Global
Water Summit incentiva diálogo intersetorial e voltado para ação.
Evento liderado pela Coca-Cola Brasil, CEBDS e WWF
Global direciona temas e sugestões discutidas em três dias para o 8º Fórum
Mundial da Água.
Foi navegando pelo Rio Amazonas, uma das principais
bacias de água de doce do país, que representantes da sociedade civil e do
setor privado discutiram durante três dias, entre 29 de junho e 1º de julho, a
segurança hídrica e os desafios de como as mudanças climáticas podem afetar a
população, diante de um cenário desafiador: até 2030, se nada for feito, duas
em cada três pessoas não terão acesso à água. Realizado no percurso de barco
entre Manaus e Parintins, no Amazonas, o Global Water Summit tem como objetivo
contribuir para a construção da agenda do 8º Fórum Mundial da Água, que
acontecerá em março de 2018 em Brasília.
A Carta de Parintins endereçará uma série de
demandas e sugestões, como a necessidade de um diálogo voltado para ação, e sem
protagonismo individual, mas sim coletivo, com um pensamento integrado e
intersetorial. O evento foi realizado pela Coca-Cola Brasil em parceria com o
Grupo Focal de Sustentabilidade do 8º Fórum Mundial da Água, sob liderança do
CEBDS e WWF Global.
Os painéis de diálogo reuniram representantes de
diversas entidades brasileiras e internacionais que trabalham com o tema água,
aproximando o setor privado e a sociedade civil. As discussões foram embasadas
nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organizações das Nações
Unidas (ONU), em especial o ODS 6+, que trata especificamente de água e
saneamento para todos.
A avaliação dos organizadores
“Foi muito inspirador ouvir todas as discussões que
tivemos nesses três dias. Sabemos que é através do diálogo que evoluímos nas
nossas estratégias. Isso tem sido uma constante para a Coca-Cola Brasil. Nosso
papel, como líderes do setor, é começar a ouvir e chamar a indústria e outros
parceiros. Estamos convencidos de que é papel das empresas atuar além dos
marcos regulatório e leis”, disse Henrique Braun, presidente da Coca-Cola
Brasil.
“Queremos fazer do tema água uma alta prioridade,
levá-lo para um patamar como os das discussões de mudanças climáticas. Temos
sempre de buscar novas formas e soluções que nos ajudem a conscientizar,
engajar e mobilizar a sociedade, os governos e as empresas para essa agenda.
Água é fundamental e sem ela não temos nada nesse mundo. O Fórum no Brasil será
a oportunidade que teremos de juntar uma série de stakeholders de diferentes
níveis. Nosso desafio é conseguir incentivar essa agenda única, com objetivos
convergentes, em prol de todos”, disse Karin Krchnak, diretora do World Wide
Fund for Nature e membro do Conselho do Fórum Mundial de Água.
“A parceria entre a Coca-Cola Brasil e o CEBDS para
a realização do Global Water Summit foi inovadora e muito importante para
construção da agenda do Fórum Mundial da Água. Nestes três dias de encontro,
tivemos a oportunidade de falar e debater temas relevantes e fundamentais para
o desenvolvimento da agenda. Juntamos representantes do setor privado e da
sociedade civil em um diálogo livre. Pudemos vivenciar isso em um ambiente
propício para a reflexão e discussão. No fim, criamos consenso e apontamos
caminhos. O Brasil tem muita relevância quando se fala de água, mas precisamos
partir para as ações”, ressaltou Marina Grossi, presidente do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
“Água é um tema prioritário para a sustentabilidade
do nosso negócio e para o planeta. Sem água não há vida e não há negócio. Ao
longo da nossa trajetória e da nossa relação com os recursos hídricos,
conseguirmos afinar a nossa estratégia e evoluir no nosso papel a partir de
diálogos com a sociedade civil. Agora estamos indo além, viabilizando o acesso
à água potável para comunidades por meio da nossa plataforma Água +Acesso.
Nesse caminho, o diálogo com a sociedade civil sempre foi o ponto de inflexão.
O Global Water Summit é mais um passo. Queremos usar o momento do fórum para
acelerar essa agenda”, explicou Pedro Massa, diretor de Valor Compartilhado da
Coca-Cola Brasil.
Telma Rocha, da Fundação Avina,
Samuel Barreto, da TNC, Pedro Massa, do Instituto Coca-cola.
Os painéis do Global Water Summit
No primeiro painel, que trouxe o debate “Água
para todos – garantindo a segurança e a biodiversidade”, Alan Bojanic, da
Food and Agriculture Organization (FAO), ao falar sobre eficiência dos recursos
hídricos e da necessidade de soluções inovadoras na produção de alimentos,
lembrou que hoje a agricultura consome 70% da água. “Precisamos de mais criatividade
nos sistemas de irrigação, por exemplo. Israel tem exemplos de boas práticas”,
afirmou.
Já Telma Rocha, da Fundação Avina, trouxe a
discussão sob o prisma das pessoas. “A base do trabalho é estar em processos
que envolvam pessoas, sejam de acesso ou de políticas públicas. Quem tem acesso
hoje não tem garantia que terá acesso amanhã. A informação é algo essencial
nessa jornada”, garantiu. Pedro Massa, da Coca-Cola Brasil, trouxe a
experiência da empresa que, a partir do diálogo, entendeu que precisava ir além
dos muros. “Mudamos a forma de encarar o tema água e abraçamos o diálogo, o que
nos fez evoluir muito na forma como tratamos esse tema e para estar onde
estamos hoje. Nossa evolução é da inciativa privada como um todo – não só para
nossos produtos, mas também para os insumos que compramos para a produção. Agua
é essencial para o nosso negócio”, disse.
