TVs da
Amazônia: Uma realidade que o Brasil desconhece.
Em sua primeira grande investigação após se
aposentar do jornalismo diário, repórter revela as histórias e problemas das
retransmissoras de televisão nos nove Estados da Amazônia Legal.
São Paulo, 1º de fevereiro de 2016 – A Agência Pública de Jornalismo
Investigativo lançou hoje o especial TVs Amazônia – Uma Realidade
que o Brasil Desconhece, da repórter Elvira Lobato, ganhadora do
Prêmio Esso de Jornalismo em 2008, com reportagem sobre o patrimônio de
dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus, publicada pela Folha de São
Paulo.
Entre novembro de 2014 e outubro de 2015, Elvira
percorreu os nove estados da Amazônia Legal – Amazonas, Acre, Amapá, Mato
Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – e investigou mais de
1700 canais de retransmissão de televisão localizados na área, que representa
56% do território nacional.
“O que motivou esta aventura foi a certeza de que
existe ali uma realidade desconhecida tanto pelos acadêmicos que estudam a
mídia quanto pelos jornalistas que atuam nos grandes veículos de imprensa,
dentro e fora daquela região. Desconhecida até pelo governo”, explica Elvira
Lobato, que cobriu durante 19 anos as telecomunicações e a radiodifusão no
Brasil. Ao longo das investigações, a repórter descobriu que as retransmissoras
são controladas por políticos, prefeituras, empresários e igrejas, mas que não
é raro encontrar canais de jornalistas apaixonados pela profissão.
Uma das principais descobertas da investigação é
sobre as emissoras semipiratas, que funcionam sem a licença definitiva da
Anatel, mas não podem ser fechadas. Em uma medida de 2012, o governo aumentou o
prazo para as retransmissoras se legalizarem nas cidades com menos de três
canais de TV locais devidamente licenciados. “A regra vale para todo o país,
mas encontrou terreno fértil na Amazônia Legal justamente porque lá as
retransmissoras podem gerar conteúdo, o que inspira a cobiça de políticos e
empresários locais”, explica Elvira.
Todas essas histórias, registradas durante a
passagem de Elvira Lobato por 23 cidades, estão disponíveis em uma reportagem
especial no site da Agência Pública. A série conta com diversos recursos
multimídia, como mapas, vídeos, animações e uma entrevista exclusiva com a
autora.
Sobre Elvira Lobato
A jornalista Elvira Lobato atuou por 39 anos como
repórter, 27 dos quais na Folha de S. Paulo, onde se especializou em
telecomunicações e radiodifusão. Recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo em 2008,
com reportagem sobre o patrimônio de dirigentes da Igreja Universal do Reino de
Deus, publicada pela Folha.
Após se aposentar do jornalismo diário, dedicou-se
à pesquisa “TVs na Amazônia – uma Realidade que o Brasil Desconhece”. O projeto
foi patrocinado pela Fundação Ford e Artigo 19, em parceria com o Grupo de
Pesquisa em Políticas e Economia de Informação do programa de pós-graduação da
Escola de Comunicação da UFRJ. Para além da série de reportagens, a pesquisa
teve como resultado o primeiro banco de dados público com informações sobre os
proprietários de 1.737 canais de retransmissão de televisão na Amazônia Legal,
que será publicado pela UFRJ.
Sobre a Agência Pública
A Agência Pública aposta em um modelo de jornalismo
sem fins lucrativos para manter a independência. Fundada em 2011, funciona como
uma agência de notícias que publica reportagens investigativas e distribui
conteúdo para mais de 60 republicadores. Todo o conteúdo pode ser livremente
reproduzido sob a licença Creative Commons. Tem como missão produzir
reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público – visando ao
fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e
à promoção dos direitos humanos. Além das campanhas de crowdfunding, a Agência Pública conta com
financiamento de instituições de peso e renome internacional, como a Fundação
Ford e a OAK Foundation.
Fonte: ENVOLVERDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário