Emissão
da Índia cresce 29%.
Foto: Creative Commons
Plataforma baseada em sistema de estimativa de
emissões desenvolvido pelo OC é lançada em Nova Déli e traz dados de 2007 a
2012; gigante asiático é quarto maior emissor de carbono do mundo.
Por Redação do Observatório do Clima –
As emissões de gases de efeito estufa da Índia
cresceram 29% entre 2007 e 2012. Os dados vêm do SEEG
Índia, primeira estimativa independente de emissões feita para o
país asiático, lançada nesta sexta-feira em Nova Déli por uma coalizão de seis
organizações da sociedade civil.
Batizado GHG Platform India, o novo
sistema, de acesso público e gratuito, é baseado na metodologia do SEEG, o
Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do
Clima, que produz cálculos anuais das emissões brasileiras desde 2013 e em 2015
também foi lançado no Peru.
“O lançamento do SEEG Índia é um passo significativo
na direção de aumentar a transparência e a disponibilidade das informações
públicas num país que é o quarto maior emissor do mundo, apesar de ter emissões
per capita muito pequenas”, diz Tasso Azevedo, coordenador do SEEG, que esteve
em Déli para o lançamento.
De acordo com os novos dados, as emissões indianas
subiram de 1,931 bilhão de toneladas de CO2 equivalente em 2007 para 2,490
bilhões em 2012. Os dados oficiais mais recentes, submetidos à ONU como no
Relatório Bianual de Atualização (BUR) da Índia, são de 2010. Para este ano, a
diferença entre os dados do governo e os do SEEG é de 2%.
Como esperado, o maior crescimento (33,8%) ocorreu
no setor de energia, devido principalmente à queima de carvão mineral para
geração de eletricidade. As emissões de transportes, que integram o setor
energético, subiram 40% no período, mas ainda são pequenas em comparação com as
da produção de energia elétrica (916,3 milhões de toneladas, um crescimento de
36%). Por outro lado, as emissões agrícolas permaneceram estáveis e as remoções
de carbono por florestas plantadas superaram as emissões por desmatamento e
degradação florestal. O setor de florestas produziu remoções de quase 180
milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Os dados também indicam que a intensidade energética
da economia indiana cresceu, embora a uma velocidade menor. O plano climático
apresentado pela Índia ao Acordo de Parids (INDC) traz o compromisso de reduzir
a intensidade de emissões por dólar produzido no PIB em 33% a 35% em 2030 em
relação a 2005.
Segundo Srinivas Krishnaswamy, presidente da
Fundação Vashodha e coordenador do SEEG Índia, tal crescimento não significa
que o país não esteja no rumo de cumprir sua meta: “Nós vimos um crescimento
forte da energia solar no último ano e meio e outros programas em energias
renováveis, cujo resultado deve se refletir nos dados de emissão a partir de
2013-2014-2015”. Ele diz que o grupo planeja ter atualizações anuais das
emissões a partir da segunda fase do projeto, a ser iniciada nos próximos
meses.
“Estamos num momento em que precisamos nos
aprofundar muito em cada setor da economia para mitigar nossas emissões de
carbono, e essa base de dados é um primeiro passo fundamental”, afirmou
Krishnaswamy. “Estou muito feliz com o fato de esta iniciativa de organizações
da sociedade civil para fazer estimativas setoriais de emissão num nível mais
granular, estejam disponíveis agora para acesso fácil.”
A GHG Platform India é uma parceria entre o Council
on Energy, Environment and Water (CEEW), o Center for Study of Science,
Technology and Policy (STEP), o ICLEI – Governos Locais para a
Sustentabilidade, a Shakti – Sustainable Energy Foundation, a Vashudha
Foundation e o World Resources Institute, em colaboração com o SEEG.
Fonte: Observatório do Clima
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