Para Samuel Barreto, representante da The Nature
Conservancy (TNC), o principal desafio é a questão climática. “Precisamos rever
nossas relações de trabalho já na nossa geração para conseguirmos tratar a
questão climática, temos de desenvolver novas habilidades e isso exige soluções
rápidas. O horizonte de impacto é daqui a 15 anos. Se não conseguirmos
estabilizar o clima, podemos comprometer os outros esforços”, alertou ele. Foi
de Barreto também a iniciativa de propor a construção de uma cúpula no âmbito
da ONU para tratar de água e discutir compromissos que monitorem o tema e
culminem em ações efetivas. A ideia foi abraçada por todos os participantes.
Como inserir o tema água na agenda dos governos e
da iniciativa privada, além da criação de um legado, foi o cerne da discussão
no painel “Água para sempre – construindo o futuro”. Tatiana Fedotova, diretora
de água do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), lembrou
que não há mais tempo para novas discussões. Ela também destacou a importância
da comunicação e a melhoria na transparência e linguagem da informação. “Há uma
falta de unidade entre os profissionais de água, o que é um desafio para
compromissos. Não se trata de reinventar nada de novo, mas potencializar todos
os entes que já trabalham o tema”, apontou.
Um dos grandes desafios é o uso eficiente da água
nas produções agrícolas, como ressaltou Rafael Pizzi, diretor da startup
Agrosmart. Ele apresentou um caso que utiliza dados para ajudar produtores
rurais a tomarem decisões e terem melhores práticas de irrigação, evitando o
desperdício. “Há um desconhecimento sobre as melhores formas de se irrigar,
inclusive por parte de grandes produtores. Não temos muito investimento em
tecnologia de irrigação no Brasil. Isso é um desafio que precisa ser superado”,
disse. Hugo Flores, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), e Perpétuo Cajazeiras, do Banco do Nordeste, fizeram apresentações sobre
as políticas de investimentos de recursos em projetos de água.
No encerramento do encontro, Marina Grossi, do
CEBDS, liderou a roda de diálogos com Karin Krchnak, do WWF, e Marússia
Whately, da Aliança pela Água. Elas falaram sobre expectativas, resultados,
inclusão e participação da sociedade no Fórum Mundial de Água, além de
impactos, estratégias, evolução e próximos passos. “Falta consenso entre os
diferentes atores que trabalham na agenda de água. Sabemos que ela é ampla e talvez
o mais interessante seja escolher um foco para fazer um trabalho mais
assertivo, monitorado e que apresente resultados” sugeriu Marina. “Temos de
pensar como dar continuidade ao que será discutido no fórum, principalmente na
questão da governança, envolvendo as empresas e os governos. Vamos propor uma
carta de compromissos das empresas para chegarmos a um novo patamar. Precisamos
fazer disso um movimento mais virtuoso”.
Marússia lembrou que, nos últimos 20 anos, o tema
água vem ganhando uma nova dimensão e se tornou emergente. “A crise hídrica
saiu da categoria de um problema ambiental e entrou na de um desafio global da
sociedade. O gap de gestão no Brasil é imenso para lidar com problemas como
escassez. A governança é muito complexa, envolve diversas esferas
governamentais, assim como várias instituições, o que dificulta entender quem
efetivamente cuida da água”, assinalou ela.
Para Karin Krchnak, o fórum é uma oportunidade para
o engajamento das empresas. “Temos uma série de desafios para o fórum, como,
por exemplo, documentar e compartilhar as soluções que surgirem ou que serão
apresentadas. Vejo a importância de engajar todos em ações coletivas e
regionais. É um grande momento para trazer as empresas e buscar ações práticas
e concretas. É o caso da Coca-Cola Brasil, que tem sido referência para a
agenda de água e pode compartilhar seus resultados. Quem sabe as empresas
poderiam ajudar a financiar uma maior participação da sociedade?”, sugeriu a
integrante do conselho do Fórum Mundial de Água.
Sobre a Coca-Cola Brasil
O Sistema Coca-Cola Brasil é o maior produtor de
bebidas não alcoólicas do país e atua em nove segmentos — água, café, chás,
refrigerantes, néctares, sucos, lácteos, bebidas esportivas e à base de proteína
vegetal — com uma linha de mais de 152 produtos, entre sabores regulares e
versões zero ou de baixa caloria. Composto por nove grupos parceiros de
fabricantes, o Sistema emprega diretamente 62,6 mil funcionários, gerando cerca
de 600 mil empregos indiretos. Em 2017, serão investidos R$ 3,2 bilhões, 10%
acima da média dos últimos cinco anos. O Sistema Coca-Cola Brasil está
empenhado em incentivar iniciativas que melhorem o desenvolvimento econômico e
social das comunidades em que opera. Para isso, conta com uma plataforma de
valor compartilhado, o Coletivo Coca-Cola, que já impactou a vida de mais de
130 mil pessoas por meio de toda a cadeia de valor da empresa.
Fonte: ENVOLVERDE
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