Empresas
serão fator-chave para a ação climática global.
Uma nova pesquisa lançada nesta quarta-feira, 29 de
junho, na Cúpula de Negócios e do Clima que está sendo realizada em Londres, dá
pela primeira vez uma estimativa do que poderiam representar os cortes nas
emissões de gases de efeito estufa pelo setor empresarial em todo o mundo.
O relatório intitulado The Business End of Climate Change
examina o que será alcançado pelos planos de cinco iniciativas chave do mundo
empresarial em âmbito global (RE100; EP100; Metas com Base Científica;
Desmatamento Zero & LCTPi) sobre a ação climática em andamento e compara
com o que poderia acontecer se todas as empresas relevantes aderissem a estas
iniciativas e implementassem seus planos.
O relatório mostra que:
- as
atuais Contribuições Empresarialmente Determinadas (Business Determined
Contribution) para a ação climática – o total que, em 2030, o setor
empresarial vai reduzir de emissões de gases com efeito de estufa – são de
3,7 bilhões de toneladas de CO2 equivalente por ano no âmbito dos planos
atuais;
- o
potencial das BDC para a ação climática pode alcançar 10 bilhões de
toneladas de CO2 equivalente por ano até 2030 com o ambiente regulamentar
apropriado para apoiar todos as empresas relevante que se inscreverem;
- o
número de empresas inscritas nestas iniciativas poderia aumentar das
atuais 300 para mais de 3.500 em 2030.
As atuais BDC à ação climática, no total de 3,7
bilhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, representam mais de 60% dos
cortes nas emissões totais (6 bilhões de toneladas em 2030) prometidos por
todos os países do acordo climático de Paris através de suas próprias
contribuições determinados a nível nacional (NDCs) . É o equivalente a mais de
1000 usinas de energia a carvão permanentemente fora de uso, quase 75% do total
do mundo.
As empresas não estão esperando até 2030 para desempenhar
seu papel. No total, cerca de 300 empresas líderes já se inscreveram nas cinco
iniciativas de ação climática analisadas pelo relatório. As empresas inscritas
vêm de todo o mundo e de todos os diferentes setores , e estão se juntando em
números crescentes – ao longo dos últimos doze meses (junho de 2015 a maio de
2016), 174 empresas se inscreveram para estas iniciativas, em comparação com 49
empresas em nos doze meses anteriores (junho 2014-maio 2015).
Em 2030, as iniciativas pretendem ter mais de 3500
empresas inscritas, impulsionando a economia de baixo carbono.
Christiana Figueres, secretária executiva da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), destacou:
“No período que antecedeu a COP21 em Paris, uma aliança extraordinária de
empresas e investidores se comprometeu com ações ambiciosas através do portal
NAZCA dedicado. Eu acredito que podemos realmente dizer- “Estamos Acelerarando
a Ação Climática”. Mas um acordo climático universal das nações também precisa
de apoio universal para o setor privado além da Europa e América do Norte.
Exorto as empresas comprometidas a alcançar seus pares na África, Ásia e
América Latina, a fim de semear, catalisar e criar ação em todos os lugares e
em apoio à COP22 em Marrakech”.
O relatório reconhece que, embora as principais
companhias já estejam empenhadas em realizar a ação climática, e muitas outras
estejam prontas para se inscrever para assumir novos compromissos, resta um
longo caminho ainda a percorrer para atingir a meta de manter o aumento médio
da temperatura do planeta abaixo dos 2° C como foi acordado pelos países em
Paris durante a COP21.
O documento também examina o que pode ser alcançado
se todas as empresas relevantes forem encorajados a se inscrever nas cinco
iniciativas. Nesse cenário, o relatório aponta que o setor empresarial poderia
reduzir suas emissões em cerca de 10 bilhões de toneladas métricas por ano.
Este potencial é equivalente ao que a China, maior emissor do mundo, elimina do
total de emissões de CO2 por ano e sozinho já nos colocaria além da metade do
caminho para um mundo abaixo dos 2° C de aumento da temperatura.
Paul Simpson, diretor-presidente do CDP, disse:
“Este relatório deixa claro que o setor empresarial tem um enorme papel a
desempenhar para permitir que a economia global alcance – e supere – os
objetivos climáticos. Com este potencial, vem uma grande oportunidade para
aumentarmos a resiliência, inovarmos e garantirmos a rentabilidade futura. O
único caminho é aumentar a ação empresarial sobre as mudanças climáticas. Mas
não devemos nos dirigir para esse futuro às cegas: a divulgação de informações
sobre o clima será essencial para acompanhar o progresso das empresas,
estimular uma maior ação e ajudar as empresas a alcançarem seus objetivos”.
Para atingir este ambicioso potencial de
contribuições, governo e empresas devem continuar a trabalhar juntos para criar
o ambiente político correto e um quadro regulamentar que permita uma forte ação
climática. O relatório apela aos governos de todo o mundo para:
* incentivar o setor de utilities a oferecer
contratos de energias renováveis e tornar mais fáceis para as empresas se
comprometerem com eles;
* ajudar as empresas a construir as suas próprias instalações de energia renovável;
* apoio à P & D de tecnologias de baixo carbono;
* oferecer subsídios e depreciação do capital para fazer investimentos de eficiência energética mais atraentes;
* ajudar as empresas a construir as suas próprias instalações de energia renovável;
* apoio à P & D de tecnologias de baixo carbono;
* oferecer subsídios e depreciação do capital para fazer investimentos de eficiência energética mais atraentes;
* criar incentivos para compradores e vendedores de
produtos sustentáveis;
* reduzir a carga administrativa e os custos de certificação para os produtores de forma a tornar mais fácil a produção de mercadorias sem desmatamento.
* reduzir a carga administrativa e os custos de certificação para os produtores de forma a tornar mais fácil a produção de mercadorias sem desmatamento.
Nigel Topping, CEO do We Mean Business, que
encomendou o relatório, diz:
“As empresas que tomam medidas ousadas sobre as
mudanças climáticas contribuem significativamente para colocar o mundo em uma
trajetória abaixo de 2° C. Para realizar plenamente esse potencial, precisamos
ver três coisas acontecendo. Um, governos removendo barreiras e criando
incentivos que permitem às empresas ser ainda mais ambiciosas em seus esforços
para reduzir as emissões. Dois, empresas líderes já comprometidas com uma ação
climática significativa elevando a ambição de seus pares, demonstrando a
dimensão da oportunidade econômica. E três, as empresas que ainda não tenham se
cometido, devem seguir a forte liderança das empresas que já se inscreveram
para um ou mais compromissos do We Mean Business”.
O relatório reconhece que este é um ponto de
partida e não um quadro completo da ação empresarial. Há muitas outras
iniciativas empresariais em curso, destinadas a reduzir as emissões, e um
processo foi delineado para capturá-los em futuras edições do que se tornará um
relatório anual.
– Saiba mais em www.businessendofclimate.org –
Fonte: EcoD
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