segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Riquezas naturais no mar e na terra.
Ao norte do Brasil, no litoral onde estão os recém-descobertos recifes de corais da Amazônia, há peixes-boi, gente encantadora e até foguetes. Conheça algumas curiosidades dessa incrível e bela região do planeta, pouco conhecida até mesmo da maioria dos brasileiros e que merece ser protegida.

Por Redação do Greenpeace Brasil –
A Reserva Biológica do Lago Piratuba, no Amapá, fica na Foz do Amazonas, repleta de mangues e áreas inundáveis. Foto: Rogério Reis / Tyba / Greenpeace

O navio Esperanza zarpou do porto de Santana, em Macapá, no último dia 23. A expedição faz parte da nossa campanha Defenda os Corais da Amazônia e vai, justamente, rumo a esse recife oculto, para tentar vê-lo debaixo d’água. Apesar do nome, eles não estão nos rios da floresta, mas no mar, numa área de influência do Rio Amazonas.

Ainda assim, o litoral próximo à extensão de todo o recife, é bem singular, com riquezas naturais, culturais e até foguetes! E essa bela região, de onde depende a sobrevivência de muitas comunidades e uma infinidade de espécies de animais, pode ser impactada pela atividade petrolífera que ameaça chegar na Bacia da Foz do Amazonas.

Conheça dez curiosidades de lá:

1. A maior parte dos recifes de corais fica na costa do Amapá, um estado no extremo norte do Brasil, com apenas 16 municípios.
A costa do estado do Amapá congrega biomas variados, como mangues e florestas tropicais, e um importante bioma ainda pouco conhecido pela ciência. Foto: Victor Moriyama / Greenpeace

2. A população estimada do Amapá é de 780 mil habitantes. É o estado com a quinta menor concentração de pessoas por quilômetro quadrado (4,6 habitantes por km2).

3. A capital é Macapá, por onde passa a Linha do Equador. Por isso, quase todos os recifes de corais da Amazônia estão no hemisfério norte!

4. No Amapá vivem várias espécies de animais em risco de extinção. Alguns exemplos são: o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) e o peixe-boi-amazônico (Trichechus inunguis), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o tracajá (Podocnemis unifilis), a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea).
Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é uma das espécies que habitam a costa do Amapá Foto: Zig Koch

5. A pesca é uma das principais atividades econômicas do estado. E há uma forte presença da pesca tradicional, realizada por comunidades ribeirinhas. Há muita pesca de lagosta por ali. E a presença desses crustáceos era uma das pistas para a ocorrência de corais na região.
Pescadores na cidade de Calçoene. O Amapá está no foco da indústria petrolífera, que tem planos de explorar o combustível fóssil em sua costa, colocando em risco o modo de vida de populações tradicionais e o ecossistema. Foto: Victor Moriyama/Greenpeace

6. Está no Amapá o ponto onde o Brasil começa: o Oiapoque! Daqui alguns dias, o navio Esperanza vai chegar lá!

7. Ali também fica o Parque Nacional do Cabo Orange, uma Unidade de Conservação que se estende por 200 km no litoral. Está exatamente de frente para os blocos em que a Total e a BP querem explorar petróleo em breve.
O Parque Nacional do Cabo Orange é uma importante área de proteção na região. Foto: Victor Moriyama / Greenpeace

8. O Parque abriga a maior área contínua de mangues protegidos do mundo. Há faixas que chegam a 10 km de extensão. Esses mangues, até agora estão super bem preservados.
Maior área contínua de mangue do planeta no Parque Nacional do Cabo Orange. Foto: Victor Moriyama / Greenpeace

9. O Oiapoque é vizinho da França! Isso porque faz fronteira com a Guiana Francesa, que foi colônia do país europeu até 1947. Hoje, é considerado um “departamento ultramarino francês”, ou seja, é parte do país e, logo, da União Europeia.

10. Na Guiana Francesa fica um centro de lançamento de foguetes. Considera-se ali uma localização boa para este tipo de atividade. Mas nem sempre isso é bom. Há inúmeros relatos de pedaços de foguetes que caem no mar brasileiro e são levados pelas correntes para a costa e os mangues do Cabo Orange.
Guarás e Garças sobrevoam área de mangue no Parque Nacional do Cabo Orange. Foto: Victor Moriyama / Greenpeace


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