Campanha
Não Fracking Brasil alerta para mais um leilão da ANP.
A sociedade brasileira precisa estar atenta e se
posicionar. Novamente, a ameaça do fraturamento hidráulico, tecnologia
altamente poluente para extração de gás de xisto do subsolo conhecida como
fracking, paira sobre nossas reservas de água, florestas e solo fértil e
colocando a vida de todos em risco.
Por Redação da Campanha Não Fracking Brasil
–
A Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural
(ANP) mantém em seu portfólio a exploração e explotação de novos blocos
para extração de petróleo e gás natural através do FRACKING, seja esta
on-shore ou off-shore.
Sem transparência, sem promover um amplo debate com
os moradores das cidades impactadas pelo fraturamento hidráulico e de
forma obscura e açodada, a ANP insiste em abrir as fronteiras do Brasil
para a indústria do hidrocarboneto, ignorando os perigos e risco que esta
tecnologia minerária provoca no meio ambiente, na economia e junto às
comunidades – provoca câncer e terremotos – localizadas próximas aos poços
de fracking.
“Vamos intensificar a campanha contra o
fraturamento hidráulico, mobilizando todos os segmentos internos e
organizações internacionais que apoiam a nossa luta para barrar a entrada
do fracking no Brasil”, garantiu o coordenador da COESUS – Campanha Não
Fracking Brasil – Eng. Dr. Juliano Bueno de Araujo, também fundador da
Fundação Arayara e parceiroda 350.org Brasil
na luta contra o fracking na América Latina.
De novo, falta transparência por parte do governo
brasileiro. A ANP realiza as rodadas de licitações sem discutir com a
sociedade. Em Dezembro de 2013 (12ª Rodada) e Outubro (13ª Rodada) e
Dezembro (Acumulações Marginais) de 2015 foram ofertados lotes em 15 Estados,
em regiões de grande performance agrícola, áreas de florestas na Amazônia
Ocidental e, pior, sobre os principais aquíferos brasileiros.
“A rodada de 2013 pegou a todos de surpresa, feita
de forma quase.
clandestina. Nos organizamos, conquistamos apoio internacional e na 13ª Rodada conseguimos mostrar ao governo brasileiro e aos empresários que não vamos admitir que aqui aconteça o que vemos em outros países: Fim das reservas de água, contaminação dos aquíferos, solo e ar, terremotos e doenças crônicas como câncer e má formação congênita”, disse Juliano.
O protesto da Campanha Não Fracking Brasil durante
a 13ª Rodada de licitações ganhou repercussão na mídia nacional e internacional,
mostrando ao mundo que os brasileiros não querem correr o risco de
terfracking em nossa terra. Os integrantes da campanha protestaram também na
Rodada de Licitações – Acumulações Marginais – realizada em 10 de Dezembro
de 2015.
De acordo com Nicole Figueiredo de Oliveira,
diretora da 350.org
Brasile coordenadora da Campanha Não Fracking Brasil, mais uma vez o
governo brasileiro vai na contramão da tendência mundial ao incentivar a
indústria do hidrocarboneto em detrimento das energias renováveis.
Além dos impactos socioambientais, o fracking é
responsável pela emissão de uma quantidade significativa de metano, gás
que agrava as mudanças climáticas, que já vem provocando consequências
catastróficas para a humanidade. “Um bom exemplo do que o futuro nos resguarda
se seguirmos com esta linha de investimento e incentivos foi a violenta
tempestade que varreu as ruas de Porto Alegre no último final da semana”,
disse.
Durante a Conferência do Clima organizada pela ONU
na França se reconheceu que estas mudanças estão sendo causadas por nossos
modelos de desenvolvimento, e que precisamos tomar medidas urgentes para
reverter as gravíssimas consequências que nos aguardam.
Enquanto representantes do Brasil participavam da
COP 21 e assumiam o compromisso de reduzir as emissões em 43% até 2030,
subscrevendo o Acordo de Paris, fazia-se um leilão de blocos residuais de petróleo e gás (inclusive de
fraturamento hidráulico), caminhando na direção oposta às soluções
sugeridas na mesma conferência.
Junto com as maiores nações do mundo, o Brasil fez
coro à tese de que o desinvestimento em combustíveis fósseis é o único
caminho para conter as mudanças climáticas. “Precisamos de coerência e
coragem para investir e apoiar o crescimento das energias renováveis, e
não seguir apostando em energias do século passado para diminuir as nossas
emissões de CO². É uma questão de vida ou morte, e o fracking seguramente
não é a saída”,alerta Nicole.
Fonte: ENVOLVERDE
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