IPCC convoca especialistas para
revisar documento sobre aquecimento de 1,5°C da Terra.
Segundo a
vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Thelma
Krug, depois de 2014, se ampliou a literatura para servir de modelo para
projeções sobre aquecimento do planeta. "Os dados mostram que a
temperatura continua subindo", afirma.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 08/08/2017 | 15:00
Última modificação: 08/08/2017 | 15:07
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) está convidando especialistas de todo o
mundo a participar do processo de revisão da primeira versão do relatório
especial sobre o aumento de 1,5°C da temperatura média do planeta. A revisão é
um elemento-chave do processo de avaliação do IPCC, que visa garantir uma
estimativa equilibrada e abrangente das últimas descobertas científicas sobre o
tema.
Crédito: Reprodução da internet
"Esse trabalho vai permitir conhecer melhor
os impactos que um aumento de 1,5°C poderá causar.
Depois de 2014, se ampliou a
literatura para servir de modelo para essas pesquisas e projeções. Os dados
mostram que a temperatura continua subindo", afirma a vice-presidente do
IPCC, Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais
(Inpe).
Ela lembra que, entre 1880 e 2012, a temperatura
média na superfície da Terra e nos oceanos aumentou 0,85° Celsius em virtude,
entre outras causas, das emissões de gases na atmosfera. "O que fazemos é
projetar cenários futuros. O papel do IPCC é justamente fazer esse levantamento
de tudo que os cientistas vêm publicando e explorar os conhecimentos regionais.
É uma oportunidade de incluir nossas publicações no relatório mundial, de o
Brasil contribuir. Temos muitas publicações interessantes geradas no
país."
O IPCC determina que o processo de revisão deve
ser objetivo, aberto e transparente, envolvendo o maior número de especialistas
independentes, buscando a variedade de pontos de vista, expertise e
representação geográfica. "Quanto mais pudermos contribuir, mais estaremos
colocando nossa visão brasileira. A maior parte da literatura cabe aos países
desenvolvidos. Temos que incentivar as contribuições dos países em
desenvolvimento para atingir um equilíbrio nas colaborações", ressalta
Thelma Krug.
Passo a passo
Ela explica que o relatório vai passar por três
revisões. A primeira, feita por especialistas, destina-se a apontar lacunas,
incluir literatura e verificar se o relatório está sendo tendencioso. No início
do ano que vem, haverá outra revisão por parte dos governos, que irá gerar a
segunda minuta. A revisão final, feita pelos países-membros, deve acontecer em
julho de 2018, quando é produzido um sumário para a formulação de políticas
públicas sobre o tema em nível global.
"Essa versão vai para a reunião do painel em
2018. Os países vão trabalhar parágrafo por parágrafo para a formulação das
políticas, desde que concordem com o trabalho apresentado. Os cientistas é que
vão harmonizar as propostas aos governos em função daquilo que eles defendem já
estar suficientemente avançado nas pesquisas", explica a pesquisadora.
Impactos
Segundo o relatório de 2014, as emissões de gases
que provocam o efeito estufa devem ser reduzidas de 40% a 70% até 2050. "É
preciso estabilizar os níveis do efeito estufa", diz a vice-presidente do
IPCC, lembrando os impactos ainda mais negativos de um aquecimento global acima
de 1,5ºC: derretimento das geleiras, alteração dos ciclos biológicos, secas
profundas e inundações com frequência e maior intensidade. O maior temor é o
aumento do nível dos mares.
"O que se espera é que, quanto mais baixo
for o aquecimento global, menores serão os impactos potenciais. Para pequenas
ilhas, o aumento da temperatura fará com que elas desapareçam. Algumas dessas
ilhas já estão fazendo planos de adaptação, inclusive, de migração",
alerta a pesquisadora.
Os candidatos a revisores têm até 17 de setembro
para fazer o registro. Clique aqui.
Para mais informações, visite o site do IPCC.
Fonte: MCTIC
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