Só
usaremos o petróleo mais barato, diz King.
O enviado especial para mudanças climáticas do
Reino Unido, Sir David King. Foto: Claudio Angelo/OC/Creative Commons.
Cientista britânico afirma que reservas de óleo
não-convencional, como as do pré-sal, não deverão ser aproveitadas no futuro,
devido a restrições climáticas e concorrência com renováveis.
Por Claudio Angelo, do OC –
Sir David King chegou ao Brasil no final de março
numa péssima hora. Sua visita ao país tinha, entre outros objetivos, tentar
convencer o governo brasileiro a assinar uma declaração internacional sobre
proteção de florestas. Mas foi frustrada pela falta de um governo a quem
convencer: em meio à crise política e a protestos (na data, a favor da
presidente Dilma Rousseff), autoridades com quem deveria se encontrar
simplesmente não estavam disponíveis.
O enviado especial do Reino Unido para mudanças
climáticas, porém, não perdeu a fleuma. King elogiou a “guinada” do Brasil nas
negociações internacionais de clima, dizendo que o país passou de parceiro
“relativamente difícil” a “totalmente positivo”. E mostrou-se otimista também
sobre o combate às emissões de gases-estufa após o Acordo de Paris.
Para o químico inglês (nascido na África do Sul),
que serviu como conselheiro científico de dois premiês britânicos, Paris
realizou sua “expectativa mais otimista”. Segundo ele, as metas nacionais
(INDCs), mesmo insuficientes, criam uma demanda de mercado por energia limpa
que já está sendo acelerada no mundo inteiro e que tem o potencial de criar uma
espiral positiva entre consumidores, fornecedores e inovadores tecnológicos.
King reconhece, porém, que há um hiato entre o
objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5oC e as metas de redução de
emissões (INDCs) propostas pelos países. Diz também que temos apenas 19 anos
para fechar esse buraco: o mundo precisa atingir a neutralidade em carbono
(igualar emissões a remoções de CO2 da atmosfera) em 2035 se quiser se manter
em 1,5oC, ou 2045, se quiser evitar a barreira dos 2oC. E aqui mora uma má
notícia para os planos do governo brasileiro de crescer exportando petróleo: o
pré-sal vai dar ruim.
“Se nós olharmos para a distinção entre produção de
óleo cru e produção de óleo não-convencional, e águas profundas são óleo
não-convencional, o óleo cru hoje custa entre US$ 2 e US$ 6 o barril. A
produção em águas oceânicas profundas está mais na faixa de US$ 40 a US$ 50 o
barril. Eu direi que nós vamos usar todo o óleo cru que é produzido a US$ 2 a
US$ 6. Eu não acredito que usaremos nenhum outro petróleo no futuro”, disse
King – tomando o cuidado de não fazer menções específicas ao Brasil ou à
Petrobras. Isso porque as alternativas energéticas estão chegando ao mercado
cada vez mais rápido e a menor custo.
Em entrevista ao OC, concedida em Brasília, Sir
David falou sobre ideias malucas para armazenamento de energia, sobre o temor
de desengajamento do público no pós-Paris e sobre seu envolvimento involuntário
na formulação da encíclica papal sobre clima. Leia a entrevista.
O sr. acaba de vir de um seminário sobre
armazenamento de energia. Qual é a perspectiva para aplicações de larga escala
disso?
O que nós vemos agora é que turbinas eólicas em
terra firme e instalações solares por watt de instalação são mais baratas que
novas instalações de combustíveis fósseis em qualquer lugar do mundo onde haja
sol, até no Reino Unido (risos). No mundo todo, em 2014, a instalação de
energia limpa primária passou de 50% do total instalado. E no ano passado foi
90%. Mas nós queremos usar eletricidade à noite, mas temos painéis solares que
só geram durante o dia. Não podemos chegar a 100% de renováveis sem
armazenamento de energia e smart grids.
