Bolsa
Verde ajuda a proteger ararinhas-azuis.
Ararinhas-azuis voltam para a natureza em 2021.
Foto: Divulgação/ACTP
A nona reunião do Comitê Gestor do Programa Bolsa
Verde, realizada no final de janeiro no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em
Brasília, aprovou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para estudar a
proposta de incluir no Programa famílias em condições de extrema pobreza e que
moram em áreas habitadas por animais ameaçados de extinção.
Por Cristina Ávila e Luciene de Assis, do MMA –
“Entre as áreas que o MMA pretende ter famílias
beneficiadas está de Curaçá, onde será feita a soltura de ararinhas-azuis”,
revela a diretora do Departamento de Extrativismo do Ministério, Juliana
Simões. Ela se refere ao município localizado na região norte da Bahia, local
onde o MMA criará uma área de preservação.
Naquela parte da Caatinga, o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciará uma fase de testes a partir
de 2017. O objetivo é preparar o terreno e educar ambientalmente a população
local para a soltura de aves. Até 2021, um grupo de 150 ararinhas-azuis passará
a viver ali em liberdade, numa área de preservação a ser criada.
Curaçá, cidade ao norte da Bahia, é o local de
origem das ararinhas-azuis e não tem mais exemplares soltos na natureza. A
extinção se deu por conta de capturas ilegais, especialmente por causa do
tráfico ilícito de animais silvestres. As aves a serem reintroduzidas em seu
ambiente natural nasceram ou foram resgatadas de cativeiros.
Responsabilidade
A reintrodução dos animais no meio ambiente é
iniciativa do Projeto Ararinha na Natureza, desenvolvido pelo ICMBio, órgão
vinculado ao MMA, em parceria com a ONG alemã Associação para Conservação de
Papagaios em Extinção (ACTP) e o Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), um
criadouro particular localizado no deserto do Catar, entre outros parceiros.
“O objetivo de inserirmos essas famílias no Bolsa
Verde é torná-las parceiras na proteção dos animais ameaçados de extinção. É
bom lembrar que o Bolsa Verde significa benefício, mas, também,
responsabilidade com o meio ambiente”, acentua Juliana Simões.
A portaria de criação do GT deverá ser publicada em fevereiro, com os detalhes sobre o seu funcionamento. O grupo será constituído por representantes dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA), do Desenvolvimento Agrário (MDA), e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), além do ICMBio e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Como funciona
O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa
Verde foi lançado em setembro de 2011. O propósito é repassar, a cada
trimestre, R$ 300 às famílias em situação de extrema pobreza e que vivem em
áreas consideradas prioritárias para conservação ambiental.
O benefício é concedido por um período de dois
anos, com possibilidade de renovação. O objetivo é aliar o aumento de renda
dessas populações à conservação dos ecossistemas e ao uso sustentável dos
recursos naturais.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
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