Chuvas
acima da média causadas pelo El Niño aumentarão risco de proliferação do Aedes.
Aedes aegypti deve encontrar locais favoráveis para
sua reprodução em países afetados por fortes chuvas e enchentes nos próximos
meses. Foto: Agência Brasil.
No Brasil e em outros países das Américas do Sul e
Central, Organização Mundial da Saúde prevê um aumento no número de casos de
doenças transmitidas pelo mosquito, entre elas, a zika. Chuvas e enchentes
fortes serão provocadas pelo El Niño até maio desse ano, favorecendo a
reprodução do Aedes aegypti.
Por Redação da ONU Brasil –
Até maio, nas Américas Central e do Sul, volumes de
chuva acima da média associados ao El Niño poderão provocar enchentes e
aumentar os riscos de proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, a espécie
transmissora do vírus zika, da dengue, da chikungunya e da febre amarela.
A previsão é da Organização Mundial da Saúde (OMS),
que publicou na
última quinta-feira (25) um relatório onde avalia as consequências do El
Niño para a saúde da população.
A agência de saúde da ONU estima que haverá um
aumento no número de casos de doenças transmitidas por vetores, principalmente
em países como Brasil, Argentina, Equador, Peru, Paraguai e Uruguai. “Nós
podemos aguardar mais mosquitos capazes de disseminar o vírus zika por causa de
uma expansão dos locais favoráveis a sua reprodução, devido aos efeitos
climáticos do El Niño”, afirmou o coordenador de gerenciamento e ecologia de
vetores da OMS, Raman Velayudhan.
O atual El Niño, que tem provocado secas severas e
enchentes intensas em diferentes partes do mundo, já é considerado o pior dos
últimos anos e tem sido comparado ao mesmo fenômeno ocorrido entre 1997 e 1998.
Neste período, por exemplo, o Equador registrou um surto de malária responsável
por um aumento de 440% dos casos da doença no país. A infecção também é transmitida
por mosquitos.
Embora a zika seja considerada uma doença branda e
cause sintomas em apenas um quarto das pessoas infectadas, a possível
associação do vírus ao recente conjunto de ocorrências de microcefalia e outros
distúrbios neurológicos relatados no Brasil levou a OMS a declarar a situação uma
“emergência de saúde pública de importância internacional”.
A agência da ONU e seus parceiros estão trabalhando
junto aos Estados-membros para prestar apoio aos ministérios da Saúde, a fim de
fortalecer ações de combate e monitoramento do mosquito transmissor do zika.
O Aedes aegypti se reproduz em locais que acumulam
água. Para Velayudhan, famílias e domicílios podem ajudar a reduzir as
populações do inseto com métodos de prevenção simples, que eliminem depósitos
de água parada: cobrir galões, caixas d’água e pneus usados e esvaziar baldes,
vasos de plantas e calhas de telhados que eventualmente acumulem água. Saiba
mais em combateaedes.saude.gov.br.
Fonte: ONU Brasil
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