Ministro defende meta de 1,5 grau.
O ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) segura
cartaz da campanha 1.5: o recorde que não devemos quebrar, lançada nesta
quinta-feira no Rio.
“Meio grau pode parecer pouco. Mas para muitos pode
significar a sobrevivência”, destacou o ministro do Meio Ambiente, Sarney
Filho, durante evento sobre clima e Olimpíada organizado por parceiros do
OC.
Por Redação do OC –
O ministro brasileiro do Meio Ambiente defendeu a
meta de 1,5oC como limite para o aquecimento global. Durante discurso em evento
sobre Olimpíada e Mudanças Climáticas realizado na manhã desta quinta feira
(28/07), no Rio de Janeiro, José Sarney Filho manifestou-se favoravelmente à
posição que foi defendida por mais de 100 nações durante as negociações que
culminaram no Acordo de Paris: ultrapassar o limite de 1,5oC não é uma opção
segura para a humanidade.
“Na luta contra a mudança do clima não temos opção
senão vencer. Por isso reitero e renovo o compromisso do nosso ministério de
dar pleno cumprimento ao Acordo de Paris e fazer todos os esforços para que
globalmente sejamos vitoriosos em limitar o aumento da temperatura em 1,5 grau.
Meio grau pode parecer pouco. Mas para muitos pode significar a sobrevivência”,
declarou Sarney Filho. “O foco daqui em diante deve ser a implementação com
esforço para ir além das metas declaradas e para encurtar os prazos. Alcançar
uma redução ambiciosa de emissões não é uma mera intenção, é uma necessidade”,
completou.
“As palavras do ministro Sarney Filho em nome do
governo brasileiro, pela primeira vez tratando o limite de 1,5o C como a meta a
ser buscada e vê-lo reconhecer que isso requer esforço maior do que as metas
dos países para o Acordo de Paris, representam um avanço importantíssimo”,
disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Devemos
esperar, portanto, que o governo brasileiro passe do discurso à pratica e não
apenas assuma compromissos mais ambiciosos do que aqueles que já apresentou,
mas, principalmente, que torne a ação climática um pilar fundamental de nossa
agenda de desenvolvimento.”
O ministro Sarney Filho também defendeu o
fortalecimento das políticas ambientais: “Para conseguirmos criar uma economia
de baixo carbono até meado do século que de fato limite o aumento da
temperatura em no máximo 1,5 em relação à era pré industrial precisamos
fortalecer as políticas ambientais. Elas não podem ser vistas como entraves ao
crescimento econômico, mas precisam ser encaradas como uma verdadeira solução
para termos um padrão de desenvolvimento sustentável com inclusão social e
respeito ao meio ambiente”, acrescentou.
Os prejuízos que as mudanças climáticas já estão
causando ao Brasil também foram lembrados pelo ministro: “Somos um
país-continente. Já sofremos fortes impactos da mudança do clima como aumento
das cheias e as secas cada vez mais extensas e extremadas no Nordeste. Nossos
rios sofrem com falta de água. Nossas matas sofrem com queimadas que são
ampliadas pelo câmbio climático.
Temos muito que fazer se quisermos de fato
criar uma economia sustentável e de baixo carbono”, destacou o ministro, que
foi também um dos primeiros a aderir a campanha “1,5oC: o recorde que não
devemos quebrar”, que está sendo lançada hoje pelo Fórum das Nações
Vulneráveis, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o
Observatório do Clima e o Instituto Clima e Sociedade (iCS).
O ministro do Meio Ambiente saudou a aprovação do
Acordo de Paris pela Câmara dos Deputados.
“A pronta ratificação do acordo será
um forte sinal à comunidade internacional do nosso empenho e compromisso com a
redução de emissões e adaptação à mudança do clima”, explicou. “Somos
solidários com os países que, embora não tenham contribuído em nada para gerar
o problema climático, sofrem de forma desmesurada os seus efeitos”, completou.
“Reafirmo a importância do enfrentamento resoluto e
ambicioso da mudança do clima, uma medida indispensável para assegurar nosso
caminhar em relação ao desenvolvimento sustentável”, afirmou o ministro. “Nosso
projeto de desenvolvimento é um projeto de Estado que encontra respaldo em toda
sociedade”, destacou. “Temos reiterado nossos compromissos em adotar políticas
e ações em todos os níveis – federal, estadual, municipal – para cumprir com a
agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A erradicação
da miséria e melhor qualidade de vida e oportunidade de trabalho permanecem
nossa prioridade absoluta”, salientou.
O debate sobre Olimpíada e Mudanças Climáticas
contou também com a participação de Denise Hamú (PNUMA), Martin Raiser (Diretor
do Banco Mundial no Brasil), Ana Toni (GiP), Carlos Ritll (Observatório do
Clima), Max Edkins (Connect4Climate, Grupo Banco Mundial), Ann Duffy (Vancouver
2010), David Stubbs (Londres 2012), Shigueo Watanabe Junior (Instituto
Escolhas), Tania Braga (Rio2016), Nicoletta Piccolrovazzi (Dow Chemical), Denis
Bochatay (Quantis) e Braulio Pikmann (ERM). O evento foi realizado no Museu do
Amanhã com apoio do próprio Museu, do comitê Rio2016 e do Observatório do
Clima.
Fonte: Observatório do Clima
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