Menos da
metade da população brasileira tem acesso a saneamento.
Existem 100 milhões de pessoas sem acesso a
sistemas adequados de saneamento na América Latina e 70 milhões não têm água
encanada, segundo dados da ONU. No Brasil, menos da metade da população tem
acesso a redes de esgoto. Foto: EBC
Apenas 39% das residências têm seus rejeitos
tratados adequadamente. Falta de tratamento afeta saúde da população e polui
fontes de recursos hídricos. No Brasil, água é fundamental para agricultura e
setor de energia.
Por Redação da ONU Brasil –
O Brasil abriga um quinto das reservas hídricas do
mundo, mas a abundância não significa acesso
universal a água própria para o consumo, nem a saneamento. Menos da
metade — cerca de 48,6% — da população brasileira é atendida por serviços de
esgoto e apenas 39% das residências têm seus rejeitos tratados.
Os números são do Banco Mundial, que alertou na
quarta-feira (3) para as desigualdades na distribuição de água entre a
população, a indústria e a agricultura no Brasil, além de detalhar a
importância dos recursos hídricos para a economia brasileira.
Embora 82,5% dos brasileiros tenham acesso a água,
apenas 43% dos domicílios entre os 40% mais pobres do país têm vasos sanitários
ligados à rede de esgoto, segundo dados de 2013.
A falta de tratamento faz com que poluentes sejam
jogados diretamente na água ou processados em tanques sépticos desregulados,
com graves consequências para a qualidade dos recursos hídricos, bem como para
o bem-estar da população.
O Banco Mundial chama atenção ainda para o
desperdício registrado nas empresas de abastecimento — perdas chegam a 37%.
De acordo com a agência da ONU, o financiamento e
subsídios do setor são baseados em uma estrutura tarifária ultrapassada que,
somada ao excesso de pessoa e elevados custos operacionais, encarecem a oferta
para os consumidores.
Os gastos com a produção inviabilizam novos
investimentos, capazes de tornar a infraestrutura mais resistente a eventos
climáticos extremos como secas e inundações.
Economia brasileira depende da água
O organismo financeiro destaca que 62% da energia
do país é gerada em usinas hidrelétricas e 72% da água disponível para o
consumo é destinada à irrigação na agricultura.
O Banco Mundial lembra que o Brasil é o segundo
maior exportador de alimentos do mundo — sendo a agricultura e o agronegócio
responsáveis por 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, apenas pouco
menos de 20% da área de terras irrigáveis não contam com sistemas de água para
o cultivo.
Segundo a agência da ONU, mesmo com a
diversificação das fontes de energia prevista para as próximas duas décadas, as
usinas hidrelétricas continuarão entregando 57% da eletricidade usada no
Brasil.
Tamanha dependência significa que, em tempos de
crise – como a vivida por São Paulo em 2014 e 2015 –, a produtividade de
diversos setores econômicos pode ser ameaçada.
“Em São Paulo, por alguns meses, não ficou claro se
as indústrias, como a de alumínio, grande consumidora de água, poderiam
continuar produzindo no ritmo anterior à crise hídrica”, lembra o líder do
programa de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial no Brasil, Gregor
Wolf.
Fonte: ONU Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário