Mudança
climática e água pautam gestão da cadeia de valor nas empresas, revela pesquisa.
Relatório apontou que 53,7% das empresas possuem os
riscos relacionados a gestão de recursos hídricos associados as suas despesas.
Foto: mcdarius/ Flickr/ (cc).
Ao todo, 41,8% das companhias passaram a integrar a
gestão de água às suas estratégias de negócio, de acordo com os resultados do
programa CDP Supply Chain America Latina 2015,
que analisa dados sobre água e mudanças climáticas da cadeia de valor de
grandes empresas. Pela primeira vez, a pesquisa realizada pelo CDP (Carbon
Disclosure Project), organização internacional que provê um sistema global
único de reporte de impactos ambientais, incluiu informações sobre a gestão
hídrica na cadeia de fornecimento, além dos dados sobre a gestão de emissões de
gases de efeito estufa.
O relatório apontou que 53,7% das empresas possuem
os riscos relacionados a gestão de recursos hídricos associados as suas
despesas, inclusive com 35,2% delas declarando ter encontrado oportunidades
para redução de custos com a gestão. 12,8% das companhias ainda relataram que
já sofreram ou identificaram impactos prejudiciais às operações relacionados à
gestão da água, principalmente nos setores de químicos, tabaco, automóveis e
componentes, processamento de alimentos e bebidas e varejo de produtos
alimentares básicos.
Em relação à gestão de mudanças climáticas, foi
registrado um aumento do número de empresas que possuem iniciativas ativas e
que relatam a redução das suas emissões, totalizando 26,1% dos respondentes
contra 15% no ano de 2014. No Brasil esse percentual chega a 23%. Na relação
com a cadeia de valores, 58,8% dos respondentes afirmaram não possuir práticas
ou iniciativas de engajamento. Na América Latina, 34,1% das empresas declaram
ter integrado a gestão das mudanças climáticas as suas estratégias de negócio.
As empresas do Brasil representam 58,1% do total.
A pesquisa também mostrou um aumento do número de
empresas que reportaram suas informações ambientais aos seus clientes, em um
ano pautado pelo acordo feito na 21ª Conferência da Convenção Quadro das Nações
Unidas (COP21), que definiu um novo compromisso global com o clima e as
mudanças climáticas.
Fornecedores de todo o mundo
O reporte conta com informações de mais de 8 mil
fornecedores no mundo todo, 500 somente na América Latina, que alcançou um
índice de resposta de 67% aos questionários do programa, representando a
segunda melhor média global, atrás apenas da Ásia, com 71% de taxa de
respostas. Além disso, 62 fornecedores responderam o questionário sobre gestão
de Água, com um índice de resposta de 65% e também o segundo maior do mundo,
atrás apenas dos Estados Unidos.
Os 75 membros do CDP Supply Chain responsáveis pelo
pedido de informação junto a suas cadeias de fornecimento para produzir esse
relatório representam juntos um poder aquisitivo anual combinado de quase U$S 2
trilhões em gastos combinados e incluem organizações como Banco Bradesco,
Braskem, Arcos Dourados (empresa controladora da marca McDonalds na América
Latina), Walmart, entre outras.
Empresas brasileiras
Na América Latina, o Brasil representou o maior
número de empresas respondentes, tanto para o questionário de gestão da água,
representando 38,3% do total de respondentes no Brasil, com 62 fornecedores,
como para o questionário de mudanças climáticas, que totalizou 55% do total e
contou com a participação de 278 fornecedores. Em seguida, vieram México, com
29% do total de respondentes em gestão de água e 34% em mudanças climáticas, e
a Argentina, com respectivamente 9,9% e 3% de respondentes.
“Os resultados do programa CDP Supply Chain nos
mostrou uma tendência crescente de reporte adotada pelas empresas, atendendo às
demandas por maiores níveis de transparência da sociedade e em adequação a
novas regras e exigências de mercado. O aumento dos índices de respostas e
adesão ao programa evidencia que as questões ambientais tornaram-se cada vez
mais determinantes na agenda corporativa, influenciando as relações comerciais
também em mercados emergentes”, afirma Lauro Marins, gerente do Programa Supply
Chain.
Movimentos e acordos globais
“Além disso, novos movimentos e acordos globais
tendem a fortalecer esta tendência, como por exemplo, o acordo celebrado na
COP21, que definiu o novo compromisso global com o clima e o endereçamento das
mudanças climáticas, incluindo a adaptação aos impactos já identificados”,
completa o executivo.
As empresas que se destacaram por apresentarem boas
práticas relacionadas a temática de mudanças climática, como Kurita do Brasil
(Score CDP: 92 A-), Oxiteno S.A Industria e Comércio (Score CDP: 93 C) e
Supricel logística (Score CDP: 85 C), foram selecionadas para elaboração dos
estudos de caso a partir de suas iniciativas.
O Sumário Executivo com os resultados do Supply
Chain foi elaborado pela Gestão Origami, empresa de consultoria em
sustentabilidade, parceira do CDP e responsável por implantar a metodologia de
scoring da organização para a avaliação e orientação de empresas participantes
do programa no Brasil. A MGMinnova foi a empresa de consultoria responsável por
essa atividade na América Latina.
Veja o sumário na íntegra aqui.
Fonte: EcoD
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