Transportes
devem estar no centro de políticas de baixo carbono no Brasil.
Setor de Transportes é um dos principais
responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil e no
mundo, em grande parte por conta da queima de combustíveis fósseis, e cumprirá
papel fundamental para o alcance de nossas metas mitigatórias.
O Acordo de Paris, que entrou em vigor na última
sexta-feira (4), converteu a promessa de redução das emissões em um compromisso
legal, cujo objetivo central é manter a temperatura média global 2ºC abaixo dos
níveis pré-industriais. Ao ratificar o Acordo em setembro deste ano, o Brasil
se comprometeu, por meio da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na
sigla em inglês), a reduzir 37% das emissões absolutas até 2025, com indicativo
subsequente de 43% até 2030, com base nas emissões de 2005.
Dentre os setores produtivos, o transporte foi um
dos que apresentaram as mais elevadas taxas de crescimento no consumo de
energia e de emissão de GEE entre os anos de 1990 e 2012, de acordo com a
Análise da Evolução das Emissões de GEE no Brasil, pesquisa realizada pelo
Observatório do Clima. Segundo o relatório, as emissões do setor passaram de 84
milhões de toneladas em 1990 para 204 milhões em 2012.
Uma combinação de fatores nos leva a esse
cenário, dentre estes, a alta dependência de combustíveis fósseis e a
predominância do modal rodoviário no transporte de cargas no país. Os caminhões,
por exemplo, são grandes fontes emissoras de GEE e se aproximam bastante das
emissões de todo o setor industrial. Enquanto o primeiro foi responsável por
82,2 milhões de toneladas de emissões em 2012, todo o setor industrial emitiu
91,2 milhões de toneladas no mesmo período.
Para Rasmus Valanko, diretor de clima e energia
do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o setor de
transportes traz inúmeros desafios e oportunidades. “Se por um lado é o setor
responsável por 25% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, é também
uma das áreas que mais pode sofrer transformações e contribuir para a transição
para uma economia de baixo carbono”, explicou em sua apresentação no Congresso
Sustentável 2016, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
A presidente do CEBDS, Marina Grossi, ressalta a
importância que a adoção de medidas para tornar mais eficiente os sistemas de
transporte e logística no Brasil tem para o próprio setor. “O setor de
transportes muito em breve poderá aparecer como o principal poluidor no país,
já que o desmatamento tende a cair. Mas também é verdade que o setor tem
grandes oportunidades, por exemplo, através da ainda pouco explorada emissão de
títulos verdes. Dados da Climate Bond Initiative indicam que, em todo o mundo,
o transporte representa 67% do potencial de emissão desses títulos, cerca de
US$ 460 bilhões”, disse.
O coordenador das Câmaras Temáticas de Mobilidade
Sustentável e Impacto Social do CEBDS, Luan Santos, reforça a urgência de
pensarmos em saídas para o setor. “Em 2015, foram emitidos aproximadamente 457
milhões de toneladas no setor de energia no Brasil, sendo 43,7% apenas na área
de transportes. Esta realidade mostra a urgência de pensarmos medidas
mitigatórias e políticas que estimulem a redução das emissões de GEE neste
setor”, afirmou.
Para Luiz Augusto Barroso, presidente da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), o setor de transportes é um dos principais
caminhos para a descarbonização da economia. “O foco das reduções de emissões
deve ser no setor de transportes. Precisamos explorar mais os veículos
elétricos e os biocombustíveis, além de investirmos na mobilidade corporativa,
com jornadas de trabalho mais flexíveis, por exemplo”, declarou durante o “4º
Seminário Nacional sobre Gases de Efeito Estufa – Como descarbonizar o Brasil
até 2050”, que aconteceu no dia 27 de outubro no Rio de Janeiro, onde foram
apresentados os dados mais recentes sobre as emissões no país e lançada a
plataforma Sistema de Estimativa de Emissões de Gases (SEEG).
O documento do Observatório do Clima aponta
alternativas de maior e menor impacto visando a redução de emissões e do
consumo energético do setor de transportes, como a melhoria da infraestrutura e
logística no deslocamento de cargas a partir do aumento da participação de
modais mais eficientes como o ferroviário e o aquaviário, a incorporação de
tecnologias veiculares e o aumento da eficiência energética no setor.
Entretanto, tais medidas são interdependentes e necessitam de políticas
setoriais para a sua concretização. O Brasil já deu os primeiros passos nessa
direção e hoje possui um dos mais bem-sucedidos programas de biocombustíveis.
A NDC também apresenta medidas e objetivos
adicionais, como o aumento na participação de bioenergia sustentável para 18%
até 2030, a expansão do consumo de biocombustíveis, seguida do aumento da
oferta de etanol e incremento da parcela de biodiesel na mistura de diesel.
Além disso, a contribuição brasileira também prevê a promoção de medidas de
eficiência, melhorias na infraestrutura de transportes e na mobilidade em áreas
urbanas.
CEBDS amplia a Câmara Temática de Mobilidade
Com o objetivo de ampliar o seu campo de atuação,
o CEBDS anuncia a reorientação da Câmara Temática de Mobilidade (CTMobi), que
passará a se chamar Câmara Temática de Logística e Transportes (CTLog).
A iniciativa visa a atender o setor de modo mais
sistêmico e abrangente. Assim, a reorientação da CT reconhece cada vez mais a
importância de se promover e incentivar o debate em torno da viabilização de
novas e efetivas formas de incentivo à logística sustentável.
Marina Grossi ressalta que é fundamental a
expansão das discussões na Câmara Temática. “O setor privado tem muito a
contribuir para a melhoria da mobilidade e logística em nossas cidades,
trabalhando próximo aos governos municipais, mostrando um caminho possível de
aceleração de processos em prol de cidades mais sustentáveis, onde o direito de
ir e vir se pauta por soluções de baixo carbono e por altos níveis de
eficiência e integração. Nesse sentido, o CEBDS cumpre um papel fundamental de
promover discussões e representar a visão das empresas, de modo a articular com
os setores públicos competentes o planejamento e execução de alternativas para
os transportes”, conclui.
Fonte: CEBDS
Boa tarde penso que o Brasil esta no rumo certo no transporte rodoviário com a meta em despoluir os gases efeito estufa com o programa que foi lançado no ano 2012 nos caminhões movido diesel , com o adtivo arla 32 , no controle dos particulados e gases químico expelido nas descargas dos veículos movido diesel em que fui o autor desta invenção no inicio do ano 2007 que entrou em vigor por lei no ano 2012 pelo governo federal , com resultado de noventa e oito por cento na despoluição dos gases químico isso é uma grande avanço no meio ambiente , com ar mais puro dando qualidade de vidas pra todos . MESQUITA RJ CONTATO jccamposribeiro@yahoo.com.br , fecebook o mesmo ok
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