Comissão aprova proibição de ações cruéis em rodeios e vaquejadas.
A perseguição e laçada de animais
em rodeios, vaquejadas e eventos similares poderá ser proibida.
Proposta (PL 2086/11) neste sentido foi aprovada pela Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos
Deputados. Segundo o texto, quem não cumprir a norma poderá ser
multado em até 30 mil reais.
Autor da proposta, o deputado
Ricardo Trípoli, do PSDB de São Paulo, ressalta a crueldade que
envolve esse tipo de atividade:
“Um animal indefeso, pequeno,
novinho, sendo laçado, as patas todas amarradas, e o sujeito pega
pelo pescoço e asfixia o animal. Matando o animal na frente de todo
mundo. É uma coisa degradante. Então, a opinião pública não quer
mais isso. E o que nós estamos fazendo aqui é um projeto que atenda
a demanda das pessoas que têm expectativa e que não querem ver mais
maus-tratos aos nossos animais.”
O autor da proposta lembrou que, em
eventos como a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, alguns touros
jovens são abatidos depois de ficarem paralisados quando têm suas
colunas vertebrais quebradas por peões.
Representante da Proanima –
Associação Protetora de Animais -, Francisco Carlos Rosa destaca
que os animais também têm direitos:
“Quando se fala de bem-estar
animal, o que a gente vê mais assim nas pessoas é o animal
doméstico, é o cachorro, é o gato, mas sem esquecer de que, por
exemplo, porcos, os bois, todos eles têm também sentimentos,
sofrem, sentem dor. As pessoas não têm essa percepção. E é
importante que se tenha. Por isso que essa discussão no Congresso é
tão importante para as pessoas começarem a se conscientizar de que
os animais têm direito e não são apenas os animais que estão na
nossa casa, cães, gatos. Não, acho que todos os animais têm que
ser protegidos e tem que ser assegurado a eles o bem-estar.”
No ano passado, o Congresso aprovou
uma emenda constitucional que considera a vaquejada como evento
cultural e desportivo. O deputado Ricardo Trípoli contesta:
“O dicionário de Câmara Cascudo,
que é um nordestino, e que lidava com essas questões, dizia
exatamente: isso não é uma atividade esportiva; não é uma
atividade cultural; não é uma atividade que leva as pessoas a terem
prazer. Leva os animais a terem sofrimento, e por conta dessa
atividade é que nós estamos fazendo um projeto de lei para acabar
definitivamente com esse tipo de atividade.”
O projeto foi rejeitado
anteriormente pela Comissão de Agricultura. E ainda será analisado
pelas comissões do Esporte e de Constituição e Justiça, antes de
ser votado pelo Plenário da Câmara.
Fonte: Câmara
Notícias
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