Munícipes
de Carlinda destacam agricultura familiar e saneamento na agenda da gestão
pública.
Autor Sucena Shkrada Resk -
12/08/2016
Participantes
se dividiram em grupos e depois consolidaram suas propostas para a carta de
prioridades. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV.
Representantes de diferentes segmentos da sociedade
civil do município de Carlinda, no norte mato-grossense, formularam nesta
quinta-feira (11/08), uma carta de prioridades para a gestão pública local,
para ser apresentada aos candidatos a prefeito neste ano, com o objetivo de que
possam se comprometer com as metas, e na sequência, o compromisso ser
ratificado pelo eleito. A proposta é que consolidem a partir do ano que vem um
Observatório Social da Gestão Pública local com o papel de acompanhar, cobrar e
auxiliar no cumprimento das reivindicações. As iniciativas consideradas
prioritárias pela maioria dos 55 participantes estão relacionadas à agricultura
familiar e ao saneamento ambiental municipal. A atividade foi realizada durante
oficina do Movimento
Municípios Sustentáveis, que está em curso em outros municípios da região.
Temas considerados relevantes para os munícipes são
a regularização fundiária e o fortalecimento da agricultura familiar, por meio
da implementação do Sistema de Inspeção Municipal (SIM).
“Atualmente há
duas áreas nesta situação, as localidades São Paulo e Pinheiro Velho, mas que
já têm inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR)”, explicou Ivonete Salete
Jacques, engenheira florestal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Os
participantes reivindicam maior empenho do poder público local está em
negociação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O agricultor familiar Cícero Correia dos Santos,
vice-presidente da Associação da comunidade Maravilha, afirma que o anseio dos
pequenos produtores rurais é melhorar a situação de vida. “Temos dificuldades
de ter assistência técnica permanente e de comercialização do que plantamos.
Quero participar deste grupo da sociedade e não medirei esforços para poder
acompanhar o observatório”, disse.
Problemas
e soluções para o município foram apontadas por munícipes. Foto: Sucena Shkrada
Resk/ICV.
A necessidade de uma atenção maior à agricultura
familiar também foi exposta por Flávio Lima da Silva, professor do curso
técnico de Agroecologia da EE Frei Caneca, na área rural da comunidade Nazaré,
onde estudam 23 alunos (quase todos participaram também da oficina). “O nosso
objetivo é que por meio desse curso diminua o êxodo rural e precisamos de
fortalecimento de nossa infraestrutura”, afirmou. Essa foi uma das metas
consolidadas pelos presentes, na carta de prioridades, que expuseram ainda a
preocupação com a inserção gradativa da monocultura extensiva da soja no
município e como monitorar e ver uma maneira de controlar a expansão e seus
reflexos nos pequenos produtores rurais.
Os munícipes de Carlinda também ressaltaram a
importância da melhoria do saneamento ambiental, por meio da implementação da
rede de coleta e tratamento de esgoto e da rede pluvial. A destinação dos
resíduos sólidos é mais um ponto que precisa de uma solução definitiva, segundo
os participantes. O lixão local foi desativado, segundo Salete, e há um ano, os
resíduos de Carlinda seguem para o aterro de Alta Floresta, que fica a oito
quilômetros do município. “Lá está em processo de licenciamento e houve esta
opção porque o município tem cerca de 11 mil habitantes, o que permite que
possa fazer parceria com o município polo regional”, explicou.
Para João Ribeiro dos Reis, presidente do Rotary
Club local, a oficina possibilitou que os participantes pudessem tratar de uma
multiplicidade de assuntos importantes à qualidade de vida no município.
“Trouxe a nós um olhar sobre problemas que não dávamos conta da extensão.
Resgatou essas informações. O observatório será um importante espaço de
participação da sociedade na gestão municipal e, inclusive, terá o papel de
auxiliar a prefeitura, de certa forma, ao cobrar os cumprimentos das metas”,
avaliou.
O Movimento Municípios Sustentáveis teve início no
dia 2 de agosto, com oficina em Paranaíta, seguida de outra em Nova Monte
Verde, em Terra Nova do Norte e esta de Carlinda. A agenda das próximas
atividades e as cartas das prioridades incluíram objetivos dos planos de metas
dos municípios (construídos com a participação de conselhos municipais, entre
outros), podem ser conferidos no hotsite da
mobilização. A facilitação deste processo está sendo apoiado pelo Instituto
Centro de Vida (ICV). Mais cinco municípios (Peixoto de Azevedo, Apiacás, Nova
Bandeirantes, Cotriguaçu e Guarantã do Norte) integram esta mobilização até
setembro.
Veja também:
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Fonte: ICV
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