48,6% dos municípios do país foram afetados por secas nos últimos 4 anos.
Seca
no sistema Cantareira. Foto: BBC
BGE
Entre 2013 e 2017, dos 5.570
municípios brasileiros, 2.706 (48,6%) foram afetados por secas,
1.726 (31,0%) por alagamentos, 1.515 (27,2%) por enxurradas, 1.093
(19,6%) por processos erosivos acelerados e 833 (15,0%) por
deslizamentos. No entanto, em 2017, 59,0% dos municípios brasileiros
não apresentavam nenhum instrumento voltado à prevenção de
desastres, e apenas 14,7% (821 municípios) tinham Plano de
Contingência e/ou Prevenção para a seca.
Os dados são do Perfil dos
Municípios Brasileiros (Munic) 2017 que, pela primeira vez, traz
informações sobre a gestão da política agropecuária nos
municípios brasileiros. Verificou-se que a maioria dos municípios
(92,7%) tinham órgão gestor para política agropecuária e que os
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural estavam presentes em
63,7% dos municípios. Além disso, 66,6% dos municípios tinham
programas de acesso a insumos agropecuários, com destaque para o
acesso a mudas e sementes, presentes em 66,9% e 66,6% dos municípios
com esse tipo de ação ou programa.
Em 2017, 93,4% dos municípios
tinham algum tipo de estrutura na área ambiental (secretaria, setor
ou órgão de administração indireta) contra 88,5%, em 2012. A
presença de Fundos de Meio Ambiente aumentou de 37,2%, em 2012, para
50,3%, em 2017. Em 67,0% dos municípios existia algum tipo de
legislação ambiental ou instrumento de gestão ambiental, com
destaque para as que tratam de saneamento básico (47,1%), coleta
seletiva de resíduos sólidos domésticos (41,9%) e área e/ou zona
de proteção ou controle ambiental (32,2%).
Em relação à habitação, 3.890
(69,8%) municípios tinham, em 2017, algum tipo de estrutura
responsável pelas políticas habitacionais. Além disso, 3.319
municípios (59,6%) têm Conselho Municipal de Habitação, mas pouco
mais da metade (1.680) havia se reunido ao menos uma vez no período
de 12 meses. Entre as situações relacionadas à precariedade nas
condições de habitação, a mais comum foi a presença de
“loteamentos irregulares e/ou clandestinos”, registrada em 3.374
municípios (60,6%).
Já em relação à política de
transportes, 1.418 (25,5%) municípios não tinham nenhum órgão
para gestão das políticas de transporte e apenas 534 municípios
(9,6%) tinham Conselho Municipal de Transporte. Os ônibus
intramunicipais circulavam em 1.679 (30,1%) municípios, sendo que
662 (39,4%) não tinham frota com acessibilidade. Entre os 3.891
municípios sem serviço de transporte coletivo por ônibus
intramunicipal, 1.222 eram atendidos por serviço de transporte
coletivo por ônibus intermunicipal. Além disso, 4.109 municípios
(73,8%) tinham taxis, 2.983 (53,6%) tinham vans, e 2.560 (46,0%)
tinham mototáxi. Um conjunto de 162 municípios não tinha nenhum
dos tipos de serviço de transporte rodoviário de passageiros e o
transporte por barcos ocorria em 426 municípios.
Em 2017, 4.908 prefeituras eram
ocupadas por homens, e 662, por mulheres, ou seja, as prefeitas
representavam 11,9% do total. Esse percentual caiu em relação a
2013 (12,1%), porém, quase dobrou em relação a 2001 (6,0%). Além
disso, 6.327.808 pessoas estavam ocupadas na administração direta e
indireta municipal, o equivalente a 4,2% da população de 18 anos ou
mais. Em relação a 2015, esse total caiu 3,4%.
Região Nordeste tem 82,6% dos municípios afetados pela seca.
Região Nordeste tem 82,6% dos municípios afetados pela seca.
Nos últimos 4 anos cobertos pela
pesquisa, episódios de seca atingiram 2.706 municípios (48,6%). O
Nordeste teve a maior proporção de municípios afetados (82,6%) e o
Sul, a menor (10,7%). Roraima teve 14 dos 15 municípios atingidos.
Apenas 14,7% (821 municípios) informaram ter Plano de Contingência
e/ou Prevenção para a seca.
Os alagamentos atingiram 1.729
municípios (31,0%), com maior concentração na região Sul (53,9%)
e menor, no Nordeste (13,2%). Quanto maior a classe de tamanho da
população dos municípios, maior a proporção destes atingidos por
alagamentos: 92,9% dos com mais de 500 mil habitantes contra 18,8%
dos com até 5 mil habitantes.
Em 1.093 municípios (19,6%)
ocorreram processos erosivos acelerados, com a maior concentração
naqueles com mais de 500 mil habitantes, 54,8%, contra 13,9% naqueles
com até 5 mil. As enchentes ou inundações graduais atingiram 1.515
municípios (27,2%) nos últimos quatro anos, com maior concentração
na região Sul (50,7%) e menor no Nordeste (7,2%). O maior percentual
de municípios atingidos ocorreu no Amazonas (90,3%).
As enxurradas ou inundações
bruscas, provocadas por chuvas intensas, que fazem os canais naturais
de drenagem transbordarem de forma rápida e imprevisível, atingiram
1.590 municípios, com maior concentração na região Sul (55,3%) e
nos municípios com mais de 100 mil a 500 mil (61,9%). O estado menos
afetado foi o Ceará (1,3%).
Escorregamento e deslizamento
ocorreram em 833 municípios (15,0%), tendo como causa principal a
infiltração de água das chuvas combinada com mudanças nas
condições naturais do relevo, como cortes para construção de
moradias, rodovias, aterros e outras obras. As regiões Sudeste
(21,2%) e Sul (24,8%) foram as que apresentaram a maior concentração
de municípios atingidos por escorregamento ou deslizamento de
encostas, e a menor, a Centro-Oeste (3,2%). O maior percentual
ocorreu nos municípios com mais de 500 mil habitantes (61,9%),
contra 9,9% naqueles com mais de 5 mil até 10 mil habitantes (9,9%).
A Munic 2017 ainda traz informações
sobre a gestão e a estrutura dos municípios, relacionadas aos temas
perfil do gestor, recursos humanos, habitação, transporte,
agropecuária, meio ambiente e gestão de risco e resposta a
desastres naturais.
Publicação completa – Munic 2017
05/07/2018
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101595
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101595
Fonte: EcoDebate
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