O armazenamento é a tecnologia mais crítica, mas
não é a única. A interconectividade pode lidar com o mesmo problema da
intermitência. Se eu pego a energia solar, quero armazenamento que dure de 12h
a 24h. O que nós precisamos é conseguir armazenar dezenas de gigawatts-hora de
eletricidade. A única tecnologia comprovadamente capaz disso é a energia
hidrelétrica reversível [que usa um segundo reservatório a montante do
principal]. No Reino Unido nós não temos muita capacidade para isso, somos uma
ilha muito plana. E agora estamos criando uma conexão com a Noruega. Será a
maior interligação submarina do mundo, e estamos fazendo isso porque a Noruega
tem muitas montanhas e está armazenando energia na água, mas não está usando.
Então a Noruega é o armazenador de energia do Reino Unido.
Num país grande como o Brasil ou os EUA…
O seu problema é que vocês têm um monte de áreas
urbanas remotas com muita floresta em volta. É mais fácil para nós jogar um
cabo debaixo d’água do que para vocês passar um cabo através da floresta. Vocês
são desafiados pela interconectividade, mas a vantagem de vocês é que têm um
monte de capacidade hidrelétrica reversível. E eu acho que o uso dessas
hidrelétricas em São Paulo, instalando capacidade reversível, seria um jeito
muito bom de gerenciar mais armazenamento. Outra forma é algo que parece uma
ideia maluca, mas já está sendo financiada. Na Alemanha, há um cientista, o professor
[Eduard] Heindl, que desenvolveu um capaz de armazenar 1 GW/h de energia em
terrenos planos. Ele corta um cilindro no chão, de 300 metros de profundidade,
diâmetro de 150 metros. Um cilindro de granito. Quando você tem excesso de
eletricidade, você bombeia água para dentro do granito e empurra o cilindro
para cima. Quando você precisa de eletricidade, você deixa que o peso do
granito lance a água através de uma turbina. Ele não toma muito espaço – é o
tamanho de um campo de futebol – e torna possível armazenar eletricidade em
qualquer região plana do mundo onde haja granito.
Essa é uma ideia que emergiu desse programa de
pesquisa em armazenamento de energia. Você sabe, nós lançamos a Mission
Innovation em Paris. Vinte países, inclusive o Brasil, e cada país se
comprometeu a dobrar seus fundos públicos para projetos demonstrativos de
tecnologias de energia limpa. Em 2020 nós estaremos criando uma infraestrutura
colaborativa que estará investindo US$ 20 bilhões por ano de dinheiro público
para resolver esses problemas que nós estamos discutindo. Ainda há muito espaço
no qual avançar para obter energia fotovoltaica mais barata. Por exemplo, neste
momento, não existem painéis solares de plástico, que serão muito mais baratos.
Mesmo assim, quando comparamos essa cifra aos US$
800 bilhões gastos todos os anos em subsídios perversos a combustíveis fósseis,
é muito desigual, não?
Você tem razão em levantar a questão dos subsídios.
Os maiores subsídios a combustíveis fósseis, vamos ser claros, são os da Arábia
Saudita e os da Venezuela. E você mede os subsídios pelo quanto você paga
localmente por um barril de petróleo comparado ao valor de mercado. Na Arábia
Saudita você paga US$ 3 o barril e o preço de mercado é US$ 35. Eu não acho que
nós sejamos capazes de persuadir a Arábia Saudita ou a Venezuela a remover
esses subsídios. Mas o resto do mundo pode tocar esse programa com US$ 20
bilhões por ano. Bill Gates apareceu com a ideia da Breakthrough Energy
Coalition. Ele chegou em Paris com 28 assinaturas dos amigos dele. Todos
prometendo US$ 1 bilhão nos próximos dez anos para investir nas tecnologias
emergentes. É dinheiro o bastante para desenvolver as tecnologias que possam
ser levadas ao mercado. E eu acredito que, em 2030, para todos os países do
mundo haverá a melhor maneira de criar eletricidade e aquecimento usando essas
tecnologias.
Qual é o seu grau de otimismo depois da Conferência
de Paris?
