Cana se
mantém como 1ª fonte de energia renovável no Brasil.
São Paulo, 18 de agosto de 2015 –
Em 2015, a participação da biomassa da cana-de-açúcar na matriz energética
nacional foi de 16,9% contra 15,7% do ano anterior, segundo o último Balanço
Energético Nacional (BEN 2016 – ano base 2015), divulgado em junho pela Empresa
de Pesquisa Energética (EPE). Esse é o melhor resultado desde 2009, quando esse
percentual atingiu 18,1%.
O diretor Técnico da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, ressalta que pelo 8º ano
consecutivo a cana e seus subprodutos lideram o ranking das fontes renováveis
usadas no Brasil, ficando à frente das hidrelétricas (11,3%); lenha e carvão
vegetal (8,2%); solar, eólica e outras fontes alternativas (4,7%).
“Analisando os dados históricos publicados pela
EPE desde 1970, observa-se que a biomassa da cana alternou o posto de 1º lugar
entre as fontes limpas com a hidroeletricidade. Assumiu a hegemonia a partir de
2007, e hoje já representa 40% da oferta interna de energias limpas”, comenta o
executivo.
Se considerado as fontes fósseis, os canaviais
ficaram atrás apenas do setor de petróleo e derivados, responsável por 37,3% da
matriz nacional no último ano. Os renováveis, especificamente, responderam por
41,2% do volume de energia ofertado internamente em 2015, índice entre os mais
altos do mundo.
No setor de transportes, a participação dos
renováveis evoluiu de 18% em 2014 para 21% no ano passado, em virtude do
crescimento na produção e no consumo de etanol associado ao recuo na
comercialização de gasolina. Em 2015, o bagaço de cana representou 11% e o
etanol 6,1% do consumo total de energia no Brasil.
Bagaço e palha
No mercado de energia elétrica, o levantamento da
EPE informa uma redução geral de 1,3% na oferta interna em comparação com 2014.
Apesar do decréscimo da hidroeletricidade, que pelo quarto ano seguido
apresentou condições desfavoráveis, a presença de outras fontes renováveis na
matriz elétrica nacional avançou de 74,6% em 2014 para 75,5% em 2015.
Este cenário tem como principais fatores a queda
de 18,6% na geração térmica à base de derivados de petróleo, e ao incremento
das gerações à biomassa (bioeletricidade sucroenergética) e eólica, que
cresceram 5,4% (de 44.987 GWh para 47.395 GWh) e 77,1% (de 12.210 GWh para
21.625 GWh), respectivamente. O dado referente à biomassa inclui, além do
bagaço e palha de cana-de-açúcar, lixívia, lenha, outras fontes primárias e a
parcela destinada ao autoconsumo nas usinas.
Segundo informa a Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), com relação específica à oferta de bioeletricidade
sucroenergética para a rede em 2015, o volume total foi de 20.169 GWh, um
crescimento de 4% em relação ao ano de 2014.
“Esta oferta de energia renovável para o sistema
representou o equivalente a poupar 14% da água nos reservatórios do submercado
Sudeste/Centro-Oeste, justamente porque esta geração pelas unidades produtoras
de cana ocorre em uma época crítica para o setor elétrico, que sofre com o
período seco do ano que coincide com a colheita canavieira na região Centro-Sul
do País”, conclui Antonio de Padua.
Para acessar o Balanço Energético Nacional (BEN
2016 – ano base 2015) da EPE clique
aqui.
Fonte: ENVOLVERDE
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