Aumento
do nível do mar coloca meio bilhão de pessoas em risco.
O Rio de Janeiro tem 2,4 milhões em áreas de risco
(0,24 por cento da população da grande área urbana) em um cenário de
aquecimento global de 4 ° C, número que cai para 1,3 milhão no caso de 2 ° C de
aquecimento. Foto: Shutterstock
O Brasil tem 16 milhões de habitantes em áreas
ameaçadas pela elevação do nível do mar causada pelo aquecimento global de 4 °
C. Se conseguirmos reduzir essa média para 2 ° C, o número de pessoas ameaçadas
cai para 9 milhões.
Se prosseguirmos com os atuais níveis de emissão de
carbono na atmosfera, teremos um aquecimento médio global de 4 ° C que tem potencial
para elevar o nível do mar o suficiente para submergir terras que atualmente
são o lar de 470 a 760 milhões de pessoas. Essas são as conclusões de um relatório e mapas interativos publicados nesta segunda-feira
(9) pela Climate Central, o qual também aponta que a tendência de
ascensão não poderá ser interrompida e se desdobrará ao longo dos séculos. O
relatório mostra ainda que cortes agressivos nas emissões de carbono,
resultando em 2 ° C de aquecimento, poderiam reduzir o número de pessoas
atingidas para 130 milhões. A divulgação desse estudo coincide com o encontro
de ministros de mais de 80 países em Paris para encontrar mais pontos em comum
antes das negociações climáticas globais que ocorrerão em dezembro.
O relatório da Climate Central tem por base
um documento focado nos EUA que foi publicado no mês passado Proceedings of
the National Academy of Sciences of the U.S.A, de autoria dos
cientistas da Climate Central Benjamin Strauss e Scott Kulp, e Anders
Levermann do Potsdam Institute for Climate Impact Research. Para avaliar as
implicações para todas as nações e cidades costeiras, a nova pesquisa utiliza
relações entre o aquecimento causado pelas emissões de carbono, o nível de
elevação no mar que essas emissões causam no longo prazo, e dados globais da
população.
O relatório aponta que a China é a nação em maior
risco, com 145 milhões de pessoas vivendo em áreas ameaçadas pela elevação dos
mares se os níveis de emissões não forem reduzidos. Esse é também o país que
tem mais a ganhar com a limitação do aquecimento global a 2° C, o que limitaria
o número de pessoas afetadas a 64 milhões. Há outras 12 outras nações que têm,
cada uma, mais de 10 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco. Esse ranking
é liderado por Índia, Bangladesh, Vietnã e Indonésia. Alcançar a meta de 2 ° C
reduziria a exposição de mais de 10 milhões em cada um destes países, além de
beneficiar a maioria dos outros países desse grupo de alto risco, o qual inclui
Japão, EUA, Filipinas, Egito e Brasil.
O Brasil tem 16 milhões de habitantes em áreas
ameaçadas pela elevação do nível do mar causada pelo aquecimento global de 4 °
C. Se conseguirmos reduzir essa média para 2 ° C, o número de pessoas ameaçadas
cai para 9 milhões. O aumento do nível do mar que causará tais ameaças irá
provavelmente e desdobrar ao longo de centenas de anos, mas as emissões de
carbono responsáveis por isso são as que acontecerem neste século – e que podem
levar a um caminho ou outro.
“Os riscos globais das mudanças climáticas são
claros quando falamos do aumento do nível do mar”, disse Strauss, PhD,
vice-presidente de Impactos Climáticos no Climate Central e principal autor do
relatório. “O resultado das negociações climáticas em Paris pode nos levar à
perda de inúmeras grandes cidades e monumentos costeiros em todo o mundo, à
migração sem fim e à desestabilização, ou pode nos direcionar para uma maior
preservação de nossa herança global e para um futuro mais estável “.
Levermann, co-presidente de Research Domain
Sustainable Solutions do Instituto Potsdam Institute for Climate Impact
Research da Alemanha, acrescentou, “Não há porque temer a elevação do nível dos
oceanos porque ela é lenta, mas é algo com o qual temos que nos preocupar
porque ela leva à ocupação da terra pelo mar, incluindo as cidades nas quais
estamos construindo nossa futura herança.”
Megacidades globais com as 10 maiores populações em
risco incluem Xangai, Hong Kong, Calcutá, Mumbai, Daca, Jacarta e Hanoi. O Rio
de Janeiro tem 2,4 milhões em áreas de risco (0,24 por cento da população da grande
área urbana) em um cenário de aquecimento global de 4 ° C, número que cai para
1,3 milhão no caso de 2 ° C de aquecimento. Projeções medianas da elevação do
nível do mar desencadeadas pelo aquecimento global são 9,3 metros para 4 ° C e
4,9 metros para 2 ° C.
Em conjunto com o relatório, a Climate Central
criou um mapa global interativo e incorporável chamado Escolhas Climáticas, ou Climate Choices.
Os usuários podem digitar o nome de qualquer cidade
costeira ou código postal em todo o mundo e comparar as potenciais
consequências de diferentes cenários de aquecimento ou de emissões em uma base
local.
Fonte: ENVOLVERDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário