Prato de
comida pode custar 100 vezes mais nos países em desenvolvimento.
Comparação é feita com o preço médio de uma
refeição simples em nações ricas; Programa Mundial de Alimentos divulga dados
às vésperas de encontro dos líderes mundiais no Fórum Econômico de Davos.
Leda Letra, da ONU –
Moradores de países em desenvolvimento estão
pagando até 100 vezes mais por um prato básico de alimentos, na comparação com
o preço gasto por moradores de países ricos.
A análise foi feita pelo Programa Mundial de
Alimentos, PMA. No caso dos mais vulneráveis, que vivem em zonas de conflito, a
diferença de preço por uma refeição simples pode ser até 300 vezes maior.
Feijão
Se for medida qual porcentagem o custo de uma
refeição representa na renda média diária de uma pessoa, é possível afirmar que
um morador do Malauí paga muito mais caro do que um habitante da Suécia para se
alimentar.
Para poder comer uma tigela de feijão cozido, um
malauiano precisa gastar 41% da sua renda diária. Já um sueco gasta 0.41% de
sua renda pelo mesmo prato, o que representa menos de 1 dólar.
Um malauiano precisa gastar 41% da sua renda
diária. Foto: PMA
Direito de todos
Pela comparação da agência da ONU, a refeição no
Malauí sai 100 vezes mais cara do que na Suécia. Mas numa cidade sitiada na
Síria, como Deir Ezzor, o custo de um prato de feijão é maior do que a verba
diária de um morador. Já na Índia ou na Nicarágua, o preço chega a ser entre 10
a 15 vezes mais alto do que na Suécia.
O alerta do PMA está sendo feito às vésperas do
Fórum Econômico Mundial, em Davos, que ocorre entre os dias 17 e 20 de janeiro.
A ideia é mostrar aos líderes as distorções no poder de compra dos ricos e dos
pobres e lembrar que alimentos nutritivos e acessíveis do ponto de vista
econômico devem ser um direito de todos.
Desperdício
Segundo a agência, as refeições custam muito alto
em países pobres devido a problemas de estocagem, de transporte e de
distribuição, além da pouca variedade nas plantações, baixo acesso dos
agricultores a mercados e falta de preparo para lidar com mudança climática e
conflitos.
O PMA acredita que medidas firmes são essenciais
para mudar esse cenário, desde a diversificação das colheitas até a redução do
desperdício de comida. A agência vai continuar a ampliar a sua nova base de
dados, batizada de “Refeição Quente”, para incluir dezenas de países.
Fonte: Rádio ONU
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