Em apenas seis meses, projeto de
pesca sustentável mostra resultados promissores no Acre.
por
Fernanda Melonio, do WWF
O Projeto Pesca Sustentável, desenvolvida pelo
WWF-Brasil em parceira com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), possui apenas seis meses de atividade, mas já tem bons
resultados para mostrar.
Por meio do manejo do pirarucu encontrado em lagos
do Estado do Acre, o projeto gerou aumento de renda para várias famílias de
pescadores e incrementou também o número de peixes manejados em 2014. Com isto,
promoveu a conservação da espécie e dos ecossistemas aquáticos em que ela se
encontra; além de gerar benefícios sociais para a população daquela região.
De acordo com a Secretaria de Estado de Extensão
Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), só no município de Feijó (AC), os
pescadores envolvidos na iniciativa tiveram aumento de quase R$ 900 em sua
renda. No período da pesca deste ano, que foi de junho a agosto, 18 pirarucus
foram pescados – gerando 1.100 kg de mantas vendidas, que foram comercializadas
por R$ 15, a manta salgada, e R$ 20, a manta resfriada. A Secretaria informou
ainda que o número de pirarucus nos lagos da região aumentou em 50% no último
ano.
O Projeto Pesca Sustentável, de responsabilidade do
WWF-Brasil e do BNDES, é promovido por meio do Fundo Amazônia. Ele iniciou suas
atividades em abril de 2014 e seu foco é capacitar pescadores para o
desenvolvimento de sistemas de manejo do pirarucu nos municípios de Manoel
Urbano, Feijó e Tarauacá, no Estado do Acre. Foto: © Divulgação Seaprof.
O técnico da Seaprof, Edvilson Cardoso, avaliou que
esta primeira etapa do trabalho foi bem sucedida. “O apoio de vocês, do
WWF-Brasil, é essencial para que a atividade envolva um número cada vez maior
de pescadores da região”.
Incidentes
Os primeiros meses de atividade do projeto,
infelizmente, não foram livres de incidentes: um barco da Colônia de Pescadores
de Feijó afundou após a colisão com um tronco de árvore, prejudicando o
trabalho.
Por conta disso, a pescaria teve que ser
interrompida e os pescadores não atingiram a cota máxima de pesca autorizada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) – obtendo resultados aquém
do que era possível na ocasião.
Edvilson contou também que, para que o trabalho
atinja todo o seu potencial, é necessário envolver mais pescadores – cerca de
10 profissionais a mais, segundo ele – para que seja possível atingir a cota
estipulada pelo Ibama, que é de 30% dos pirarucus adultos dos lagos manejados.
Em 2014, este número era de 49 peixes, mas foram pescados apenas 18.
Benefícios
O analista de conservação do WWF-Brasil, Antonio
Oviedo, afirmou que, quando se respeita a cota estabelecida pelo Ibama,
permite-se que 70% dos peixes dos lagos possam crescer e se reproduzir.
“Este
sistema traz benefícios sociais e ecológicos para a espécie, como o crescimento
da produção de pirarucus nos lagos manejados e o repovoamento nos lagos em que
ele já havia desaparecido”. No caso do pirarucu, esta medida é de suma
importância, uma vez que a espécie está em risco de extinção devido à pesca
predatória praticada ao longo de muitos anos.
O Projeto Pesca Sustentável, de responsabilidade do
WWF-Brasil e do BNDES, é promovido por meio do Fundo Amazônia. Ele iniciou suas
atividades em abril de 2014 e seu foco é capacitar pescadores para o
desenvolvimento de sistemas de manejo do pirarucu nos municípios de Manoel
Urbano, Feijó e Tarauacá, no Estado do Acre.
Fonte: WWF Brasil
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