Mil anos
para as mulheres!
Por Dal Marcondes*
Minha vida é cercada de mulheres. Em sua maioria
pessoas fortes, cheias de vida e personalidade. A começar por minha mãe. Maria
Bela é um farol que emana segurança e caráter. Minhas irmãs, as três, são a
ternura de que me lembro. Cristina é o sonho, o charme, a insensatez e a
liberdade. Adriana é a responsabilidade e a braveza em todos os sentidos do
termo. Nira é a harmonia, a alegria e a ternura que fazem sorrir, sempre.
Minhas filhas são complementos: Alba é um
presente que faz olhar o futuro com esperança. Alice é a certeza de que este
futuro será construído de fato, e será um bom lugar para se viver.
Entre meus amores há um pouco de tudo, representado
hoje por Ana Maria, que tudo e agita e faz com que a vida se mova, sempre.
Agora, no Dia Internacional da Mulher vamos ler
muito sobre isto, apenas espero que não seja mais com a visão romântica de que
as mulheres são umas coitadinhas que carregam o mundo nas costas.
Claro que há
injustiças, e muitas. No entanto, há avanços a serem comemorados. O principal
deles é o espaço que as mulheres estão ocupando no campo político. Tivemos uma
mulher Presidente da República, uma demonstração de que estão prontas para
assumir responsabilidades que anos atrás eram impensáveis para quem não
ostentasse aspecto de liderança viril.
A vida tem demonstrado que as mulheres chegaram a
este século XXI muito melhor preparadas para as incertezas e novos desafios que
os homens. As meninas estão anos luz de seus contemporâneos masculinos nos
quesitos liberdade, consciência e autoconhecimento. Enquanto as moças olham
para cima e para a frente, grande parte dos rapazes se encolhe, se acovarda e
busca abrigos que os protejam de um futuro incerto.
Há, entre os homens, um certo sentimento de
“antigamente é que era bom”, quando sabiam seus papéis quase que por “herança
genética”. Eram criados para trabalhar, pagar as contas e ter prioridade sobre
o controle remoto da TV. Sabiam o que fazer, enquanto, na sua opinião, as
mulheres deviam se dedicar a lavar, passar, cozinhar e cuidar das crianças.
Bom, tudo mudou.
E agora rapazes? A festa não acabou, apenas mudou
a música, agora elas trabalham, planejam, mandam e, talvez, sejam melhores que
nós nisso. Elas dirigem, compram, pagam e opinam. Elas são mães e com este
poder da vida entendem melhor a responsabilidade de deixar viver.
O mundo masculino é um mundo de exclusão, de
força e de morte. O mundo feminino é de acolhimento e de vida. Qual tem mais a
oferecer para o futuro? E não podemos nos equivocar, este mundo-mulher não é
fraco, sua força não vem das armas, mas sim da legitimidade. Enquanto os homens
se armam para enfrentar a pluralidade da vida, as múltiplas opiniões e a
diversidade, as mulheres estão habituadas a mediar as disputas de seus homens
sem deixar mágoas e construindo uniões.
Acredito que a Terra, planeta feminino, será
melhor quanto mais as mulheres ocupem espaços de poder. Neste Dia Internacional
da Mulher faço uma aposta no futuro: que este seja o milênio da mulher. E no
ano 3.000 voltaremos a ver se os homens podem voltar a merecer confiança.
* Dal Marcondes é
jornalista, diretor da Envolverde, passou por diversas redações da grande mídia
paulista, como Agência Estado, Gazeta Mercantil, revistas IstoÉ e Exame. Desde
1998 dedica-se à cobertura de temas relacionados ao meio ambiente, educação,
desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental empresarial.
Fonte: ENVOLVERDE
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