2016 foi
mesmo o mais quente.
Temperatura no ano passado chegou a 1,3oC acima da
média pré-industrial, quase alcançando a meta de 1,5oC de limite “aquecimento
seguro” que países se comprometeram a tentar atingir em Paris.
Registro anual de temperaturas da Terra desde 1800
até 2016 mostra o aquecimento sem precedentes deste século. Fonte: ECMWF,
Copernicus Climate Change Service.
Por Redação do OC –
O Serviço Copernicus de Mudança Climática, um órgão
da União Europeia, publicou nesta quinta-feira a primeira de várias análises
que virão nos próximos dias confirmando que 2016 foi de fato, e de longe, o ano
mais quente da história.
Segundo a agência europeia, a média de temperatura
do ano passado foi de 14,8o C. Ela foi 0,2oC mais alta do que a de 2015, até
então o recordista absoluto de calor. No total, a Terra chegou a 1,3oC acima da
média da era pré-industrial.
É um valor perigosamente próximo do limite de 1,5o
C que os países se comprometeram a tentar atingir no Acordo de Paris, de 2015.
Este limite pode ser chamado de “centro da meta” da inflação climática da
humanidade: acima dele, eventos como a elevação do nível do mar no longo prazo
decretariam a extinção de pequenas nações insulares no mundo inteiro.
O “teto da meta” de Paris é evitar que o
aquecimento chegue aos 2oC em relação à era pré-industrial.
Uma grande
quantidade de evidências científicas aponta que um aquecimento de 2oC em diante
colocaria a Terra em um território climático desconhecido e sujeito a eventos
extemos devastadores.
Ambas as metas são consideradas muito difíceis de
alcançar. Hoje, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
mesmo se todas as emissões do mundo parassem agora, nós teríamos apenas 50% de
chance de evitar um aquecimento de 1,5oC. Segundo o Copernicus, o mês de
fevereiro de 2016 chegou a tocar o 1,5oC, devido à forte influência do fenômeno
El Niño no começo do ano. Mesmo após a dissipação do El Niño, no meio do ano,
as temperaturas seguiram excepcionalmente altas em 2016. O serviço europeu
associa essa continuidade à perda de gelo marinho no Ártico e na Antártida.
Espera-se que durante este mês a Nasa e a Noaa, dos
Estados Unidos, o Met Office, do Reino Unido, e a Agência Meteorológica do
Japão divulguem seus balanços de temperatura do ano. Esses organismos
apresentarão dados diferentes, pois usam bases de dados diferentes. Embora a
margem de diferença entre uns e outros seja de apenas 0,1oC, ela tende a ser
maior em 2016 devido a medições distintas de temperatura da superfície do mar
associadas com o degelo em ambos os polos.
Fonte: Observatório do Clima
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