As decisões tomadas em Paris representam minha
expectativa mais otimista. Mas, quando você soma as INDCs, é claro que ainda
estamos trilha dos 3oC a 4oC. Não é um planeta no qual a humanidade possa
sobreviver. Sob esse ponto de vista, temos de entender que a frase-chave nesse
acordo é a que trata da revisão. Nós precisamos focar no aumento da ambição da
INDC de todos os países. O que me deixa otimista é que, se você somar todas as
contribuições nacionalmente determinadas, isso cria uma onda maciça de demanda
de mercado para energia limpa. Uma grande demanda de mercado nova vai trazer
muito mais produtores com todas as soluções necessárias, e à medida que as
soluções vão entrando no mercado vai-se criando uma retroalimentação positiva,
com mais e mais pessoas mudando para a energia limpa.
O que me deixa otimista é que, se você somar todas
as contribuições nacionalmente determinadas, isso cria uma onda maciça de
demanda de mercado para energia limpa. Uma grande demanda de mercado nova vai
trazer muito mais produtores com todas as soluções necessárias.
O prazo é a questão aqui, não? Ontem mesmo saiu um
relatório mostrando como existe capacidade ociosa em usinas de carvão, na Ásia
sobretudo, e continua-se construindo termelétricas a carvão mesmo assim.
O presidente do Banco da Inglaterra fez um discurso
importantíssimo de Paris em resposta a esse seu ponto. Ele avisou que o sistema
financeiro global vai entrar em colapso de novo, num novo tipo de crise da
dívida. O que ele disse foi que os bancos ainda estão dando notas de crédito
AAA para empresas de combustíveis fósseis. Mas, dado o Acordo de Paris, esses
investimentos não vão dar lucro porque terão de ser abandonados. Ele repetiu o
aviso na City londrina porque, depois do primeiro, o HSBC anunciou uma grande
queda em seus lucros, porque eles subscreveram um empréstimo de 2 bilhões de
libras para uma das grandes empresas de petróleo para exploração e a empresa
disse que não poderia pagar.
Não quero criar nenhuma situação delicada para o
sr. com o governo brasileiro…
…você pode tentar (risos)!
…mas, quando se fala de potenciais ativos
encalhados de petróleo, é preciso falar do pré-sal no Brasil.
Deixe-me responder a essa questão em termos de
capacidade de produção de petróleo no futuro. Se nós olharmos para a distinção
entre produção de óleo cru e produção de óleo não-convencional, e águas
profundas são óleo não-convencional, o óleo cru hoje custa entre US$ 2 e US$ 6
o barril. A produção em águas oceânicas profundas está mais na faixa de US$ 40
a US$ 50 o barril. Então, a US$ 30 o preço internacional, não é economicamente
vantajoso.
Eu direi que nós vamos usar todo o óleo cru que é
produzido a US$ 2 a US$ 6. Nós usaremos isso. Eu não acredito que usaremos
nenhum outro petróleo no futuro, porque as alternativas estarão chegando mais
rápido e mais barato que a produção de óleo não-convencional.
Eu direi que nós vamos usar todo o óleo cru que é
produzido a US$ 2 a US$ 6. Nós usaremos isso. Eu não acredito que usaremos
nenhum outro petróleo no futuro, porque as alternativas estarão chegando mais
rápido e mais barato que a produção de óleo não-convencional.
Então nós vamos usar todo o óleo barato?
Se você consegue produzir a US$ 3 ou US$ 6 isso é
muito bom, porque há um período de transição. A vida útil média de um carro é
cerca de 15 anos na rua, o que significa que, mesmo quando todo carro novo for
elétrico ou a hidrogênio, ainda teremos mais 15 anos de demanda por óleo. Temos
aeronaves que estarão queimando petróleo também. Então eu acho que, à medida
que avançamos, a economia deverá se equilibrar: queimamos o óleo cru à medida
que as tecnologias de substituição entram em linha.
E nós podemos fazer isso e ficar dentro do
orçamento de carbono?
