Geração
de renda e preservação da vida marinha de mãos dadas no Nordeste.
Foto: Wagner Bendetti
A Envolverde foi convidada para conhecer o projeto
APA Costa dos Corais, iniciativa que visa proteger espécies marinhas do
nordeste brasileiro com participação das comunidades locais.
Por Fabio Salama, da Envolverde –
Durante 3 dias percorremos, a convite da Fundação
Toyota do Brasil, alguns municípios de Pernambuco e Alagoas para conhecer
comunidades que estão gerando renda através do turismo sustentável e da preservação
da natureza. Este projeto é o Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos
Corais, uma parceria entre a Fundação Toyota do Brasil, o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação SOS Mata
Atlântica. Desde 2011, a ação protege recifes de corais, conserva as áreas de
manguezais e o habitat do peixe-boi marinho, um dos mamíferos aquáticos mais
ameaçados de extinção, além de promover a formação consciente de cidadãos e a
capacitação de profissionais.
Em nossa visita na cidade de Tamandaré (PE)
conhecemos os recifes de corais, conhecidos como “piscinas naturais”, lugares
de extrema beleza, com águas cristalinas e peixes de todas as cores, mas muito
sensíveis ao turismo predatório e descontrolado.
Através do projeto, algumas áreas de recifes foram
fechadas e não é permitido acesso de pessoas, barcos ou pescadores. Nestas
áreas já se notaram aumento de espécies de peixes inclusive alguns ameaçados de
extinção como o Mero. Apesar da conquista, o trabalho de conscientização com
moradores da região não foi fácil. Mauro Maida, oceanógrafo e professor da
Universidade Federal de Pernambuco, explica que houve muita resistência por
parte dos pescadores, já que a iniciativa restringe a segunda maior atividade
econômica na área delimitada.
Um grande desafio do projeto é conscientizar as
pessoas de que deve haver um equilíbrio entre a pesca, o turismo e a
conservação ambiental. Através de encontros e muita conversa eles estão
conseguindo envolver diversos atores neste projeto tais como: associações de
jangadeiros, associações que promovem multidões de limpeza nos manguezais,
empresários, pescadores, alunos da rede local, como também hotéis pousadas e
restaurantes, responsáveis por receber e orientar os turistas.
Foto: Araquém Alcântara.
No município alagoano de Porto de Pedras vimos como
a conscientização da comunidade, geração de renda e o turismo são aliados na
conservação do peixe-boi marinho. A Associação Peixe-boi, que realiza o turismo
de base comunitária na cidade, capacita moradores e ex-pescadores para
trabalhar no projeto.
Hoje, cerca de 70 famílias vivem em razão da
espécie. A entidade recebe até 70 visitantes todos os dias para os passeios em
jangadas ao longo do Rio Tatuamunha para verem os animais soltos.
“O turismo de observação do peixe-boi-marinho é um
dos maiores geradores de renda no município. Muitas pessoas atuam no turismo de
observação enquanto outras conseguem obter renda indiretamente, com o
artesanato, por exemplo”, afirma Flavia Rego, presidente da Associação Peixe-boi.
Curiosidades do peixe-boi marinho
• São mamíferos herbívoros, alimentando-se de 8% a
13% de seu peso de plantas como o capim-agulha e folhas de mangue;
• Podem atingir 600 quilos e medir até quatro
metros;
• A população diminuiu drasticamente principalmente
devido a caça;
• A reprodução da espécie gira em torno de 12 a 14
meses, levando dois anos para se reproduzir novamente;
• O animal pode ficar até cinco minutos em baixo da
água sem respirar. Se estiver em repouso, o animal pode permanecer até 20 minutos
submerso.
Mais sobre a APA Costa dos Corais na Envolverde
Fonte: ENVOLVERDE
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