de Toledo Vagner Delabio (PMDB) e Tita Furlan
(PV), além do Renato Eidt, representando o prefeito de Toledo.
Durante a estada em Allen, o fundador e
coordenador da COESUS, Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, destacou o encontro
com os Povos Mapuches “que são hoje dizimados pela indústria perversa do
fracking. Fomos levar nosso apoio e informar que eles não estão sozinhos nessa
luta”.
Integrante da comitiva, o vereador de Toledo,
Vagner Delabio, disse que visitar os locais onde o fracking acontece e poder
conversar com as pessoas, “faz a gente perceber que o impacto não é só
ambiental. Há grande prejuízo social, para todas as comunidades onde há poços,
No caso dos Mapuches, eles são expulsos da suas terras e não podem voltar”.
Na reunião com os agricultores da região de Rio
Negro, a situação também é critica. Antes da indústria do petróleo e gás de
xisto chegar, a produção de frutas movimentava a economia da província. Agora,
os frutificultores contam que estão tendo problemas com exportação, pois o
mercado rejeita alimentos contaminados, comprando apenas ‘frutas livre do
fracking’.
Ameaça de bomba
A missão oficial dos legisladores paranaenses
começou no início da semana em Buenos Aires, com uma série de compromissos que
contou com a articulação do Senador argentino Fernando Pino Solanas, principal
voz contrária à indústria do hidrocarboneto na América Latina.
Uma ameaça de bomba fez que com o salão onde
estava sendo realizado um encontro sobre Alternativas ao Extrativismo fosse
evacuado, levando apreensão para senadores, deputados e ativistas de Argentina,
Brasil, Chile e Equador. “A presença num único local dos protagonistas da luta
contra o fracking na América Latina despertou a ira da indústria. Foi uma clara
tentativa de intimidação. Mas eles não vão nos silenciar. Estamos mais unidos e
fortes do que nunca”, garantiu Nicole Figueiredo de Oliveira, Diretora da
350.org Brasil.
Ainda segundo Nicole, ao lado de senadores da
Argentina, Uruguai e Equador, nós da 350.org Brasil e COESUS apresentamos uma
agenda latino-americana de desenvolvimento sustentável e combate ao
fraturamento hidráulico. “Este é o caminho para enfrentarmos as mudanças
climáticas. Todos estaremos juntos em Paris, na França, para a COP 21 lançando
uma Rede Latino Americana independente, livre, com propostas e soluções”,
finalizou.
* Por redação da Coalizão Não Fracking
Brasil.
Fonte: ENVOLVERDE
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