BNDES
corta apoio a térmicas fósseis.
Imagem mostra como seria a futura usina a carvão de
Ouro Negro, no RS: sem crédito do BNDES. Foto: Divulgação
Por Camila Faria e Claudio Angelo, do OC –
Banco anuncia que não dará mais crédito subsidiado
a usinas movidas a óleo combustível e carvão mineral, reduzirá sua participação
em grandes hidrelétricas e aumentará em energia solar.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) anunciou nesta segunda-feira (03) que cortará o
financiamento a usinas termelétricas movidas a carvão mineral e a óleo
combustível, as que mais emitem gases de efeito estufa. A decisão faz parte da
nova política de financiamento para o setor elétrico, e vale para os próximos
leilões de energia.
Além disso, o banco aumentou sua participação
máxima em projetos de energia solar, com extensão do crédito em TJLP (Taxa de
Juros de Longo Prazo, forma de financiamento que oferece juros subsidiados,
inferiores à taxa básica) de 70% para 80%. Foram mantidos os percentuais de 80%
e 70%, respectivamente, para projetos de eficiência energética e para fontes de
energia renovável mais consolidadas – eólica, biomassa, pequenas centrais
hidrelétricas e cogeração.
Outra novidade foi a redução da participação do
BNDES em créditos com TJLP para grandes empreendimentos hidrelétricos, de 70%
para 50%. O banco sofreu críticas ao longo do governo Dilma por financiar com
juros subsidiados (ou seja, recursos do Tesouro) grandes usinas, como Belo
Monte, de R$ 30 bilhões. Às operações do banco com TJLP é atribuída parte do
desequilíbrio fiscal do país.
Em entrevista coletiva, a superintendente de
Infraestrutura e Sustentabilidade do BNDES, Marilene Ramos, ex-presidente do
Ibama, explicou que a nova política decorre de dois fatores: os recursos
restritos de que o banco dispõe e o obrigam a fazer escolhas; e a vontade do
governo de atuar em linha com os compromissos de baixa emissão de gases de
efeito estufa assumidos no Acordo de Paris.
Na prática, a decisão sobre termelétricas funciona
mais como sinalização política do que como um desinvestimento em fósseis muito
poluentes – movimento que tem ganhado força em outros países, onde governos,
empresas e fundos vêm cortando sua participação no setor de carvão mineral, o
mais sujo dos combustíveis. Entre 2013 e 2015, o BNDES aprovou financiamentos
de R$ 465 milhões para esses dois tipos de termelétricas. Esses financiamentos,
que devido aos juros equivalem a investimentos de R$ 1,5 bilhão, serão mantidos.
Mas o último Plano Decenal de Energia, que traça o
mapa da matriz energética brasileira até 2024, por exemplo, já prevê uma
redução da capacidade instalada em térmicas a óleo combustível. Essas usinas
são as mais caras de operar. Hoje há 3.586 megawatts instalados no país, e a
previsão oficial é de queda nessa capacidade para 3.201 megawatts em 2024.
As termelétricas a carvão têm uma expansão
projetada de 3.064 megawatts hoje para 3.404 megawatts até 2024. A nova
política poderá afetar projetos novos como a usina de Ouro Negro (600
megawatts), no Rio Grande do Sul, que ainda não foi leiloada. Mas
empreendimentos que já receberam aval do banco seguirão sendo financiados.
Para Barbara Rubim, coordenadora de campanha de
Clima e Energia do Greenpeace Brasil, a decisão é um primeiro passo fundamental
nas definições de políticas em prol dos objetivos do Acordo de Paris precisa se
expandir para outras áreas do governo: “De maneira geral, a notícia é
superpositiva, uma sinalização forte para melhorar financiamento pra energia
solar e reduzir apoio aos combustíveis fósseis”, disse. “A gente realmente
espera agora que isso seja acolhido pelas outras esferas do governo, com o
planejamento. É um farol para o setor privado.”
Para Brent Milikan, da International Rivers em Brasília,
a decisão sobre grandes hidrelétricas reflete em parte a realidade do setor
hoje. “Você tem essas grandes obras que estão muito mais difíceis de financiar,
há muita insegurança de retorno, atrasos, um mercado de energia que não é lá
essas coisas e ainda a questão hidrológica, com impactos das mudanças
climáticas sobre a vazão dos rios”, afirmou, lembrando que o potencial maior
projeto hidrelétrico que poderá ter financiamento do BNDES, a usina de São Luiz
do Tapajós, teve seu licenciamento negado pelo Ibama. “Tomara que seja o início
de uma mudança. Mas talvez uma implicação [da nova política do BNDES] seja a
busca de mais financiamentos chineses.”
Fonte: Observatório do Clima
Bom ,dia tenho um projeto inovador em energia elétrica,com ar comprimido , gostaria de fazer parceria , por favor é uma pena que esta estrutura fica sem apoio , com esse projeto podemos inova, e continua um projeto novo de sustentabilidade , esta usina , aqui fica meu apelo não devemos perde os espaço , na industria por favor me ajuda , obrigado , MESQUITA RJ
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