O sistema
financeiro que precisamos.
Duplicaram as ações para tornar o sistema
financeiro mais verde, segundo o PNUMA.
Por Redação da Envolverde*
Políticas mundiais para aproveitar o sistema
financeiro global para o desenvolvimento sustentável mais do que duplicaram nos
últimos cinco anos, mas ainda são necessários mais esforços para tornar este
impulso em uma transformação global genuína. Estas são as principais conclusões
da segunda edição do relatório ambiental “O Sistema Financeiro Que Precisamos” , do Programa
Ambiental da ONU.
Foto: Images Money/ CC
Nos últimos cinco anos, as medidas políticas e
reguladoras dos ministérios da fazenda, bancos centrais e agentes reguladores
financeiros para promover o financiamento sustentável subiram para 217 e agora
existem em quase 60 países, segundo o relatório.
Economias em desenvolvimento e emergentes têm
focado seus esforços no esverdeamento do setor bancário, sendo responsáveis por
70% das medidas totais nesse setor. Os países desenvolvidos têm centrado sua
ação em questões ambientais, sociais e de governança por parte dos investidores
institucionais, sendo responsáveis por 92% de todas as medidas nesse setor.
O relatório constata que o capital também está
começando a mudar. A emissão de títulos verdes já atingiu US$ 51,4 bilhões este
ano, mais que o total de US$ 41,8 bilhões do ano passado todo – um aumento de
quatro vezes desde 2013, quando a emissão foi abaixo de US$ 11 bilhões. No
entanto, o montante total de títulos verdes representa apenas 0,15% do mercado
global de renda fixa.
“Estamos apresentando recomendações para acelerar a
conversão de grande parte dos US$ 300 trilhões em ativos do sistema financeiro
– controlados por bancos, mercados de capitais e investidores institucionais –
em fluxos financeiros sustentáveis”, declarou Erik Solheim, head do PNUMA. “O
dinheiro não é o problema, o problema é onde colocá-lo.”
O ano de 2016 também foi marcado por grandes
movimentos em nível internacional:
• Pela primeira vez, os Ministros das Finanças e
Presidentes dos Bancos Centrais do G20 decidiram aumentar o financiamento
verde.
• Na China, o presidente Xi eo Conselho de Estado
emitiram diretrizes para esverdear o sistema financeiro.
• A Comissão Europeia acaba de anunciar que irá
desenvolver uma estratégia abrangente sobre finanças verde para a União
Europeia.
No Brasil
• A partir de Dezembro de 2017, as instituições
financeiras serão obrigadas a dar crédito agrícola apenas a donos de terras
cujas propriedades sejam registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
• O Banco Central do Brasil estabeleceu diretrizes exigindo que todas as instituições financeiras estabeleçam políticas de responsabilidade social e ambiental, e está mapeando a implementação de políticas em todo o setor.
Apesar da tendência promissora, a agência de Meio
Ambiente da ONU enfatizou a necessidade de uma ação mais forte e mais rápida.
Globalmente, são necessários US$ 5-7 trilhões por ano para financiar os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Só a China tem um objetivo declarado
de aumentar US$ 1,5 trilhão para o financiamento de projetos verdes até 2020;
85% deste terão de vir de financiamento privado.
A agência de Meio Ambiente da ONU estabeleceu cinco
propostas ambiciosas e, ao mesmo tempo, práticas que poderiam alinhar o sistema
financeiro aos imperativos do clima e do desenvolvimento sustentável:
• Incorporar a sustentabilidade nos planos
nacionais de longo prazo para a reforma financeira.
• Canalizar o desenvolvimentos das fintechs para
alinhar financiamento com o desenvolvimento sustentável.
• Usar as finanças públicas para gerar impacto
direto e ser pioneiro em novos mercados, regras e práticas.
• Assegurar que os formuladores de políticas e
profissionais compreendam estes imperativos e seus riscos.
• Desenvolver abordagens comuns para a integração
da sustentabilidade nas definições, ferramentas e padrões.
O relatório Momentum para a Transformação também
estabelece um quadro inicial de desempenho para medir o progresso no sentido de
um sistema financeiro sustentável em diferentes países. Este acompanha as
políticas e regulamentos em vigor, a resposta do mercado e os fluxos de
financiamento sustentável.
Nick Robins, co-diretor da plataforma Inquiry into
the Design of a Sustainable Financial System do PNUMA explica a importância
deste trabalho: “Ainda faltam dados-chave sobre o desempenho do sistema
financeiro e do desenvolvimento sustentável. Isto está retardando a realocação
de capital pelas instituições financeiras e a colocação em prática das
estruturas de mercado necessárias por parte dos formuladores de políticas
financeiras. É por isso que o desenvolvimento de um conjunto de indicadores e
normas comuns é tão importante.”
O relatório também presta atenção específica à
tecnologia financeira (FinTech), que oferece um potencial significativo para
incrementar o financiamento para o desenvolvimento sustentável. Através de
avanços em tecnologias digitais – tais como inteligência artificial e
blockchain – o sistema financeiro de amanhã poderá ser muito mais eficiente na
mobilização de financiamento verde, mas faz-se necessário agir agora para
moldar a direção das FinTechs.
Simon Zadek, co-diretor de inquiry, destacou: “A
sobreposição entre ambiente e finanças é mais evidente do que nunca. As
soluções que as fintechs prometem não só poderiam revolucionar o setor
financeiro, como também reforçar os esforços globais para proteger o nosso meio
ambiente.”
* Com informações da Agência de Comunicação Aviv.
Fonte: ENVOLVERDE
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