Eu acho que nós podemos, mas apenas se pararmos de
usar carvão muito mais rápido do que estamos parando agora. O orçamento de
carbono não está tão ameaçado pela produção de petróleo quanto está pelo uso de
carvão. É muito mais difícil para países como a Índia e a África do Sul, que
têm muita capacidade de produção de carvão. E, quando eu vou para a Índia e a
África do Sul, eu tento me encontrar com sindicatos, com as pessoas que
trabalham nas minas de carvão, e eu digo a eles que não haverá empregos nas
minas de carvão no futuro, vocês precisam falar com seu governo para
requalificá-los para outros trabalhos.
Eu gostaria de voltar ao orçamento de carbono e ao
timing do Acordo de Paris.
Há vários orçamentos de carbono. A pior notícia é
que nós deveríamos estar mirando no 1,5oC. Para que o meu país sobreviva,
talvez seja necessário mirar no 1,5oC em vez de 2oC. Qual é o orçamento de
carbono para 1.5oC? Nós precisamos estar com emissão líquida zero em 2035. As
pessoas me dizem: seja realista! E os 2oC? Para 2oC, 2045. Nós não estamos
falando de “mais tarde neste século”; estamos falando numa escala de tempo
muito curta.
Um pesquisador britânico chamado Jim Skea diz que
será muito, muito difícil ficar dentro do orçamento de carbono sem recorrer
maciçamente a biocombustíveis com captura de carbono, que é algo que só existe
hoje em programas de computador. E agora há pouco o sr. estava falando de ter
tecnologias limpas maduras e em escala em 2030. Como conciliar as duas coisas?
Eu acho que as florestas são a maneira mais prática
de reduzir CO2 da atmosfera. Não conheço nenhuma tecnologia que se compare às
florestas tropicais. Se você adota qualquer forma de captura e armazenamento de
carbono, você fica sem um produto para vender. É um processo muito caro sem
nenhum produto. O que você faz é botar o carbono de volta no subsolo. É muito
melhor se pararmos de usar o carvão.
As novas tecnologias de energia estão entrando no
mercado a todo momento. Em 2030 eu acho que teremos o conjunto das tecnologias
de que precisamos no mercado. Não é que teremos de esperar até lá. A outra
coisa é que este ano é um ano de El Niño. Isso ajudou o Acordo de Paris. Mas
ninguém sabe o que acontece depois do El Niño, porque pode ser que continuemos
num nível alto de subida de temperaturas. E, se isso acontecer, o ímpeto para a
mudança será acelerado. Então, acho que temos duas coisas trabalhando a nosso
favor: o mercado maior que joga os preços para baixo e o gerenciamento de risco
empurrando-nos a agir mais rápido.
O sr. já consegue sentir um desengajamento do
público após Paris?
Sim. Eu acho que isso aconteceu.
No caminho para Paris, quem poderia prever, por
exemplo, o papel do papa Francisco?
Eu fui convidado para ir ao Vaticano dois anos e
meio atrás. Achei estranho, porque não sou católico. Encontrei-me com o cardeal
[Peter] Turkson, que é uma espécie de chanceler do Vaticano, e o cardeal
Turkson me sabatinou sobre mudanças climáticas por duas horas. E, em janeiro do
ano passado, fui chamado de novo no Vaticano e encontrei de novo o cardeal
Turkson. E ele disse: “isso ainda não está em domínio público, mas o papa vai
fazer uma encíclica sobre mudança climática”. Aquilo foi incrível! Mas foi
apenas um exemplo. Ban-ki Moon, em setembro de 2014, 120 chefes de governo
foram para lá e um tentou ser melhor que o outro ao falar de mudança climática.
Essa coisa de fazer chefes de governo competirem uns com os outros levou até
Paris e agora minha preocupação é que isso arrefeça. É um risco que até mesmo o
governo britânico tire o pé do acelerador.
Gostaria de voltar a seu ponto sobre emissão
líquida zero em 2035. Como chegar lá?
Na China, o uso de carvão em 2014 comparado a 2013
caiu 2,8% e em 2015 caiu mais 5% comparado com 2014. Então eles já chegaram ao
pico do uso de carvão na China, e disseram que só chegariam lá em 2030. Isso é
impulsionado pelo desejo de ter ar limpo. Os chineses captaram a mensagem.
