Atletas
pelo clima.
Por Redação da Envolverde*
A campanha “1,5°C: o recorde que não devemos
quebrar” encerrou sua primeira fase com a adesão de mais de cem atletas de 34
países, que mandaram pelas redes sociais sua mensagem sobre o limite máximo
para o aquecimento global. Da Dinamarca à Nigéria, do Canadá ao Sudão, a
iniciativa contou com a participação de representantes de nações dos cinco
continentes, de várias latitudes e graus de desenvolvimento.
Grande parte do apoio veio de representantes das
nações mais vulneráveis ao clima, como Somália, Ilhas Marshall, Fiji e Papua
Nova Guiné, entre outros. Entre eles, o único representante de Tuvalu, Etimoni
Timuani, e o levantador de peso de Kiribati, David Katoatau, que ganhou a
primeira medalha de ouro para seu país e que roubou a cena com uma dança de
comemoração. Vítima de evento climático extremo que destruiu sua casa, David
começou a dançar após competir justamente para chamar a atenção para a situação
de Kiribati, uma pequena nação insular que corre o risco de desaparecer por
causa da elevação do nível do mar.
A atividade esportiva será dramaticamente
afetadas pelas mudanças climáticas. Como mostrou relatório Mais Longe do Pódio – Como as
Mudanças Climáticas Afetarão o Esporte no Brasil, divulgado
pelo Observatório do Clima durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o
risco de atletas literalmente morrerem de calor será multiplicado no Brasil e
nos demais países tropicais nas próximas décadas caso não se reduzam
dramaticamente as emissões globais.
Além dos esportistas que competiram na Olimpíada,
a campanha também contou com a participação do Ministro do Meio Ambiente, José
Sarney Filho, do diretor-presidente da Fapesp, José Goldemberg, de
representantes do mundo internacional dos negócios representados pelo B-Team e
das várias organizações não-governamentais que integram o Observatório do
Clima, – um dos organizadores da campanha, que surgiu a partir de uma ação em
rede envolvendo o Fórum das Nações Vulneráveis, o Pnuma (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente) e o iCS (Instituto Clima e Sociedade). A campanha
conquistou também o apoio da organização de jovens Engajamundo, que coordenou
um flashmob com quase cem participantes na Praça Mauá às vésperas do
encerramento da Olimpíada.
A divulgação da campanha incluiu um filme de 30
segundos com locução em português, inglês, francês, espanhol, turco e chinês
que foi compartilhado nas redes sociais pela Convenção do Clima das Nações
Unidas e foi exibido na última reunião dos representantes governamentais dos
Países Mais Vulneráveis ao Clima. No Brasil, ele foi veiculado pela Rede Globo,
por meio de sua área de responsabilidade social no âmbito da plataforma Menos é
Mais, de mobilização social sobre sustentabilidade e consumo consciente. Nas
redes sociais, foi visto por mais de 150 mil pessoas.
Diversos atletas também
gravaram seus depoimentos – entre eles, a esgrimista brasileira Nathalie
Moellhausen, que protagoniza um vídeo respondendo à pergunta de muitas pessoas:
o que precisamos fazer?
“Mês após mês, ano após ano, estamos vivendo uma
sucessão ininterrupta de recordes de temperatura que não deixam margem para
dúvida: estamos em meio a uma tendência perigosa de aquecimento do planeta”,
alerta Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima. “Precisamos
agir rápido para limitar esse aquecimento a 1,5o C. Sabemos como isso pode ser
feito: precisamos parar de queimar petróleo e carvão, precisamos parar de
desmatar e queimar matas e florestas. Foi esse o recado que atletas de todo o
mundo deram durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E isso não apenas é
bom para o clima, mas também para a geração de empregos e renda.”
A campanha “1,5° C: o recorde que não devemos
quebrar” terá uma segunda etapa durante a Paraolimpíada.
Fonte: ENVOLVERDE
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