Nova edição da Revista Poli (Nº
51 – mai./jun. 2017) aborda mercantilização da água.
EPSJV/Fiocruz
Acaba de sair do prelo a nova edição da Revista Poli.
Na matéria de capa, o foco são os interesses por trás dos processos de concessão
dos serviços de água e saneamento à iniciativa privada no Brasil.
O pano de
fundo da reportagem não poderia ser mais atual. Hoje, tramita no Congresso
Nacional um projeto de lei complementar que, para garantir a recuperação fiscal
dos estados, exige a privatização das companhias de saneamento estaduais, tendo
o Rio de Janeiro como projeto-piloto. Já em terras nordestinas, a disputa pela
‘paternidade’ da obra de transposição do Rio São Francisco tem ofuscado o
debate sobre a gestão dessas águas e a quem ela deve servir. A matéria mostra
que, não por acaso, vai acontecer no Brasil este ano a primeira edição do Fórum
Mundial da Água realizado na América Latina. Para fazer frente ao evento,
considerado um importante espaço de lobby dos empresários da água, movimentos
sociais estão organizando um fórum paralelo que deve pautar as discussões da
sociedade e denunciar os riscos embutidos na mercantilização desse bem
estratégico.
Na entrevista, Sonia Guajajara, da coordenação
executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), fala sobre a
luta diária dos indígenas para garantir seus direitos em uma conjuntura
adversa. À luz de episódios recentes – como o ataque a uma aldeia dos índios
Gamela no Maranhão no dia 30 de abril, que deixou 13 índios feridos, e a
divulgação do relatório da CPI da Funai e do Incra, que trouxe à baila a ameaça
representada pela bancada ruralista no Congresso aos direitos territoriais dos
povos indígenas – Sonia aborda as dificuldades que os indígenas enfrentam hoje
diante do desmonte das políticas públicas voltadas para essa população e
aumento dos conflitos por terra que ameaçam seus territórios tradicionais.
A edição traz também matéria sobre o MedioTec,
programa do governo federal criado ainda em 2016 para acelerar a implementação
da reforma do ensino médio na educação profissional. Especialistas ouvidos pela
Poli alertam que o programa, que amplia a participação de
escolas privadas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Profissionalizante (Pronatec), criado no governo Dilma Rousseff, potencializa
uma estratégia de profissionalização antecipada dos jovens para atender as
necessidades do mercado.
Na seção o que é, o que faz, a
revista explica as origens, as contradições e os principais desafios da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação dos planos e
seguros privados de saúde no país.
A Revista Poli
é editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade
técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e aborda principalmente
temas relacionados aos campos da educação, saúde e trabalho.
Fonte: EcoDebate
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