Regeneração
natural é estratégia para a restauração florestal de baixo custo.
Estudos da Agroicone mostram que
proprietários de terras com alto e médio potencial de regeneração podem se
valer desta alternativa.
A agenda de restauração florestal vem ganhando
força no Brasil, especialmente por conta da nova lei florestal brasileira – que
completa cinco anos em 2017– e que traz um grande desafio aos produtores
rurais: manter a sua atividade agrícola combinada com a conservação ou
restauração de vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e
Reservas Legais (RLs).
Essa incumbência, que não resulta apenas no
cumprimento do Código, mas caminha lado a lado com os objetivos globais em prol
do controle da mudança do clima, pode contar com alternativas de baixo custo
extremamente efetivas.
De acordo com o estudo Restauração Florestal
em Cadeias Agropecuárias para Adequação ao Código Florestal da Agroicone,
as áreas podem ser recompostas pelo plantio de mudas, semeadura direta e
regeneração natural, ativa e passiva. “Além de plantar mudas de espécies
nativas, o produtor poderá escolher outras formas de restauração, considerando
o diagnóstico da área e os recursos disponíveis. Nosso estudo apresenta
os custos das diferentes técnicas, em diferentes condições e regiões do País.
São informações-chave para desenhar estratégias de fomento a restauração florestal”,
afirma Laura Antoniazzi, coordenadora do trabalho.
A regeneração natural, ativa e passiva, são
técnicas de baixo custo que podem ser aplicadas somente em áreas com alto e
médio potencial de regeneração, ou seja, nos locais com quantidade e riqueza de
espécies nativas. “A regeneração natural passiva, que não possui nenhuma
intervenção humana, apresenta custo zero. Basta que o produtor realize o
cercamento da área, no caso de haver animais ou outros agentes de
degradação, e espere a ação da natureza. Já a ativa necessita de investimentos
para a contenção de plantas invasoras que impedem o crescimento das espécies
que cresceriam naturalmente”, destaca.
É importante ressaltar que o estudo realizou o
levantamento de custos de restauração florestal em quatro regiões do País –
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bacia dos Tapajós, Matopiba e São Paulo.
Nesta última, por exemplo, os valores envolvidos na regeneração natura ativa,
semeadura direta e plantio de mudas foi, respectivamente, de R$ 902, R$ 3.585 e
R$ 8.349 por hectare, em condições planas.
Em linhas gerais, o estudo aponta que em
comparação com as demais técnicas disponibilizadas para a restauração
florestal, a regeneração ativa (em áreas de médio potencial de regeneração)
possui um custo médio até quatro vezes menor do que a semeadura direta e até
dez vezes menor que o plantio de mudas.
Como complemento à análise, tendo em vista melhor
informar todos os interessados na cadeia agropecuária de restauração, a
Agroicone lança o Guia de Plantas da Regeneração Natural do Cerrado e da
Mata Atlântica. “A ideia deste guia é despertar o olhar de produtores
rurais, técnicos e restauradores de campo para a regeneração natural como mais
uma técnica de restauração”, relata o autor Paolo Sartorelli.
A publicação apresenta 102 espécies nativas,
entre árvores, arvoretas, arbustos, subarbustos e palmeiras, que crescem
espontaneamente ao nosso redor. “Pelo menos 12 milhões de hectares precisam ser
reflorestados no País. Por isso, análises de custos de restauração florestal e
guias de espécies nativas, destacando suas ocorrências e principais
características, são contribuições não apenas para ações privadas, mas,
principalmente, para o embasamento de políticas públicas”, finaliza Laura.
Os estudos estão disponíveis para download gratuito
no site do INPUT (Iniciativa para o Uso da Terra). Para mais informações,
acesse:
http://www.inputbrasil.org/publicacoes/restauracao-florestal-em-cadeias-agropecuarias-para-adequacao-ao-codigo-florestal/
http://www.inputbrasil.org/publicacoes/guia-de-plantas-da-regeneracao-natural-do-cerrado-e-da-mata-atlantica/
http://www.inputbrasil.org/publicacoes/guia-de-plantas-da-regeneracao-natural-do-cerrado-e-da-mata-atlantica/
Sobre a Agroicone
Fundada em 2013, pela união de um grupo de
especialistas do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais
(ICONE) que, desde 2003, produz estudos e pesquisas aplicadas e promove debates
qualificados em temas do agronegócio brasileiro e mundial. A Agroicone atua nas
áreas de economia agrícola, bioenergia, conservação ambiental, comércio e
negociações internacionais, trabalhando junto ao setor privado brasileiro e com
diversas organizações internacionais de pesquisa e de políticas públicas. Mais
informações: www.agroicone.com.br
Fonte: ENVOLVERDE
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