Água é
melhor dentro de área protegida.
Cachoeira Salto Mourato. Foto: José Paiva.
Esse foi o resultado da análise feita por alunos da
rede pública no rio Morato, que nasce na Reserva
Natural Salto Morato e corta a Vila Morato, em
Guaraqueçaba/PR.
O rio Morato, que nasce na Reserva
Natural Salto Morato e corta a comunidade do Morato, em
Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, ‘esconde’ dois tipos de água em
sua extensão de 12 quilômetros.
Na parte próxima à nascente, dentro da Reserva,
área natural protegida inserida na Mata Atlântica, a água é
transparente, limpa e de boa qualidade para as espécies que dela
sobrevivem ou que nela habitam. Na parte em que o rio corta a comunidade, onde
vive cerca de 200 pessoas, a água apresenta elementos que indicam
menor qualidade, segundo os critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama). Isso se deve aos diferentes usos da terra e hábitos
da população que, fora dos limites da reserva, acabam por influenciar
na qualidade de água.
Esse foi o resultado do trabalho realizado por
alunos de escolas de ensino público de Guaraqueçaba, que analisaram
a água do rio Morato em dois pontos distintos: em uma área
dentro da reserva e em uma área fora da reserva, próxima à na comunidade de
Morato. Os alunos fazem parte do programa Guardiões da Natureza, ação realizada
pelo Batalhão da Força Verde da Polícia Militar Ambiental do Paraná cujo
objetivo é formar e educar alunos sobre conservação da natureza.
O trabalho consistiu em avaliar
a qualidade da água, observando a quantidade de elementos
químicos como nitrito, comparando os resultados com os parâmetros estabelecidos
pelo do Conama. Para isso, os alunos participantes usaram kits, doados pela
Fundação Grupo Boticário, administradora da Reserva Natural Salto Morato,
com reagentes e réguas que permitiram uma análise simples, mas de eficácia
comprovada. A atividade foi conduzida pela bióloga Maiara Elias, integrante do
programa de voluntários da reserva, o qual possibilita a profissionais
vivenciarem o dia a dia de unidade de conservação, desenvolvendo uma série de
ações, entre elas atividades de educação ambiental.
Na coleta realizada dentro da reserva,
a água apresentou índices de nitrito abaixo de 7,5 mg/l, valores
dentro do permitido. Já a coleta que foi feita fora da reserva apresentou
índices de nitrito com variações entre 7,5 mg/l a 15 mg/l, fora dos parâmetros
estabelecidos pelo Conama. O teste do nitrito é um parâmetro simples, mas de
fundamental importância na verificação da qualidade da água para
consumo, pois sua presença é um indicativo de contaminação recente, procedente
de material orgânico vegetal ou animal.
“A atividade mostra de forma clara o papel que as
áreas protegidas exercem para garantir água de boa qualidade”,
afirmou Marion Bartolamei Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação
Grupo Boticário. Segundo Marion, os resultados desse trabalho serão
apresentados à população da comunidade próxima à Reserva
NaturalSalto Morato para conscientizar sobre os efeitos nocivos que o
despejo de esgoto, lixo e outros dejetos causam à água. “Queremos envolver
os moradores para que eles preservem esse recurso natural indispensável à vida,
mas que corre o risco de ficar escasso”, disse.
Fonte: ENVOLVERDE
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