84% das
empresas acreditam em redução das incertezas politicas e econômicas.
São Paulo – A Câmara Americana de Comércio
entrevistou 326 empresários e executivos durante Seminário Perspectivas
Comerciais, Econômicas e Políticas nesta quarta-feira (8/2).
Por Redação da Amcham –
Os empresários e executivos brasileiros estão
mais otimistas em relação ao cenário de instabilidade do país e mais confiantes
com o novo ano. Para 84% deles, as incertezas políticas e econômicas estarão em
quadro mais estável em 2017. É o que aponta pesquisa inédita da Câmara
Americana de Comércio (Amcham) com a participação de 326 lideranças de
companhias de vários portes e setores da economia. A enquete foi aplicada nesta
quarta-feira (8/2), em São Paulo, durante o Seminário Perspectivas Comerciais,
Econômicas e Políticas promovido pela Amcham.
Para os consultados, apesar da aposta em melhora
em relação a 2016, duas grandes incertezas ainda devem ditar a velocidade da
recuperação da economia brasileira: a operação Lava Jato e seus desdobramentos
(33%) e o quadro fiscal preocupante e ainda dependente de reformas/medidas (28%).
Outros fatores citados foram: a crise política e antecipações da corrida
presidencial de 2018 (18%); a confiança do consumidor e investidor em níveis
piores e crise de segurança mais acentuada em alguns estados (17%); e o cenário
externo em virtude da troca de presidência nos EUA e tratativas do Brexit na
União Europeia (4%).
Indicadores mais positivos em 2017
A grande maioria (95%) dos entrevistados pela
Amcham informaram acreditar em resultados comerciais mais positivos em 2017.
Sendo que parcela de 88% deles consideram que o ano será de cenário de
recuperação, e outros 7% apostam em novo contexto de crescimento expressivo em
relação a 2016. Uma fatia de 5% acredita em números comerciais ainda negativos
e sem sinais de recuperação.
Sobre a recente afirmação do Ministro Henrique
Meirelles que “o país sairá da recessão ainda no primeiro trimestre do ano”,
64% dos executivos informaram já constatar algum nível de melhora no humor
econômico do país. Sendo 53% com resultados comerciais levemente positivos
nesses primeiros 40 dias do ano; e 11% já percebendo uma melhora significativa
nos indicadores no comparativo com o mesmo trimestre do ano passado. Outros 36%
ainda vivenciam resultados negativos.
A recuperação depende de três principais fatores,
de acordo com os entrevistados pela Amcham. A maioria (54%) citou como aspecto
prioritário o aumento da competitividade da economia, exigindo firmeza na
condução das reformas estruturais. Os outros dois pontos citados foram: aumento
do consumo, com estímulos ao crédito e retomada da confiança do consumido,
sendo mencionado por 32%; e o crescimento das exportações, exigindo uma taxa de
câmbio relativamente estável e competitiva para o setor industrial; sendo
citado por 14%.
No varejo, 69% acreditam também em retomada ainda
neste ano. Para 49%, a recuperação acontecerá no segundo semestre, e outros 20%
apostam na concretização ainda no primeiro semestre. Outros 27% enxergam
recuperação só em 2018.
Levando em consideração o cenário de recuperação,
três pontos serão prioritários quando se fala em investimentos comerciais da
própria companhia: produtividade em processo, produção e equipe (54%); inovação
do portfólio de produtos e serviços (26%); e treinamento e capacitação da força
de vendas (11%).
Avaliação do Governo Temer e reforma
trabalhista
Decorridos quase nove meses do Governo Temer, 51%
dos empresários avaliam como “neutro”, ainda exigindo uma maior capacidade da
condução das transformações e reformas. Outra parcela de 28% considerou
“positivo” os três trimestres da nova presidência e 21% avaliam como
“negativo”, considerando que a equipe não vem demostrando capacidade de liderar
as reformas necessárias.
A reforma trabalhista é o aspecto que traz
otimismo nos investimentos para 66% dos empresários. Segundo 49%, a
modernização da legislação trará impacto em médio prazo, tanto em retomada dos
investimentos como também no volume de postos de trabalho. E 17% deles enxergam
impactos positivos já no curto prazo, enquanto 34% não enxergam aspectos
positivos tanto no curto e médio prazo.
Fonte: ENVOLVERDE
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