quinta-feira, 30 de agosto de 2018


Uma viagem para a maior criação da humanidade – a Mancha de Lixo do Pacífico Norte.

Apenas três semanas antes da maior ação cívica da história humana – o Dia Mundial da Limpeza em 15 de setembro – o pesquisador de poluição plástica PhD e membro da equipe de conhecimento do Dia Mundial da Limpeza Win Cowger, passou duas semanas no mar a bordo do navio de pesquisa ‘Alguita’ sob comando do Capitão Moore, estudando os efeitos do plástico no oceano. A equipe de Moore navegou a 2000 km da costa da Califórnia até o que é conhecido como o “Giro do Pacífico Norte”, onde correntes e ondas juntaram enormes faixas de plástico.

A embarcação de pesquisa oceânica ‘Alguita’ e sua tripulação zarparam para as águas costeiras do México para coletar dados sobre a concentração de plástico no oceano, seus efeitos nos peixes e testar previsões de modelos oceanográficos de onde o “Giro” está localizado. Além do capitão Charles Moore e do próprio Cowger, a tripulação do navio era formada por Raquelle De Vine; Marty Klein, Engenheiro Portuário da Universidade de Columbia; Janine Rodriguez, pesquisadora da Pacific Coast Environmental Conservancy, e pela artista Lindsey Kruse.

Apesar de todos terem amplo conhecimento sobre a situação dos resíduos nos oceanos, a equipe ficou chocada com a visão. Cowger aponta que o plástico e suas partículas no oceano são densos, mas pequenos e espalhados como chuviscos na superfície. “A água tem o hábito de dificultar a coleta de coisas desse tipo. É uma área de acumulação, mas não é como uma massa de terra ou pilha. Se você arrastar uma rede na água, encontrará centenas de fragmentos pequenos. Quando essas peças chegam ao “Giro”, o plástico é mastigado por organismos, corroído pelo sol e quebrado pela ação das ondas. Apenas fragmentos permanecem”.

Algumas amostras podem ter até 10% de seu conteúdo em plástico, o resto é plâncton. Cowger desenha uma imagem imaginária: “Imagine um plâncton filtrante de peixe ou baleia – 10% do que obtêm pode ser plástico. Aves marinhas estão comendo também. E esta realidade existe em terra. A atenção para a questão começou nos oceanos, mas agora estamos percebendo que o enorme problema no oceano precisa ser combatido em sua origem – que é exatamente em terra”.

“O produto mais encontrado nas praias é embalagem de alimentos”, aponta Cowger, e nos convida a refletir sobre isso. “Embalagens de doces, pacotes de batatas fritas, nós fabricamos toneladas disso – tudo parece que tem que ter sua própria embalagem. Vamos começar por aí – não precisamos de cada pedaço de fruta embrulhado em plástico. Nós até temos plástico embrulhado em plástico”. De acordo com o relatório de 2016 da Fundação Ellen MacArthur, a quantidade de lixo despejado no oceano a cada minuto equivale ao conteúdo de um caminhão de lixo. Se nenhuma ação for tomada, espera-se que ela aumente para dois por minuto até 2030 e quatro por minuto até 2050.

“Bem, agora está claro que os animais em terra também estão sofrendo. Precisamos fazer algo sobre isso. Agora. Todos nós! Primeiro, comece com as limpezas para aumentar a conscientização enquanto enfrenta os sintomas do problema. É por isso que faço parte do Dia Mundial da Limpeza e espero que milhões de pessoas em todo o mundo se juntem a mim no dia 15 de setembro”, convida Cowger. O Dia Mundial da Limpeza reunirá milhões de voluntários em 150 países para se unirem com sua energia, boa vontade e preocupação com o meio ambiente, para limpar seus países de poluição de resíduos em um único dia. O Dia Mundial da Limpeza está sendo impulsionado pelo movimento cívico “Let´s do it! World, que iniciou ações de limpeza em 113 países ao longo da última década, com mais de 20 milhões de voluntários participando do total. O movimento começou no pequeno país da Estônia, no norte da Europa, em 2008, quando 50.000 pessoas se reuniram para limpar o país inteiro em apenas cinco horas.

Cowger admite que as limpezas não representa solução a longo prazo, mas mais um band-aid nos sintomas. “Nós limpamos, removemos os efeitos residuais atuais, mas esse não é o problema real. O sucesso em criar um mundo sem desperdício acontecerá quando ensinarmos às pessoas do mundo todo como viver um estilo de vida sustentável e sem desperdício, e construir e inovar sistemas de desperdício zero. Isso é crítico agora. A maioria de nós nasceu em um mundo com plástico, tem seus usos, mas também pode prejudicar o que nos preocupa se for mal administrado, e agora precisamos trabalhar juntos para nos salvar dos danos que nos causou.” No dia 4 de setembro, às 18h (fuso horário UTC +3), o @letsdoitworld mantém um bate-papo no Twitter para abrir o tópico sobre a situação dos resíduos nos oceanos, discutir a situação atual e debater sobre o futuro. Por favor, junte-se a nós. Juntos podemos fazer isso melhor!

O ano de 2018 marca 100 anos desde a fundação da República da Estônia. O Dia Mundial da Limpeza 2018 é o maior presente da Estônia para o mundo no seu 100º aniversário. Aqui no país, o Limpa Brasil é o responsável por organizar e coordenar as ações em território nacional (www.limpabrasil.org). A organização conta com o apoio fundamental da Neoenergia, por meio de suas subsidiárias Coelba (Bahia) e Celpe (Pernambuco) possuem o programa Vale Luz que incentiva a troca de materiais recicláveis por descontos na conta de luz.

Limpa Brasil

 O Instituto Limpa Brasil é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a conscientização da população brasileira para o problema do descarte irregular do lixo urbano por meio da realização de projetos integrados que envolvem a sociedade civil, o setor privado e os órgãos do governo.

A proposta para o Dia Mundial de Limpeza #WorldCleanUpDay é criar uma nova cultura com relação ao descarte correto do lixo, além de incentivar a sociedade a limpar e manter as cidades limpas. Por esse motivo, um dos pontos mais importantes do evento é o envolvimento das escolas, com a realização de palestras e seminários, dinâmicas de grupo e gincanas, capacitação de professores e a estruturação dos pontos de coleta de materiais recicláveis durante a semana de mobilização. Esse movimento gera um engajamento da comunidade local e incentiva a transformação de alunos, pais, parentes e profissionais envolvidos em agentes de mobilização, que alertam sobre os malefícios do descarte incorreto do lixo.



Fonte: ENVOLVERDE

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