Colocando
mais gasolina na motosserra.
Por Marcio Astrini*
No final do ano passado, a Amazônia estampou os jornais
do país e do mundo com uma infeliz manchete: desmatamento aumenta 29%. Pior,
essa triste notícia não vinha sozinha. Nos últimos quatro anos, é a terceira
vez que o desmatamento aumenta na região. A pergunta que fica é “o que fazer,
então?”.
A resposta parece óbvia: aumentar a fiscalização e
a proteção nas florestas. Mas parece que não é bem assim que pensa alguns dos
ministros do governo Temer. Nesta semana, trancados em uma sala refrigerada em
Brasília, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB/RS), tramava junto aos
ruralistas do estado do Amazonas uma maneira de diminuir Áreas Protegidas
recentemente demarcadas, fazendo assim a alegria dos grileiros de terras da
região, e ligando o modo “dane-se” para a floresta. Detalhe, a negociata toda
se dava sem nem mesmo um aviso ao Ministério do Meio Ambiente.
Como se não bastasse, há alguns dias o Conselho de
Defesa Nacional pediu a retirada de um processo que havia sido enviado à ONU
para reconhecer o Parque Nacional da Serra do Divisor, na fronteira do Acre com
o Peru, como patrimônio natural da humanidade junto à Unesco. A vantagem desse
tipo de reconhecido é o aumento na proteção do parque e a possibilidade de
atrair investimentos em turismo sustentável, por exemplo.
Desmatamento no Pará. Foto: © Daniel Beltrá /
Greenpeace
Assim, o governo vai, motivado por interesses,
colocando gasolina nas motosserras que destroem a floresta, causando um
prejuízo imenso aos brasileiros e ao mundo, em detrimento do lucro condenável
de poucos.
Mande um recado ao presidente Temer e ao ministro
Eliseu Padilha. Diga a eles que a Amazônia precisa de proteção, e não de mais
desmatamento. Você pode copiar a mensagem abaixo ou criar a sua própria.
Ao Excelentíssimo Presidente da República Michel
Temer / Ao Excelentíssimo Ministro da Casa Civil Eliseu Padilha
O desmatamento da Amazônia vem crescendo ano após
ano. No entanto, o governo não está tomando nenhuma atitude para controlar
essas taxas de destruição florestal. Muito pelo contrário, recentes iniciativas
como a tentativa de reduzir áreas de Unidades de Conservação mostram aparente
desinteresse do governo em resolver a questão do desmatamento.
A sociedade pede que o governo abandone seus planos
de enfraquecer a proteção de nossas florestas. A Amazônia precisa de
preservação e não de mais destruição.
Para enviar ao presidente Temer, acesse aqui.
Para escrever ao ministro Padilha, utilize o
endereço casacivil@presidencia.gov.br.
* Marcio Astrini é coordenador de políticas
públicas do Greenpeace Brasil.
Fonte: Greenpeace Brasil
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