Acordo de
Paris entra em vigor em Novembro.
Christiana Figueres comemora o Acordo de Paris com
Laurence Tubiana e Ban Ki-moon. Foto: UNFCCC/Flickr.
Tratado assinado em Paris para limitar o
aquecimento global cumpre oficialmente segundo critério para entrada em vigor
com ratificação de seis países europeus nesta quarta-feira.
Por ED King, do Climate
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Nesta quarta-feira (05), a chefe de assuntos
climáticos da ONU, Patrícia Espinosa, informou que 72 países, responsáveis por
cerca de 57% das emissões de gases de efeito estufa, ratificaram o Acordo de
Paris, que pretende limitar o aumento da temperatura da Terra a menos que 2ºC
acima dos níveis pré-industriais. O acordo exigia o apoio de 55 países,
representando 55% das emissões, para se tornar lei internacional, e irá entrar
em vigor dentro de 30 dias, pouco antes da COP22, que acontecerá em Marrakesh.
Com a ratificação da União Europeia, anunciada
ontem, entende-se que a decisão foi desencadeada pelos seis países que já
haviam completado seus processos nacionais de aprovação: França, Eslováquia,
Hungira, Alemanha, Áustria e Portugal.
“A velocidade com a qual a comunidade internacional
trabalhou para colocar o Acordo de Paris em vigor demonstrou uma força política
inédita para ações climáticas e é um sinal positivo para avançarmos”, afirmou o
Ministro do Meio Ambiente das Maldivas, Thoriq Ibrahim. “Mas não podemos nos
dar por satisfeitos. Pedimos a todos os países que ratifiquem o acordo assim
que possível para que possamos torná-lo um tratado verdadeiramente mundial,
enquanto direcionamos nossa atenção a implementações urgentes. Não é exagero
dizer que a questão climática é uma corrida contra o relógio”, alertou.
Outras duas negociações relativas a mudanças
climáticas devem ser definidas na próxima semana. Em Montreal, mais de 60
países, incluindo Estados Unidos, China, União Européia Qatar e Emirados
Árabes, sinalizaram apoio a um acordo em prol de neutralizar o crescimento de
emissões da aviação civil. Debates do Protocolo de Montreal também serão
retomados em Kigali, na semana que vem, com foco em diminuir o uso dos HFCs,
potentes gases de efeito estufa muito utilizados em aparelhos de ar
condicionado e que podem causar aumentos de até 0,5ºC na temperatura global.
O anúncio foi feito momentos antes da nomeação do
português Antonio Guterres como escolha do Conselho de Segurança para
substituir Ban Ki-moon como secretário-geral quando o mandato do sul-coreano
chegar ao fim, em dezembro. Em pronunciamento, Guterres afirmou que o Acordo de
Paris representa uma “oportunidade única” que precisa ser aproveitada por todos
os governos. “Atingir os objetivos [do Acordo de Paris] representa um impacto
direto para a paz e realização de direitos humanos primordiais. Para muitos,
significa sobrevivência”, escreveu.
Fonte: Observatório do Clima
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