Acordo de
Paris e ODS estão entre as prioridades da ONU para 2016.
Ban Ki-moon em discurso na Assembleia Geral. Foto:
ONU/Manuel Elías.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou
esta quinta-feira suas prioridades para 2016, seu último ano no comando das
Nações Unidas.
Falando na Assembleia Geral, Ban pediu à comunidade
internacional que acelere o processo de implementação da Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris sobre mudança climática.
Esperança
Segundo o chefe da ONU, esses dois acordos colocam
o mundo em uma direção promissora. Além disso, no momento de uma “gigantesca”
necessidade humanitária, os documentos fornecem a esperança de que será
possível superar as divisões globais em nome do bem comum.
Ele citou ainda como conquistas do ano passado a
Plataforma de Sendai sobre a Redução do Risco de Desastres e a Agenda de Ação
de Adis Abeba de financiamento para o desenvolvimento.
Na área de saúde, o secretário-geral disse que a
transmissão do vírus ebola acabou na Guiné, em Serra Leoa e agora na Libéria. A
pólio está quase extinta no mundo.
Ajuda Humanitária
Ban Ki-moon falou também sobre ajuda humanitária.
Segundo ele, as situações de emergência se agravaram ainda mais na Síria,
Iêmen, Burundi, Iraque e Sudão do Sul.
Ele disse que com a ocupação da Cisjordânia se
aproximando dos 50 anos, as relações entre israelenses e palestinos estão cada
vez mais polarizadas.
Ban afirmou que o preço a ser pago pelo mundo pela
falta de um plano de prevenção pode ser visto por todos os lados: tensões
sectárias, redução da democracia em vários lugares e um “arco de crises” que
vai da região do Sahel, na África, até o Oriente Médio.
Ele declarou que 125 milhões de pessoas necessitam
de assistência humanitária em todo o mundo.
Desafio
O secretário-geral disse que o principal desafio
atual é derrotar o Daesh, denominação em árabe para o grupo Estado Islâmico do
Iraque e do Levante, Isil, o Boko Haram, al-Shabaab, Al Qaeda, entre outros.
Na sua opinião, é importante que isso seja feito
sem utilizar medidas que possam gerar mais extremismo. Os países devem adotar
medidas de contraterrorismo equilibradas e com respeito aos direitos humanos.
Ele declarou que a comunidade internacional deve
superar as divisões que estão mantendo os sírios em agonia, mergulharam o Iêmen
num período trágico e ajudaram a propagar o extremismo violento.
Síria, Iêmen e Burundi
Na Síria, Ban afirmou que as partes envolvidas na
guerra impediram a entrada de ajuda humanitária em Madaya desde outubro. Pelo
menos 400 mil pessoas no país estão sendo mantidas como reféns em áreas
sitiadas.
Para o secretário-geral, essa situação é
“absolutamente inconcebível”.
No Iêmen, Ban afirmou que seu enviado especial está
no país tentando convencer as partes a retomarem as negociações de paz. Ele
disse que nos últimos dias houve um aumento dos bombardeios, dos ataques com
morteiros e também dos confrontos nas ruas.
No Burundi, o chefe da ONU mostrou preocupação com
a situação instável e imprevisível do país. Segundo ele, a violência pode aumentar
ainda mais e se espalhar para nações da região.
Ele elogiou a decisão dos membros do Conselho de
Segurança de visitar o Burundi na semana que vem e disse que a comunidade
internacional deve fazer o necessário para quebrar o impasse político e evitar
uma catástrofe humanitária no país.
Fonte: Rádio ONU
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