A voz do
jovem no debate educacional.
Foto: Shutterstock
Por Marina Lopes, do Porvir –
Movimento Mapa Educação apresenta resultados
obtidos pela pesquisa que ouviu o que estudantes de diversas regiões do país
esperam e pensam sobre educação.
Após apontar os principais gargalos e desafios do
ensino público no Brasil, o Movimento Mapa Educação lançou um manifesto que
pretende trazer a voz do jovem para o centro do debate educacional. Com a
proposta de ampliar o protagonismo e a participação dos estudantes na agenda
política nacional, o manifesto apresenta os resultados de uma pesquisa que
rodou o país para identificar as opiniões e perspectivas do jovem em relação à
educação.
Entre os 11.519 jovens brasileiros que responderam
a pesquisa, 95% disseram ter vontade de mudar a educação brasileira.
Distribuídos em diversas regiões do país, com idades entre 9 e 24 anos, eles
apresentaram quais são as suas principais dificuldades educacionais e também
destacaram outros temas, como a influência da participação da família, a
relação com os professores e a infraestrutura das escolas.
Embora os respondentes sejam uma amostra específica
dos jovens brasileiros, por se tratar de uma pesquisa online que foi divulgada
com a ajuda de embaixadores e parceiros, os resultados apontam que a qualidade
da escola e o interesse nos estudos podem variar conforme a renda e tipo de
escola do estudante (pública ou privada).
A forma como os alunos avaliam a infraestrutura das
suas escolas também muda de acordo com o perfil socioeconômico, indicando que
os alunos com maior renda dizem com mais frequência que as instalações
escolares não são ruins e não faltam materiais didáticos. Em contrapartida,
outras variáveis não apresentam influência clara de renda, como a avaliação do
conteúdo escolar.
Além dos resultados da pesquisa, o manifesto também
reúne percepções dos jovens que foram identificadas por meio de entrevistas com
estudantes de diferentes contextos e perfis. “Nas entrevistas, encontramos
alunos bem insatisfeitos com a questão dos conteúdos [apresentados] em sala de
aula. Eles consideram que o conteudismo atrapalha bastante e que as aulas estão
muito saturadas”, observa a universitária Janaína Bergoli Galeazzi, graduanda
na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e coordenadora de
logística do Movimento Mapa Educação.
No mesmo caminho, o manifesto também aponta que os
jovens demonstram estar interessados em participar da construção dos seus
próprios conhecimentos e de alguma forma contribuírem para a melhoria da
educação. “O jovem quer e pode ser protagonista da educação no Brasil. Ele pode
colocar a educação como prioridade na agenda política nacional”, destaca
Janaína, ao mencionar sobre os objetivos que motivaram a criação do manifesto.
Nos próximos meses, o Movimento Mapa Educação
também pretende levar a educação para o debate político durante as eleições
municipais. Serão gravados vídeos com os principais candidatos de São Paulo,
Rio de Janeiro e Salvador, que irão responder perguntas feitas por jovens de
todo o país.
Fonte: Porvir
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