Sociedade
civil pede mais ousadia na luta contra o desmatamento.
Carta entregue nesta quarta-feira (3) ao
Ministério do Meio Ambiente sugere um conjunto de ações estratégicas para
colocar fim ao desmatamento.
Por Redação do Greenpeace Brasil –
Na última década o Brasil conseguiu reduzir significativamente
os níveis de desmatamento. Mas desde 2011 o desmatamento na Amazônia está
estagnado, com uma perda média de 5 mil km²/ano de florestas e a tendência é
que a destruição volte a aumentar, diante da inércia de governos em lidar com o
problema. Neste contexto, faz-se extremamente necessário e urgente que novas
estratégias sejam colocadas em prática a fim de evitar um aumento nas taxas de
desmatamento.
Por isso, nesta quarta-feira (3), um grupo de
organizações da sociedade civil entregou nas mãos do ministro do meio ambiente,
José Sarney Filho, uma carta com 14 demandas que, se executadas, podem levar à
redução e até ao fim do desmatamento no Brasil. Entre as sugestões estão
medidas como a revisão imediata da meta de zerar o desmatamento ilegal apenas
em 2030, aumentar a eficácia da fiscalização, destinar para proteção ou uso
sustentável florestas públicas não destinadas, assegurar a proteção efetiva das
Unidades de Conservação e ampliar a proteção do Cerrado.
Leia na íntegra a carta entregue ao Ministério do Meio
Ambiente.
O grupo, composto pelo Greenpeace Brasil,
Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e
Agrícola (Imaflora), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam),
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), The Nature Conservancy
(TNC) e WWF-Brasil, foi o mesmo que, no ano passado, originou o manifesto “Desmatamento Zero e o futuro do Brasil”, publicado pouco
antes da Conferência de Paris. Na época, as organizações já sinalizavam que o
governo brasileiro deveria se comprometer com o Desmatamento Zero.
Desmatamento ainda é problema grave
Apesar de entender a importância das florestas
para a vida na terra, continuamos destruindo importantes áreas de vegetação.
Desde 2011 o desmatamento na Amazônia está estagnado 5.544 km²/ano, em média.
Significa que perdemos uma área equivalente ao território do Distrito Federal
todos os anos.
E a situação ainda pode piorar. O último boletim
do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon, referente a junho deste
ano, registrou um aumento de 97% no desmatamento da Amazônia, na comparação com
o mesmo período de 2015. A temporada de incêndios está começando e a previsão é
de que seja a mais intensa dos últimos 11 anos.
A destruição das florestas traz prejuízos à toda
a sociedade, desde a perda de biodiversidade até alteração no regime de chuvas
que enchem os reservatórios de água nas grandes cidades e irrigam plantações. O
setor agrícola, por exemplo, já está sofrendo de maneira intensa com os efeitos
das alterações climáticas. Insistir no desmatamento comprometerá o futuro do
país. O Brasil pode virar este jogo. Mas, para isso, precisa voltar a se mover
na única direção possível, rumo ao Desmatamento Zero.
Fonte: Greenpeace
Brasil
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