Fundação e INPE divulgam dados
inéditos sobre a Mata Atlântica paulista.
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram dados inéditos sobre a
situação da Mata Atlântica no Estado de São Paulo. A análise é um desdobramento
do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que teve seus dados gerais divulgados na última semana.
Para São Paulo, a partir de uma metodologia que reduz de 3 hectares
(ha) para 1 hectare a área mínima de identificação das imagens
captadas por satélite, foi possível produzir
um raio-x mais preciso, que inclui fragmentos
florestais menores e em estágios iniciais de regeneração. A análise revela que
o Estado tem hoje 22,9% (cerca de 3,9 milhões de ha) de sua Mata Atlântica
original – pela metodologia de 3 ha, considerava-se que este total era
de 2,7 milhões de ha, ou 16,2%.
Realizado há 30 anos pela Fundação SOS Mata
Atlântica, o Atlas dos Remanescentes Florestais inclui apenas áreas mais
preservadas, acima de 3 hectares, capazes de manter a biodiversidade
original. Com a nova metodologia, mais inclusiva, é possível considerar também
áreas com vegetação de porte florestal que tenham sinais de alteração
(bosqueamento, clareiras, etc.) ou que ainda estejam em estágios iniciais de
regeneração – são pontos que, mesmo sem um alto grau de conservação, ainda
exercem algum tipo de proteção hídrica, por exemplo. Assim, este
mapeamento pode ser usado para o planejamento de ações de proteção da
água que abastece rios e represas, criação de corredores ecológicos e
recuperação da vegetação nativa.
Em São Paulo, esta classe de vegetação mapeada no
estudo representa 1.143.656 hectares, ou 29% da Mata Atlântica ainda presente
do estado. Já os remanescentes florestais (Mata) respondem por quase 60%
(2.340.226 ha) – o restante está dividido em áreas de restinga, várzea, mangues
e outras formações naturais. “No Dia do Meio Ambiente, a SOS Mata
Atlântica divulga este mapeamento inédito como um presente para o estado de São
Paulo, que será entregue oficialmente para a Secretaria Estadual do Meio
Ambiente para o auxílio no planejamento de políticas de proteção e recuperação
da Mata Atlântica paulista e estará disponível para a sociedade. Com imagens
mais precisas, é possível observar fragmentos menores de floresta que
garantem a proteção das nascentes e do fluxo hídrico, fundamentais em um
cenário de escassez de água que ainda enfrentamos”, afirma Márcia Hirota,
diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e
coordenadora do Atlas.
Fonte: SOS
Mata Atlântica
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