Leitura e
interpretação de texto colaboram com medalhistas brasileiros em olimpíada
internacional de Matemática.
“Matemática e Português, tudo a ver”, é assim que
pensa uma medalhista de ouro na Olimpíada Canguru de Matemática, competição
internacional que acontece em 52 países e reúne mais de seis milhões de
estudantes. Empoderada com o Método Maestrello, a aluna do quarto ano
do Externato Rio Branco, Ana Beatriz Ruiz Cecanho, de 9 anos, está entre os 25
premiados pelo colégio de São Bernardo do Campo (SP).
Ela falou da sua alegria pela vitória e acredita
que o prêmio possa servir de inspiração para trilhar uma carreira na área do
teste: “gostei de conseguir uma medalha, meus pais ficaram tão felizes que vão
até fazer um quadro para colocá-la, e talvez ela faça com que eu me empenhe
para algum emprego sobre Matemática”.
“Senti-me surpreso e com um pouco de alegria,
porque consegui alcançar o que eu queria quando estava fazendo a prova, e as
aulas que se utilizam do método ajudaram na interpretação dela, porque, se
entendermos errado uma palavra do enunciado, mudamos completamente a resposta.
Meus pais também me deram parabéns e ficaram muito felizes com a minha
conquista, que aumentou minha confiança de que, se eu quiser [novas
premiações], posso conseguir, basta que eu estude”, disse outro medalhista de
ouro, Victor Sadao Aiabe, 10, do quinto ano.
Somente no Brasil, 1.353 escolas se inscrevam
para a competição deste ano e, no total, 173.056 estudantes realizaram a prova,
mas apenas 5% dos participantes foram premiados. No Ensino Fundamental I, o
externato recebeu 16 medalhas e nos ensinos Fundamental II e Médio outras nove.
“O trabalho de Literatura realizado no Rio Branco contribui para o avanço na
leitura, interpretação e produção dos textos, pois os alunos passaram a se
preocupar com as suas respostas, escrevendo-as com clareza e
coerência. Além disso, a prática de resoluções de simulados e avaliações
diversificadas deixam os estudantes mais acostumados e seguros com as
estratégias de avaliações”, afirmou a coordenadora pedagógica, Daniela Colosso
de Sá, 43.
“O trabalho da Maestrello ajuda bastante na parte
de leitura, principalmente interpretação, e isso contribui muito na hora de ler
um problema. A criança fica focada, consegue entender o que está pedindo o
enunciado e monta a conta com sucesso; nas respostas a gente observa também que
elas são mais completas – por exemplo, a pergunta é ‘quanto sobrou de tal
coisa?’, daí o aluno responde direitinho: ‘sobraram tantas coisas…” -, então a
gente percebe que o método está ajudando no foco, organização do problema e na
interpretação, especialmente por causa da concentração exigida no momento da
leitura silenciosa que eles praticam todos os dias. Lembrando que esse teste
[da Olimpíada
Canguru] é intenso, profundo, leva o aluno a pensar mais e exige dele foco
para conseguir resolver suas questões, está aí a importância da leitura e da
interpretação na minha matéria”, ressaltou a professora de Matemática do quinto
ano, Jucelma Ferreira Balmant, 39.
Diretora da escola há 24 anos, Maria Augusta Paranhos
Faro reforça que qualquer disciplina envolve a interpretação daquilo que se
está propondo em forma de texto. “A Canguru é uma prova que exige alguns
conhecimentos conceituais da criança, em que ela pode, às vezes, não saber
resolver matematicamente uma questão, mas consegue acertá-la quando interpreta
direito seu enunciado. E o trabalho que a gente vem desenvolvendo atingiu este
ponto: a interpretação dos nossos alunos tem melhorado bastante. Quem sabe
interpretar, sabe escolher. Minha intenção é justamente que meus alunos saibam
fazer escolhas a partir de uma interpretação objetiva de tudo o que é proposto
a eles.
Matemática cobra muito isso, não a Aritmética – soma, subtração,
multiplicação e divisão -, mas a Lógica, que analisa gráficos, dados, estatísticas,
tão presentes no dia a dia de todos; e nosso trabalho em Língua Portuguesa
contribui para a melhora desse raciocínio em todas as outras disciplinas”,
destacou a mantenedora da instituição de ensino, que foi fundada em 1967.
“Minha consultoria no Externato Rio Branco é um
sonho realizado e uma angústia minimizada, pois a leitura e a produção de texto
sempre foram desafios para mim, desde quando comecei a lecionar no Ensino
Médio. Os alunos prestavam vestibulares, não conquistavam as notas necessárias
para passar. Eu não conseguia ensinar muita coisa para a aceleração da
aprendizagem deles. Porém, com meus filhos ingressando na Educação Infantil e
no Ensino Fundamental, pude visualizar onde estava o problema, que é justamente
a falta dos critérios de correção de texto, já no período de alfabetização.
Quando cheguei aqui, já apresentei essa proposta para a direção, que abraçou a
causa e, por isso, hoje estamos comemorando essa conquista internacional, que
faz com que eu me sinta plenamente realizada e orgulhosa pelo colégio e seus
estudantes premiados”, comentou a educadora e criadora da metodologia, Ana
Lúcia Maestrello, 41, que corrige redações de vestibulares há mais de 20 anos.
Fonte: ENVOLVERDE
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