Crise
hídrica global leva empresas a perderem US$ 2,5 bi.
Foto: Shutterstock
Por Regina Scharf, da Página 22*
O Carbon Disclosure Project (CDP) acaba de divulgar
o relatório “Accelerating Action“, sexta publicação anual de uma série que
mapeia como as principais empresas de capital aberto gerenciam os recursos
hídricos. A pesquisa recolheu dados de 405 corporações, 38% das empresas
listadas em bolsa em nível global. O documento, de 64 páginas, é importante por
compartilhar detalhes de como elas estão se preparando para enfrentar a
crescente escassez de recursos hídricos em diversos mercados, inclusive o
brasileiro. A entidade também disponibiliza um resumo de oito páginas e um site
onde é possível obter informações separadas por país, exemplos de boas práticas
e detalhamento dos impactos negativos já observados pelas empresas.
A ONG, que se notabilizou por dar visibilidade à
pegada de carbono empresarial, representa 617 investidores institucionais que
administram US$ 63 trilhões em ativos. O estudo sinaliza que os grandes
investidores estão cada vez mais interessados no nível de sustentabilidade das
empresas listadas nas bolsas de valores, cientes de que há uma conexão entre
seu desempenho socioambiental e evolução do preço de suas ações.
Quase dois terços das empresas que responderam à
pesquisa indicaram que estão expostas a um risco hídrico e 27% sofreram
prejuízos que, somados, superaram US$ 2,5 bilhões em 2015. A portuguesa EDP,
por exempl o, estimou que este ano terá perdas de ingressos entre US$ 167
milhões e US$ 223 milhões em suas operações no Brasil, devido à seca que
comprometeu a geração hidrelétrica no país.
Mas a maioria das empresas que
participou do estudo também identificou oportunidades de negócios, como o
aumento de vendas de produtos e serviços, ou a economia de custos associados à
eficiência hídrica,
O documento aponta a Asahi Group Holdings, a
Colgate Palmolive, a Ford, Toyota, Harmony Gold Mining e Kumba Iron Ore (ambos
grupos mineradores da África do Sul), a indústria finlandesa de cartões Metsä
Board e o grupo japonês do setor eletrônico Rohm como líderes globais na
racionalização do consumo hídrico.
Fonte: Página 22
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