Camada de
Ozônio poderá estar recuperada em 2060.
A recuperação da camada de ozônio da terra foi
apontada como a maior vitória de 2014. Foto: Flickr/Observatório da Terra da
Nasa (CC).
A conquista ocorrerá oito décadas após a revista
Nature ter publicado a pesquisa que revelava a ligação entre os produtos
químicos produzidos pelo homem e a sua degradação.
Uma síntese do relatório de 2014 do Protocolo de
Montreal publicada no início de novembro confirma que o ozônio estratosférico
se estabilizou e que a camada de ozônio está sendo reparada. Por volta de 2060,
ela alcançará o mesmo espessamento apresentado antes de 1980. A conquista
ocorrerá oito décadas após a revista Nature ter publicado a pesquisa que
revelava a ligação entre os produtos químicos produzidos pelo homem e a sua
degradação.
Na esteira da pesquisa nasceu o Protocolo de
Montreal, adotado por 1987, e considerado um dos tratados mais universais do
mundo com a adesão atualmente de 197 países. O documento delineou meios para a
extinção de substâncias nocivas à camada de ozônio.
“Ao longo dos últimos 30 anos os resultados
excederam as expectativas, mas não podemos nos contentar com isso. Agora
precisamos entender porque o Protocolo de Montreal é tão efetivo e aprender as
lições da nossa experiência até agora”, disse o diretor executivo do Programa da
ONU para o Meio Ambiente PNUMA), Achim Steiner no encontro das partes que
aderiram ao Protocolo em Dubai. “Precisamos de avaliações de progresso sobre a
recuperação da camada de ozônio, o impacto da radiação ultravioleta na saúde
humana e nos ecossistemas, das substâncias nocivas à camada de ozônio e
precisamos entender por completo a transição para quaisquer substitutos
potenciais para essas substâncias e assim evitarmos criar novos problemas pela
frente”, adicionou.
O novo relatório também chama a atenção para as
consequências negativas da introdução de alguns substitutos para as substâncias
determinadas no Protocolo, como é o caso dos Hidrofluorcarbonos (HFCs) que
podem ameaçar os benefícios climáticos substanciais conquistados desde a adoção
do tratado.
“Quando você olha para o que ainda precisa ser
enfrentado, pode ser assustador. Mas pense na outra opção. Sem o Protocolo de
Montreal: as substâncias nocivas ao ozônio estariam 2,5 vezes maiores que os
seus níveis atuais; a radiação UV-B teria excedido qualquer coisa já
experienciada na história da humanidade; a destruição de plantações e
ecossistemas teria tido um sério impacto na segurança alimentar, e 2 milhões de
pessoas a mais por ano teriam tido que enfrentar o câncer de pele e a
catarata”, disse Steiner.
Fonte: ONU Brasil
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