Construindo
um caminho para a bioeconomia.
Guy de Capdeville, Chefe-geral da
Embrapa Agroenergia
Desde a sua origem, em 24/05/2006, a Embrapa
Agroenergia vem se dedicando a produzir soluções alinhadas ao Plano Nacional de
Agroenergia, documento produzido no mesmo ano pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, que propôs políticas para quatro plataformas, que
compreenderam o Etanol, o Biodiesel, as Florestas Energéticas e os Coprodutos e
Resíduos. Nessa época, foi proposta a criação de um centro de pesquisa em
Agroenergia que culminou na criação da nossa Unidade. Inicialmente, a Embrapa
Agroenergia foi sediada no prédio da Embrapa Sede e, em 2008, iniciou-se a
construção do seu prédio sede, o qual foi concluído em 2010. Em 2012,
finalizou-se a estruturação dos laboratórios de pesquisa e a contratação do
quadro de pessoal.
A partir de então, a Unidade começou a se dedicar
a projetos multidisciplinares de grande porte, na lógica de parcerias
público-privadas, integrando sua equipe multidisciplinar para prover soluções
nos temas ligados às quatro plataformas supracitadas. Entretanto, com a
descontinuidade do Plano Nacional de Agroenergia ao final de sua vigência, a
Unidade se viu obrigada a redirecionar sua programação, que hoje não somente se
dedica às pesquisas com biocombustíveis, mas também vem ampliando as pesquisas
com microalgas, química verde, biomateriais, entre outras áreas.
Nesse contexto, a Embrapa Agroenergia atua hoje
em quatro eixos principais: Biomassa para uso industrial, Biotecnologia
Industrial, Química de Renováveis e Materiais Renováveis, como pode ser visto
na figura, que sumariza a caminhada desde nossa criação até o dia de hoje. No
primeiro eixo, temos buscado utilizar melhoramento genético convencional e
melhoramento assistido por biotecnologias para produzir matérias-primas com
características de interesse para o setor industrial.
No segundo, estamos
produzindo insumos e processos para a conversão eficiente das matérias-primas
em combustíveis e outros produtos de valor agregado no contexto das
biorrefinarias. Por fim, no terceiro e quarto eixos, temos procurado
desenvolver soluções que ajudem o Brasil a reduzir seu déficit na balança
comercial de químicos, dando foco às pesquisas para produção de químicos verdes
e aos materiais renováveis, de forma a desenvolver soluções nacionais que
possam tomar o lugar daquelas importadas e, principalmente, buscando substituir
os produtos de origem fóssil por aqueles de origem renovável. Somente assim,
poderemos desenvolver uma bioeconomia sólida e sustentável.
Histórico de evolução da Embrapa
Agroenergia
Diferentemente da maioria das Unidades irmãs da
Embrapa, a Embrapa Agroenergia foi concebida como uma instituição cujas ações
são dedicadas a se relacionar, não somente, mas principalmente, com o setor
industrial dedicado a converter biomassa em produtos de valor agregado como
etanol, biodiesel, entre outros. Isso não quer dizer que não atuamos na ponta
produtiva dessa cadeia. Pelo contrário, estamos realizando pesquisas para
desenvolvimento de matérias-primas que tenham características de interesse
industrial, mas que serão produzidas pelo setor produtivo, ou seja,
agricultores pequenos, médios e grandes. Ao desenvolvermos soluções para todos
os elos das cadeias ligadas à bioeconomia nacional é que poderemos apoiar o
desenvolvimento de uma economia circular competitiva.
Neste mês de maio de 2017, a Embrapa Agroenergia
comemora seu décimo primeiro aniversário e, para darmos satisfação ao
investimento que a sociedade fez e faz para chegarmos até aqui, a Unidade vai
publicar, em breve, na sua página da web (http://www.embrapa.br/agroenergia),
nossa vitrine de produtos tecnológicos que estarão disponíveis para negociação
com empresas, startups e outros atores do mercado que se interessarem pelos
nossos ativos. Estamos preparando, também, soluções de integração de fontes
renováveis de energia para atender a demandas específicas de produtores rurais
bem como de agroindústrias. Nossa proposta é termos disponíveis soluções
integradas que possam atender às demandas de toda a cadeia de produção, desde
os agricultores familiares até aqueles de médio e grande porte. Estas ações são
parte da estratégia de integração da pesquisa e desenvolvimento com os
mecanismos de transferência de tecnologia que adotamos de modo que nossa
produção possa chegar até a sociedade de forma eficiente.
Atualmente, a nossa visão é “Ser
referência nacional e internacional na geração de inovações tecnológicas que
permitam converter matérias-primas renováveis diversificadas, por processos
bioquímicos, químicos e termoquímicos, em alternativas sustentáveis de
bioprodutos e bioenergia dentro do contexto da Biotecnologia Industrial e da
Química Verde”.
No contexto dessa nova visão para a Embrapa
Agroenergia, temos a expectativa de produzirmos soluções competitivas que nos
permitam dar alternativas a todos os setores produtivos envolvidos na cadeia de
Química e Tecnologia da Biomassa nacional. É com esse formato de atuação que
estaremos contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento de uma economia de
base renovável que irá substituir aquela de origem não renovável.
Estamos de portas abertas para a sociedade
brasileira e temos como meta desenvolver soluções que possam ajudar a nossa
agricultura a se manter na vanguarda mundial. Afinal, o Brasil é o único país
do mundo moderno que possui todos os insumos e domínio tecnológico para se
manter nesse patamar.
Fonte: ENVOLVERDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário