Agricultores
familiares refletem sobre seus desafios de comunicação.
Agricultores familiares de Nova Esperança se
dividiram em grupos para avaliar seus processos comunicacionais. Foto: Sucena
Shkrada Resk/ICV.
Sucena Shkrada Resk/ICV
Integrantes da Associação de Agricultura Familiar e
Desenvolvimento Comunitário de Nova Esperança e da Associação dos Pequenos
Produtores Rurais de Santa Clara dedicaram a tarde do último sábado (27/02)
para refletir sobre seus processos de comunicação, em primeira roda de diálogo
facilitada pelo Núcleo de Comunicação do Instituto Centro de Vida (ICV). O
encontro ocorreu nas sedes das organizações comunitárias, localizadas no
Projeto de Assentamento (PA) Nova Cotriguaçu, em Cotriguaçu, Mato Grosso,
Amazônia. A iniciativa faz parte de estratégia educomunicativa, que visa o
empoderamento e autonomia desses agricultores familiares em sua comunicação
interna, entre seus integrantes, e externa com a comunidade e com o poder
público.
O eixo central da dinâmica levantou o seguinte
questionamento: qual é a principal mensagem das associações? Segundo boa parte
dos participantes, é poder expor que foram criadas para possibilitar a melhoria
da qualidade de vida das famílias envolvidas e das comunidades, por meio da
organização de sistemas de produção da agricultura familiar que visem a
possibilidade de inserção no mercado. O valor do desempenho do grupo de
mulheres, nesta dinâmica, em ambas as organizações, foi ressaltado pelos
presentes.
Alguns grupos optaram para refletir em contato com
a natureza, em Nova Esperança. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV.
Segundo os agricultores, entre os principais desafios
está a dificuldade de superarem obstáculos burocráticos, como da regularização
fundiária com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e
a manutenção dos diálogos com o poder público, porque geralmente são iniciados
com ofícios, que nem sempre têm respostas imediatas. As tramitações geralmente
são longas e, por muitas vezes, necessitam de retomadas porque têm mudanças dos
primeiros contatos estabelecidos.
Ao mesmo tempo, citam a dificuldade de ter
acesso a informações básicas, como editais.
Uma das constatações dos grupos é que o esforço
coletivo entre associações pode ter resultados mais efetivos. Essa estratégia
começou a ser usada recentemente para tratar da questão da titulação das
terras, com a Prefeitura e com o próprio Incra.
Já no universo interno e com a comunidade, a
principal ferramenta de comunicação ainda é o chamado boca-a-boca. Os espaços
comunitários das igrejas, escolas e postos de saúde também propiciam essa troca
de informações.
Para aprofundar esta temática, as associações
participarão de oficinas para o mapeamento dos atores, estratégias
comunicacionais e desenvolvimento de mensagens-chave dos grupos.
As rodas de diálogo e oficinas são ações
coordenadas pelo ICV no Projeto Cotriguaçu Sempre Verde – Fase 2, que busca
consolidar uma nova trajetória de desenvolvimento municipal, pautada na
construção de soluções sustentáveis de produção e governança socioambiental. A
iniciativa tem apoio do Fundo Vale.
Veja também:
Fonte: ICV
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