Projeto Redes Socioprodutivas mobiliza mais de 600 famílias.
Autor
Assessoria de
Comunicação - 30/07/2018
Projeto celebra seis meses de
atividades engajando com 17 organizações da agricultura familiar do
Norte e Noroeste do estado.
Por Karyna Cruz Azevedo
Em seis meses, projeto Redes
Socioprodutivas mobiliza mais de 600 famílias em seis municípios do
Norte e Noroeste de Mato Grosso. O projeto, realizado pelo Instituto
Centro de Vida com apoio do Fundo Amazônia, encerra o primeiro
semestre com um balanço positivo de atividades.
As ações foram centradas na
constituição da equipe técnica, na preparação, nivelamento e
capacitação desse grupo, bem como nos contatos iniciais com as
organizações da agricultura familiar da região. Nestes primeiros
seis meses, a equipe concluiu o mapeamento das cadeias de valor
apoiadas e fez um planejamento de ações com 17 organizações
comunitárias.
No total, estas organizações
representam cerca de 600 famílias da agricultura familiar, que estão
sendo diretamente beneficiadas pelo projeto nos seis municípios
abrangidos pelo projeto: Alta Floresta, Paranaíta, Nova
Bandeirantes, Nova Monte Verde, Colniza e Cotriguaçu.
“Foi um processo intenso de
compreender as principais dificuldades que as famílias encontram nas
diferentes etapas das cadeias socioprodutivas” diz Renato Farias,
coordenador do projeto no ICV. “Além do olhar direto para as
organizações apoiadas, estamos desenvolvendo trabalhos de pesquisa
e construção de arranjos produtivos com outros atores e parceiros”,
conta o coordenador.
As atividades realizadas com as
organizações consistiram em desenvolver uma compreensão sobre o
contexto atual das cadeias de valor dos produtos alvo do projeto,
tanto no nível local quando nacional e global. Também foram
analisadas e discutidas as principais tendências e oportunidades,
fluxo dos produtos, informações e os atores envolvidos nas etapas
de produção, transformação e distribuição até o consumidor
final.
As Redes Socioprodutivas trabalham
com hortifrutigranjeiros, pecuária leiteira, café,
castanha-do-brasil, cacau e babaçu. O processo de análise das
cadeias produtivas envolveu diversas reuniões com as organizações,
entrevistas com agricultores, lideranças, mercados, secretários e
técnicos municipais de diferentes pastas e também com consumidores.
Todas estas informações e diálogos
serviram para identificar opções estratégicas para fortalecer as
oportunidades de negócios das famílias engajadas nas Redes
Socioprodutivas. “De forma geral, avaliamos que a contribuição do
mapeamento na compreensão dos desafios e planejamento de ações foi
essencial. Além disso, este projeto motivou e ampliou o engajamento
destas pessoas, que são associadas ou cooperadas, em suas
organizações”, diz Renato.
Para o produtor de café Claudio
Roberto Gonçalves, da comunidade São Brás em Nova Bandeirantes, a
vinda do projeto para sua comunidade foi um divisor de águas. “Com
o apoio que estamos recebendo ficamos mais confiantes e acreditamos
que vamos avançar em nossa produção”, anima-se Claudio.
Ração de babaçu
Uma das pesquisas promissoras que
vem sendo realizada é o potencial dos subprodutos do babaçu na
ração animal, desenvolvida em parceria com a UFSCAR, no âmbito do
Programa em Resiliência da Agricultura Familiar, apoiado pelo
projeto. Na primeira fase foi identificado o potencial dos
subprodutos do ponto de vista da qualidade e digestibilidade, na
forma como são produzidos pelas organizações engajadas.
Daqui pra frente, os subprodutos
mais promissores – o mesocarpo, a torta e a castanha – serão
utilizados para confecção de rações para gado de leite e de
corte. A partir destes testes, será avaliada a produção e a
qualidade do leite, bem como a produção de carne e a qualidade da
carcaça, para ver qual das opções tem melhor aproveitamento.
As pesquisas com os produtos da
sociodiversidade, como esta do babaçu, serão intensificadas no
segundo semestre. As ações nesta próxima fase estarão focadas na
melhoria da produção primária, com novos plantios, escalonamento
da produção, melhoria da qualidade e investimentos em
infraestrutura nas associações e cooperativas.
O projeto Redes Socioprodutivas é
realizado pelo Instituto Centro de Vida, com apoio do Fundo Amazônia.
Com duração prevista de dois anos, o projeto tem o desafio de
fortalecer cadeias socioprodutivas com atratividade econômica que
ajudam a manter a floresta em pé.
Fonte: ICV
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