Qual é o setor que cresce mais rápido na economia
britânica? Geralmente as pessoas falam que é o financeiro, mas é o setor de
nova energia limpa, que há 12 anos não existia. Emprega 465 mil pessoas.
Movimenta 120 bilhões de libras por ano. E cresceu 30% nos últimos três anos.
No Reino Unido, a economia não está crescendo rápido, mas nosso nível de
emprego tem se mantido alto, e é esse setor que tem mantido as taxas.
A Índia… 170 gigawatts de energia limpa em 2022 é o
objetivo do premiê [Narendra] Modi. Há dois anos eu passei um bom tempo com o
ministro de Energia Renovável, que tem a tarefa de executar isso, e eu disse a
ele, num encontro público: você tem um programa muito ambicioso de renováveis.
E ele disse que era a grande oportunidade da Índia. Esta é a maior oportunidade
para tecnologia e geração de riqueza no mundo inteiro, porque a energia é o
maior mercado. E Modi vê a Tata como uma das maiores empresas capazes de botar
as soluções para rodar. Uma vez que as pessoas percebam que há um fator de
crescimento do PIB nisso tudo, [a energia limpa] vai ficar muito mais popular.
Qual é o setor que cresce mais rápido na economia
britânica? Geralmente as pessoas falam que é o financeiro, mas é o setor de
nova energia limpa, que há 12 anos não existia.
Mas, mesmo assim, temos de encarar a matemática…
…você quer tentar me bater com matemática (risos)?
Temos 19 anos para resolver isso. Não vamos
resolver com 5% ao ano de redução do uso de carvão na China.
Não, mas o que estou tentando dizer é: era 2,8%,
agora 5%. Quanto será no ano que vem? Eles estão cortando muito rapidamente.
Mas nós não vamos conseguir emissão líquida zero só olhando para a produção de
energia. Temos de olhar também para ralos de carbono. Precisamos remover mais
carbono da atmosfera. E o Brasil é absolutamente o país certo no qual falar
disso. No Reino Unido, estamos investindo 2 bilhões de libras num programa de
desmatamento evitado e reflorestamento. Trabalhamos com a Noruega e a Alemanha
para um fundo de 6 bilhões de libras entre os três países para criar o que
chamamos de Declaração de Florestas de Nova York, apresentada em 23 de setembro
de 2014. Essa declaração diz que, em 2030, não haverá mais desmatamento de
florestas em lugar nenhum do mundo…
…exceto no Brasil, que não assinou.
Eu sei. Vamos voltar ao Brasil. Passei a manhã
inteira discutindo com os membros do governo que consegui encontrar. Em 2030,
sob este programa, teremos reflorestado uma área do tamanho da Índia. Isso
criará um ralo de carbono capaz de absorver o equivalente às emissões dos EUA.
E não terminamos de criar ralos de carbono em 2030.
Sobre sua observação, você poderia dizer que a
única que não assinou foi o Brasil, ou poderia dizer que o Brasil é a maior
nação florestal do mundo, então deveríamos fazer um esforço maior. E
originalmente minha visita aqui tinha o objetivo de fazer esse esforço maior,
mas não cheguei no momento certo (risos).
Já estamos gastando parte desse dinheiro no Brasil.
Estamos trabalhando com o Brasil, mas mesmo assim ainda esperamos que o Brasil
assine o acordo. Acho que é justo dizer que o governo brasileiro deu uma
guinada nos esforços internacionais para lidar com a mudança climática. A
posição do Brasil mudou de um parceiro relativamente difícil para um parceiro
totalmente positivo no caminho até Paris. O Brasil não está tratando isso
apenas como um tema do Ministério do Meio Ambiente, isso perpassa todo o
governo, e a presidente claramente está tomando as rédeas disso. Parece melhor
para mim, mas é difícil dizer qualquer coisa sobre os rumos do Brasil neste
momento.
Fonte: Observatório do Clima
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