Seguradoras
são negligentes aos riscos climáticos.
Estudo mostra que falta de ações sustentáveis
geram perdas de trilhões de dólares.
Por Katherine Rivas, da Envolverde –
Um estudo realizado pela AODP (Asset Owners
Disclosure Project), organização dedicada a proteger as economias dos
aposentados frente aos desafios ambientais, revelou que as seguradoras, do
mundo todo, apresentam múltiplas fraquezas na gestão de ações frente às
mudanças climáticas, colocando assim trilhões de dólares dos seus clientes em
risco.
Segundo o relatório, os fundos de pensões superam
as seguradoras na política de gestão de crise.
Presidente do Banco da
Inglaterra e do Conselho Internacional de Estabilidade Financeira (FSB), Mark
Carney, afirmou que a falta de estratégias por parte das seguradoras expõe as
empresas a perdas gigantes que podem deixar reservas de combustíveis fosseis
sem ativos.
Ele também ressaltou a importância dos
investimentos em baixo carbono e afirmou que as finanças “verdes” precisam
caminhar junto das mudanças climáticas “O financiamento de descarbonização da
nossa economia é uma grande oportunidade para as seguradoras com investidores
de longo prazo.
Estas precisam se adaptar a estratégias de redistribuição e
revolução tecnológica contribuindo com investimentos que sejam o quádruplo da
taxa atual”, completa.
O estudo denominado “Global Climate 500 Index
2016: Insurance Sector Analysis” concluiu que as seguradoras estão atrasadas em
gestão de risco e que ainda precisam investir em estratégias de baixo carbono e
fortalecer laços com empresas preocupadas por mitigar os danos climáticos.
Os dados revelam que somente 5% das seguradoras
no mundo controlam as emissões de carbono nos seus clientes e apenas 8% se
dedicam a integração dos riscos climáticos nos processos de investimento. Deste
universo 3% têm uma política de integração com empresas comprometidas com o
desenvolvimento sustentável e apenas 0,2% dos ativos destas seguradoras é
investido no controle de baixas emissões de carbono.
Já os fundos de pensão apresentam dados mais
animadores sendo 13% dedicado a controlar a emissão de carbono nos clientes ou
15% comprometidos com uma política de sustentabilidade.
As seguradoras hoje investem em renda fixa, porém
as agencias de dados estão alertando sobre esta conduta de risco que pode
desestabilizar o sistema financeiro. O motivo principal é que as mudanças
climáticas hoje constituem uma dupla ameaça para a indústria de seguros. O
aumento de créditos relacionados às alterações ambientais colocam os clientes destas
instituições em perigo toda vez que a economia de baixo carbono se acelera.
No relatório Global Climate 500 proprietários de
ativos foram classificados em categorias de AAA a D, e X para determinar
empresas que não participam de nenhuma ação conhecidas como “retardatários”.
De acordo a pesquisa, 1 de cada 8 seguradoras
(12%) adota ações para mitigar o risco do clima, entrando na classificação C.
Do total, 59% das seguradoras reconhecem os riscos climáticos e 41% pertencem
ao grupo dos retardatários ( que não adotam nenhuma ação) colocando em
risco US$ 4,2 trilhões em investimentos mundialmente.
Europa lidera mudanças mundiais
Os mercados regionais também apresentam
diferenças em iniciativas de sustentabilidade. No mercado europeu, 1 de 4
seguradoras (42% dos ativos regionais) tem medidas consideráveis. Sendo a
escala de risco na Europa de US$ 730 bilhões.
No mercado norteamericano só duas seguradoras
(16% dos ativos) adotam estratégias frente as mudanças climáticas. O fator de
risco representa US$ 954 bilhões dos investimentos.
E na Ásia só uma seguradora, Companhia de Seguros
Popular da China, conta com estratégias importantes. O risco de ativos é de US$
2,5 trilhões.
O relatório conclui que de US$ 15,3 trilhões de
ativos só US$ 30 bilhões são investidos em emissões de baixo carbono. Nesse
contexto as seguradoras contribuem em 0,8%.
A Cúpula do Clima em Paris marcou o fim da era
dos combustíveis fósseis colocando a indústria de seguros na posição de
entender as constantes alterações climáticas e tomar medidas urgentes.
Fonte: ENVOLVERDE
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