Água:
Empresa e ONGs juntas no Norte e Nordeste.
#Envolverde –
A Coca-Cola Brasil se uniu ao Banco do Nordeste
(BNB) e a organizações sociais na formação de uma aliança para viabilizar
iniciativas de acesso à água, principalmente no Norte e Nordeste. A parceria,
anunciada em 21 de março, vai até 2020, com investimento inicial de R$ 20
milhões e espera beneficiar, inicialmente, 40 mil pessoas.
Pela primeira vez algumas das principais
organizações que trabalham para viabilizar o acesso à água irão se juntar para
buscar e testar soluções inovadoras e autossustentáveis. A aliança vai
viabilizar investimentos que vão além de ações tradicionais e restritas. O
objetivo é desenvolver modelos possíveis de serem replicados por todos os
setores da economia e, assim, diminuir o déficit de pessoas sem acesso à água
potável no Brasil. O grupo será formado por ONGs, empresas e instituições
privadas e públicas, que juntas atendem mais de 600 mil pessoas.
“Água é o DNA do nosso negócio e estamos
determinados a criar valor além das fronteiras das nossas fábricas e da nossa
cadeia produtiva. Por meio dessa aliança vamos potencializar o ecossistema de
acesso à água no país. Acreditamos que podemos usar nossa capilaridade,
expertise e vocação e contribuir para que cada vez mais brasileiros tenham
acesso à água de forma segura e sustentável”, afirma Pedro Massa, diretor de
Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil.
Fabio Acerbi, Diretor de Relações Externas da Solar
Coca-Cola
“Acreditamos que podemos contribuir com a nossa
capilaridade, porque, de fato, atuamos em 100% do território nordestino, e
também com o nosso conhecimento e aparato técnico existente em cada uma das
nossas 13 fábricas. Nossos times e equipamentos estarão à disposição dessa
rede”, complementou Fabio Acerbi, Diretor de Relações Externas da Solar
Coca-Cola.
Para o presidente do Banco do Nordeste, Marcos
Holanda, garantir acesso a água é contribuir de forma decisiva para o
desenvolvimento regional. “Historicamente, a carência desse recurso natural
constitui grande desafio para o desenvolvimento do Nordeste. Assim, o Banco
assume o compromisso de impulsionar soluções inovadoras que permitam à região
lidar de forma criativa e sustentável com esta questão crucial. A exemplo da
criação do FNE Água (linha de crédito voltada para a gestão eficiente de
recursos hídricos), essa parceria é mais uma de nossas ações neste sentido”,
explica Holanda.
Dentre alguns dos parceiros já confirmados nessa
coalizão estão a Fundação Avina, que atua desde 2004 em projetos de acesso à
água em toda a América Latina; o Instituto Trata Brasil, referência nos temas
de água e saneamento no país; o SISAR, que atua na gestão de saneamento rural;
a WTT (World-Transforming Technologies), organização especializada em inovações
tecnológicas para impacto socioambiental; e o Projeto Saúde e Alegria e a
Fundação Amazônia Sustentável, que atendem comunidades e milhares de famílias
na região Norte.
Em abril será realizada uma chamada pública de
inovação, em que cinco projetos serão escolhidos para serem implementados em
2017. O primeiro piloto já está em fase de testes, com o apoio da Solar,
fabricante da Coca-Cola Brasil no Nordeste, na comunidade de Coqueiro, em
Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. A estação de tratamento da
localidade recebeu uma máquina que utiliza o gás ozônio para purificar a água.
A tecnologia de baixo custo, desenvolvida pela Brasil Ozônio, trata cerca de
três mil litros de água por hora, além de oxidar metais pesados comumente
encontrados no semiárido brasileiro.
O que dizem os parceiros?
“Articulamos junto com a Coca-ColaBrasil essa
aliança há mais de um ano. Estamos começando com o piloto em Caucaia com a
ambição de expandir rapidamente. O objetivo final é encontrar combinações que
envolvam tecnologia e modelos de negócios, ou parcerias comunitárias, que
viabilizem replicação das ações bem-sucedidas pelo Brasil afora”, disse
AndreWongtschowski, gerente de operações da WTT.
“A aliança chega num momento em que queremos
discutir escala e impacto de acesso à água. Temos uma série de fatores a serem
vistos e não apenas o de dar acesso, mas também manter a água para quem já tem.
Devidos os fatores climáticos, as cidades estão começando a entrar em colapso.
A aliança vai poder expandir. Para fazer mais e melhor, precisamos de parceiros
e aliados. Estamos ganhando capacidade de escala ao aportar inovações
tecnológicas e sociais. Com essa aliança estamos falando de um projeto que não
é de A, B ou C. É uma necessidade do país e nós vamos atuar juntos para
resolver isso”, explicou Telma Rocha, gerente programática de acesso à água da
Avina.
“Estar num projeto dessa magnitude é muito
importante porque vamos analisar as duas regiões mais críticas do país: Norte e
Nordeste. Na primeira, pouco mais de 50% da população tem acesso à água, na
segunda estamos com cerca de 75% da população atendida. Números muito abaixo da
média nacional. Há muitos anos trabalhamos com saneamento básico e acesso à
água para a população urbana, para nós é muito significativo poder olhar para
as áreas rurais com essa aliança. Vamos entender como é esse processo de
abastecimento e de coleta de esgoto e como podem ser feitos em sistemas
alternativos”, disse Rubens Filho, coordenador de comunicação do Trata Brasil.
“O Sisar é carente de investimentos para
infraestrutura e a aliança vem fortalecer a nossa atuação. É um trabalho que
vai engrandecer o uso das tecnologias, como a que utiliza o ozônio para
purificar a água que está sendo instalada na comunidade de Coqueiro, em
Caucaia. Vamos trabalhar para desenvolver novos projetos. Essa é uma parceria
que já está dando certo”, explica Otaciana Ribeiro Alves, gerente de Saneamento
Rural – GESAR/Sisar/Cagece.
Caetano Scannavino, coordenador geral do projeto
Saúde&Alegria
“Podemos destacar dois pontos importantes com essa
aliança. Primeiro trata o tema água como deve ser, de forma ampla e complexa, o
que não pode ser resolvido com uma única instituição atuando. O segundo é o
poder de mobilização das instituições, fora do âmbito da coalização com a ação
podemos atingir outras de forma estruturada, formando uma rede capaz de
construir políticas públicas de forma eficiente”, afirma Eduardo Taveira,
superintendente técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável.
“A aliança é uma inciativa bastante válida, porque
antes de tudo são organizações que já tem expertise e estão enfrentando e
buscando soluções para essa questão. Água é um direito universal e um problema
que tende a crescer, tanto no aspecto de consumo, quando no sustentável.
Estamos unindo esforços para desenvolver soluções numa escala maior, para
atender o social e o ambiental.
Sem um nunca atenderemos o outro”, disse
Caetano Scannavino, coordenador geral do projeto Saúde&Alegria.
Fonte: ENVOLVERDE
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