segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Sociedade civil pede mais ousadia na luta contra o desmatamento.
Carta entregue nesta quarta-feira (3) ao Ministério do Meio Ambiente sugere um conjunto de ações estratégicas para colocar fim ao desmatamento.

Por Redação do Greenpeace Brasil – 

Na última década o Brasil conseguiu reduzir significativamente os níveis de desmatamento. Mas desde 2011 o desmatamento na Amazônia está estagnado, com uma perda média de 5 mil km²/ano de florestas e a tendência é que a destruição volte a aumentar, diante da inércia de governos em lidar com o problema. Neste contexto, faz-se extremamente necessário e urgente que novas estratégias sejam colocadas em prática a fim de evitar um aumento nas taxas de desmatamento.

Por isso, nesta quarta-feira (3), um grupo de organizações da sociedade civil entregou nas mãos do ministro do meio ambiente, José Sarney Filho, uma carta com 14 demandas que, se executadas, podem levar à redução e até ao fim do desmatamento no Brasil. Entre as sugestões estão medidas como a revisão imediata da meta de zerar o desmatamento ilegal apenas em 2030, aumentar a eficácia da fiscalização, destinar para proteção ou uso sustentável florestas públicas não destinadas, assegurar a proteção efetiva das Unidades de Conservação e ampliar a proteção do Cerrado.

Leia na íntegra a carta entregue ao Ministério do Meio Ambiente.

O grupo, composto pelo Greenpeace Brasil, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), The Nature Conservancy (TNC) e WWF-Brasil, foi o mesmo que, no ano passado, originou o manifesto “Desmatamento Zero e o futuro do Brasil”, publicado pouco antes da Conferência de Paris. Na época, as organizações já sinalizavam que o governo brasileiro deveria se comprometer com o Desmatamento Zero.

Desmatamento ainda é problema grave

Apesar de entender a importância das florestas para a vida na terra, continuamos destruindo importantes áreas de vegetação. Desde 2011 o desmatamento na Amazônia está estagnado 5.544 km²/ano, em média. Significa que perdemos uma área equivalente ao território do Distrito Federal todos os anos.

E a situação ainda pode piorar. O último boletim do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon, referente a junho deste ano, registrou um aumento de 97% no desmatamento da Amazônia, na comparação com o mesmo período de 2015. A temporada de incêndios está começando e a previsão é de que seja a mais intensa dos últimos 11 anos.

A destruição das florestas traz prejuízos à toda a sociedade, desde a perda de biodiversidade até alteração no regime de chuvas que enchem os reservatórios de água nas grandes cidades e irrigam plantações. O setor agrícola, por exemplo, já está sofrendo de maneira intensa com os efeitos das alterações climáticas. Insistir no desmatamento comprometerá o futuro do país. O Brasil pode virar este jogo. Mas, para isso, precisa voltar a se mover na única direção possível, rumo ao Desmatamento Zero.


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