Degelo: Mudança climática poderia
aumentar a área livre de gelo na Antártida em 25% até 2100.
Área livre de gelo, oeste da
Antártida. Foto: Jasmine Lee / Australian Antarctic Division.
Da Agência EFE / ABr
O fenômeno da mudança climática poderia aumentar em
25% a área livre de gelo na Antártida até o fim deste século, o que provocaria
efeitos drásticos na biodiversidade do continente, informaram nesta
quinta-feira (29) fontes oficiais.
A área sem gelo representa atualmente 1% da
superfície do Continente Polar – cuja extensão total é de aproximadamente 14
milhões de quilômetros quadrados -, local onde se concentra quase toda a sua
fauna e flora.
Uma pesquisa da Divisão Antártica Australiana (AAD,
a sigla em inglês), a primeira a investigar o impacto da mudança climática nas
áreas sem gelo da Antártida, prevê que esses terrenos aumentarão até se unir. O
trabalho foi publicada hoje pela revista Nature.
O pesquisador da AAD Aleks Terauds disse que as
previsões indicam que o desaparecimento do gelo em 2100 fará com que surjam
aproximadamente 17.267 quilômetros quadrados de terreno, o que representa
aumento de quase 25%.
“Isso oferecerá novas áreas de expansão para
espécies nativas, mas também poderá atrair espécies invasoras e, em longo
prazo, levar à extinção das espécies nativas menos competitivas”, disse Terauds
em comunicado da AAD.
Segundo o especialista, o degelo afetaria
principalmente a Península Antártica e a Costa Leste do continente.
Para a especialista Jasmine Lee, diferentemente de
estudos anteriores, que se concentraram na redução da capa de gelo e em seu
impacto no aumento do nível do mar, esse novo trabalho analisa os efeitos na
biodiversidade do continente.
Lee lembrou que as atuais áreas sem gelo variam de
1 quilômetro quadrado até milhares e são importantes berçários para focas e
pássaros marinhos, além de acolher invertebrados, fungos e líquens endêmicos.
A pesquisa foi apresentada ao Comitê para a
Proteção Ambiental durante a reunião consultiva do Tratado Antártico, realizada
em maio na China.
Fonte: EcoDebate
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