Roraima
corre risco de novo megaincêndio.
Seca no Estado,
agravada pelo El Niño, é a pior em 18 anos e já deixou 13 dos seus 15
municípios em emergência; em 1998, outro El Niño forte fez queimar uma Suíça em
florestas na região.
Por Victor Pires, do ISA
Roraima vive a pior seca em 18 anos. A estiagem
agrava o cenário de incêndios florestais desde o fim do ano passado. Em
janeiro, foram registrados 1.754 focos de calor. Em outros anos, no mesmo
período o número de focos costuma manter-se em torno de 450. As informações são
da coordenação estadual do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios
Florestais (PrevFogo), órgão do Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama).
Nos últimos anos, a média foi de 1.596 focos para todo o ano.
Roraima tem 15 municípios. A falta de chuvas
levou 13 a decretar situação de emergência. Os mais atingidos são Caracaraí,
Rorainópolis, Iracema, Mucajaí e Caroebe. Cerca de 70 mil pessoas, ou 15% da
população do estado, já foram afetadas diretamente. O Rio Branco, principal do
estado, atingiu sua menor marca histórica, com 47 centímetros abaixo da marca
inicial de medição (veja fotos no corpo da reportagem e na galeria ao final
dela). A expectativa é que as primeiras chuvas só cheguem no início de abril.
“Caso a população continue gerando novos focos
queimadas e incêndios, desrespeitando todos os avisos e determinações para
parar com o fogo, podemos afirmar com alta probabilidade de que o Estado será
levado a enfrentar uma tragédia anunciada de dimensões próximas ou até maiores que
em 1998”, afirmaram os pesquisadores Haron Xaud e Maristela R. Xaud, da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Roraima, em artigo publicado,
nesta semana, no site Roraima em Foco (leia aqui).
Em 1998, um dos maiores incêndios florestais da
história mundial recente consumiu quase 40 mil km² de Roraima, 18% da área
total do estado e o equivalente ao território da Suíça.
O coordenador estadual do PrevFogo, Joaquim
Parimé, diz não ter dados sobre perdas econômicas do incêndio atual, mas
informa que já foram destruídas pontes, postes de transmissão elétrica,
lavouras, pastagens. Há registros de muitas mortes de animais silvestres e
domésticos. “Os prejuízos são todos: ambientais, sociais, econômicos”, conclui.
Fonte: Instituto
Socioambiental
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