Comunidade científica alerta para mortandade de macacos por causa da febre amarela.
Desinformação sobre febre amarela coloca macacos em perigo. Especialistas de instituições de pesquisa e conservação sobre primatas fazem alerta à sociedade e prestam esclarecimentos sobre a doença.
Por Redação do ICMBio –
Brasília (16/02/2017) – Representantes da
comunidade científica brasileira, ligados à área da conservação dos primatas,
expediram nesta quarta-feira (15) nota à imprensa alertando para um desastre
ambiental “gravíssimo” que ocorre neste momento: a mortandade sem precedentes
na história do país de macacos da Mata Atlântica em função do vírus da febre
amarela.
Na nota, os especialistas mostram-se preocupados,
não só com a dimensão das mortes de animais, mas, também, com a disseminação de
“informações equivocadas”, que dão a entender que os macacos são responsáveis
pela “existência do vírus” e “por sua transmissão aos humanos”.
Isso não procede, fazem questão de destacar os
estudiosos, que pedem na nota o apoio da imprensa nacional (jornais, rádios,
TVs e sites na internet) para a divulgação das informações corretas.
Segundo eles, os macacos, assim como os humanos,
não transmitem o vírus. Pelo contrário, são vítimas da doença. Ao serem
contaminados, os primatas cumprem a função de “sentinela”, ou seja, alertam
para o surgimento da doença. Por isso, em vez de molestados, devem ser
preservados.
As “informações equivocadas”, ressaltam os
pesquisadores, já estão levando pessoas, principalmente nas áreas rurais onde
ocorre o surto, a maltratarem ou, até, matarem macacos para, supostamente, se
proteger da febre amarela, como ocorreu entre 2008 e 2009 no Rio Grande do Sul.
“Isso não pode se repetir”, diz a nota.
O documento é subscrito por primatólogos,
zoólogos, ecólogos, veterinários, epidemiologistas e gestores públicos, membros
de conceituadas universidades, sociedades científicas, centros de pesquisa e
instituições voltadas para a conservação dos primatas.
Fonte: ICMBIO
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